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Melanie Álvares é uma garota exemplar, boa filha, boa aluna, boa amiga. Apesar de sua vida ser marcada por traumas acontecimentos passados, ela vive confortavelmente ao lado do pai na cidade de Niveland, Califórnia.
Mas tudo muda...
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Estou ansiosa para voltar para o colégio, afinal esse é meu último ano ali, porque sinceramente não sei se quero continuar no CUN para sempre. Nosso colégio foi contra as regras do tradicional, e junto dele funciona a Universidade de Niveland. Então além de adolescentes com os hormônios à flor da pele, temos veteranos que passaram por ali e estão construindo seu futuro.
Deixo meus pensamentos sobre o futuro de lado e me concentro na avenida, que nessa manhã encontra-se sem muito movimento. Dentro do carro, meu pai e eu mantemos um silêncio confortável ouvindo Modern Talking,apesar de serem músicas antigas, eu aprendi a gostar já que meu pai ouvia com frequência.
Não conversamos sobre a ida de Mona Lisa até meu quarto, mas quando ele viu a menina, ficou pálido de repente e em menos de um minuto a veia em sua têmpora pulsou indicando certo nível de irritação. Ainda quero perguntar o que ele tem contra os vizinhos, porque eles nem sequer se conhecem.
Perdida em pensamentos só percebo que o carro para no colégio, quando Luan me chama algumas vezes.
- Entregue. - Ele sorri.
- Valeu pai. - Dou um beijo em sua bochecha e saio do carro - Te amo. - Digo antes de fechar a porta.
Ajeito a alça da mochila no ombro e coloco os fones de ouvido, selecionado uma música de Chase Atlântic, meu gosto musical é muito aleatório. Varro o local com o olhar tentando encontrar o Daniel e a Nicole, sem eles esse colégio seria o purgatório. As pessoas fúteis que estudam aqui, fizeram da minha vida um inferno, até que o Dan e a Nic começaram a estudar no CUN e brigaram com todo mundo que enchia meu saco e fazia bullying comigo. Algum tempo depois, minhas fotos começaram a aparecer em outdoors e nas propagandas da TV, aí esses abutres interesseiros fingiram me aceitar.
Observo alguns alunos sentados no gramado tomando sol, enquanto outros passam quase correndo para não se atrasar, olho a hora constatando que ainda é cedo. Luan Álvares nunca me deixaria atrasar.
Um sorriso se abre em meu rosto assim que vejo Dan se aproximar pela imensa passarela que leva até o prédio de três andares que abriga nosso colégio. Assim que me vê, um sorriso genuíno se abre nos lábios carnudos do meu amigo e ele corre segurando a alça da mochila, os cabelos encaracolados pintados de azul, batem desajeitados na testa. Braços com músculos definidos me envolvem e sou girada no ar. O perfume cítrico de Dan toma conta da nossa pequena bolha e ele me põe no chão. Os olhos caramelo, me analisam enquanto ele leva a mão com as unhas bem feitas até o queixo definido em um gesto exagerado.
— Uau! Você está mais linda esse ano. — Comenta piscando para mim.
— Obrigada, Dan. Mas você sabe que não acredito em uma palavra sua né? — Digo dando um leve empurrão em seu ombro.
— Que isso, gata? Tô falando sério.
— Você é meu amigo, então não conta. — Brinco olhando para os lados a procura de Nic. — Onde está a Nicole? Ela sempre vem com você.
