- 𝖒𝖆𝖗𝖎𝖑𝖞𝖓 𝖓𝖔𝖙𝖙

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[Aviso de gatilho: menções de agressão sexual e estupro.]

MARILYN NOTT

Um soluço percorreu meu corpo enquanto eu olhava para minha barriga, a vergonha tomando conta de todo o meu corpo.

Parecia que eu estava inchado. Eu parecia tão feia e meu corpo está mudado e eu odeio isso. O que as pessoas vão pensar na escola? Quando eu apareço com a barriga inchada? Eles notariam? Eles me diriam que estou ficando maior e preciso parar de comer? Mais lágrimas correram dos meus olhos com o pensamento.

Coloquei um suéter grande sobre minha cabeça, que era de Theodore, e fiz meu caminho para fora do banheiro para ir à cozinha. Limpei as lágrimas do meu rosto, eu odiava estar grávida. Eu não chorei tanto em anos.

Quanto tempo duraria as férias de Natal? Acho que não posso mais estar na mesma casa que Draco. Não consigo tirar a imagem da minha cabeça, como ela o estava tocando. Da mesma forma que ele me deixou tocá-lo.

Fico doente toda vez que penso nisso. Eu e Narcissa temos conversado muito, e ela ainda não sabe. Além de mim não quer que ela saiba porque Draco realmente, realmente fodeu tudo e não há como perdoá-lo.

A cozinha estava vazia, exceto Blaise, e ele estava preparando uma sopa. — Aqui. — Ele passa a tigela para mim quando me sentei, estreitando as sobrancelhas. — É para você. Theo me disse que você deveria comer–

— Theo? — Eu questionei, minhas sobrancelhas se estreitando. — O que você quer dizer?

Blaise balançou a cabeça. — Ele sabe, Marilyn. Assim como eu. Estou um pouco chateado por você não ter me contado primeiro, mas eu teria falado para Malfoy eventualmente, especialmente porque ele é o pai.

Porra.

Puta merda.

Oh meu Deus.

Praticamente pulei do banco e fui encontrar Theodore. Correr machucou meu estômago, então tentei desacelerar, mas acabou doendo de novo. Eu odeio isso.

Theodore estava no quintal, no jardim com Pansy e Malfoy, me fazendo parar no meio do caminho. Theo me notou primeiro, e me deu um olhar que me disse 'precisamos conversar'. Ele se levantou e caminhou em minha direção, entrando e de repente, minhas mãos estavam suando.

Não falo com Theo desde que ele gritou comigo. — Theo..

Ele se sentou na mesa da cozinha, e eu me sentei no banco em que estava mais cedo. — Eu só quero saber por quê, Marilyn. Por que você dormiria com ele? Por que você não tomou uma poção depois–

— Eu pensei que sim, Theo — eu engasguei, meu lábio inferior começando a tremer. — Depois que aconteceu eu fui para a festa – e eu realmente não conseguia lembrar o que aconteceu depois de mim e Malfoy. Eu pensei que tinha tomado uma poção–

— Obviamente você não tomou — Theo retrucou para mim, e Blaise interveio, dizendo a ele para parar de descontar coisas em mim.

— Não é como se tivesse acontecido de propósito, Theodore — levantei-me e cruzei os braços, segurando as lágrimas. — Nenhum de nós quer um filho agora. Eu não estou apta para ser mãe, e Draco? Ele nem deveria saber. Eu não quero que ele saiba. Eu não quero carregar seu filho. Ele me odeia.

Theo rolou a língua no interior de sua bochecha. — Você está certa, Marilyn. Eu sei que não foi de propósito. — Ele balançou a cabeça se levantando e se aproximando de mim. — Mas eu estou com medo por você.

Limpei o nariz. — Eu vou chegar antes do fim das aulas, a menos que o pai venha me visitar, então eu não vou vê-lo.

Theo passou os braços em volta de mim, e eu o abracei de volta. — Eu só não quero que você se perca durante tudo isso. Estou com medo de tudo acontecer com você, Marilyn. Ter um filho, não é – não é uma piada–

— Obviamente eu sei disso — eu estreitei meus olhos em fendas para ele. — Como você sabe, Theo? Você não está carregando uma criança–

— Pansy quase teve meu filho — ele sussurrou, olhando para o chão.

Minha cabeça começou a girar. — O que?

Ele acenou com a cabeça. — Foi no ano passado, e nós dormimos juntos. A mesma coisa aconteceu comigo que aconteceu com você, eu acho – eu pensei que tinha dado uma poção para ela, mas eu esqueci porque eu estava festejando depois. Mas ela.. ela abortou devido ao estresse.

O medo de perder meu bebê estava me dominando. Eu não queria perdê-lo, ainda é uma criança. Tem um batimento cardíaco em algum lugar dentro do meu estômago.

Acordei choramingando, e não era eu.

Eu tinha adormecido no sofá da sala, um cobertor cobrindo meu corpo enquanto eu me mexia. Quando abri meus olhos, rapidamente percebi que era Draco pelo cabelo loiro e pelo jeito que ele estava se abraçando.

Ele empurrou algo para longe, mas nada estava lá. Olhei para ele novamente com as sobrancelhas franzidas, observando-o começar a chorar em seu sono. — Draco?

— Pare... — ele choramingou novamente, empurrando alguém para longe de sua virilha.

Meu coração doeu, mas meu estômago afundou no chão. Eu posso odiá-lo agora, especialmente pelo que ele fez, mas eu sei que ele provavelmente está pensando em Astória agora. Eu me levantei do sofá, seu choro ficando mais forte. Partiu meu coração vê-lo chorar, mas não é a primeira vez.

— Draco — eu balancei seu peito, mas ele chorou ainda mais. — Acorde, por favor. — Eu balancei seus ombros, vendo-o finalmente acordar.

Ele ficou tenso, afastando minhas mãos dele e sentando-se ereto, enxugando os olhos. Suas bochechas estavam vermelhas, seu corpo inteiro quente, mas eu não me importei. Eu me importava se ele estava bem.

Eu fui segurar seu rosto, ele empurrou para trás, seus olhos ainda arregalados. — Não me toque.

Por que meu coração se despedaça? Por que meus olhos se enchem de lágrimas? Ele está com medo, com medo. Eu também era assim quando aconteceu comigo pela primeira vez. Eu empurrei Theo para longe. Mas com Draco, parecia diferente. Sou eu. E doeu que ele não queria que eu o tocasse. Mas eu posso entender o porquê também, e eu odeio isso.

— Draco–

— Eu fiquei bêbado — ele fungou, começando a chorar novamente. Ele trouxe os joelhos até o peito. — Ela não parava. — Um soluço saiu de sua boca. — Eu–

— Draco, respire — eu implorei.

Ele balançou a cabeça, mais lágrimas caindo. — Eu não a afastei. — Ele soluçou, e levei um momento. Ele está falando sobre Evelyn. — Eu não podia. Eu não sabia o que estava fazendo até você entrar.

Agora meus olhos estavam definitivamente lacrimejando.

— Eu não consigo me lembrar de nada depois disso — seu nariz estava ficando vermelho, lábios tremendo e mãos segurando sua camisa. — Estou com medo de que ela não tenha feito outra coisa e eu não consigo... não consigo me lembrar.

Ele olhou para mim, eu senti meu mundo inteiro quebrar. Suas pernas caíram, seus braços subindo e em volta da minha cintura, puxando meu estômago para sua cabeça.

— Eu não faria isso com você — ele chorou, levantando minha camisa para esfregar meu estômago. — Com vocês dois.

𝐒𝐓𝐎𝐋𝐄𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 | 𝐃. 𝐌𝐀𝐋𝐅𝐎𝐘 +𝟏𝟖Onde histórias criam vida. Descubra agora