Capítulo 1

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Segunda-Feira | 06:00

~ Potter narrando ~

São exatamente seis horas da manhã, quando meu despertador começa emitir um barulho ensurdecedor - para mim, que ainda estou sonolento. - sinalizando que já estava na hora de levantar.

Preguiçosamente, levanto-me, ficando sentado na beirada da cama, esperando minha alma voltar ao corpo.

Logo, ouço batidas na porta do quarto.

: Entre.. - Digo arrastado, ainda estava morrendo de sono.

Válter: Ainda dormindo, Potter? - Pergunta meu tio, adentrando o quarto.

Moro com meu tio e sua família desde meus 9 anos, quando meus pais morreram, em um acidente de carro.

: Eu já estava levantando. - Digo rapidamente.

Eu e meu tio não nos dávamos muito bem, aliás, não me dou bem com ninguém desta casa.

Válter: Ande logo, se você se atrasar, isso não vai acabar bem! - Ameaça, saindo do quarto logo em seguida.

Bem, como já disse, eu e meu tio não nos damos nada bem. Porém, a pior parte de tudo isso é que além de arrogante, ele ainda é bem agressivo.

Lembro-me como se fosse ontem, da primeira vez que meu tio levantou a mão para mim.

Eu tinha apenas 10 anos.

~ Flashback On ~

: Tio, eu juro, não quebrei o brinquedo! - Digo amedrontado, abaixado no cantinho do quarto.

Nesse dia, meu primo, Duda, havia ganhado um barco de brinquedo, como presente de aniversário.

O problema é que meu primo me odeia, e assim que ficamos sozinhos, ele deu um jeito de estraçalhar aquele maldito barco, logo gritando desesperado, chamando ao pai, que veio correndo ao seu encontro.

Quando meu tio chegou ao quarto, Duda me acusou de ter quebrado o barco dele, por inveja.

O garoto chorava descontroladamente, chegava a soluçar. Cínico!

Meu tio ficou furioso, pois segundo ele, o barco havia sido caríssimo.

Eu tentava me explicar, mas Duda sempre me atropelava, dizendo ao pai para me corrigir.

Válter: Está chamando meu filho de mentiroso, órfão? - Meu tio pergunta, furioso.

: N-não! Só estou dizendo que não foi eu! - Falo, com esperança de quê ele acredite em mim.

Duda: Mentira papai, não acredite nele! - Disse, se metendo. - Eu estava brincando com o barquinho e ele o pegou de minha mão, eu o pedi de volta, mas ele o jogou no chão e começou a estraçalha-lo! - Continuou com a encenação, enquanto chorava horrores.

Válter: Calma filho, papai resolve isso aqui. - Falou, se virando para encarar aquele demônio. - Pode nos deixar sozinhos, por favor? - Disse, já desenroscando a cinta de sua calça.

Duda sinalizou um "sim" com a cabeça, fazendo o pai voltar sua atenção à mim, que já esperava pelo pior.

Antes de sair, vi meu primo dar um leve sorriso, enquanto me encarava.

Logo que Duda saiu do quarto, meu tio partiu para cima de mim, me espancando com aquela cinta de couro.

~ Flashback Off ~

Depois daquele dia, as surras ficaram bem constantes, e as vezes nem tinham motivos.

Quando fiz dezesseis anos, as surras cessaram um pouco, mas não pararam por completo.

Mas cresci, ganhei músculos - por mais que não sejam tantos. - e agora aguento mais, sem muita dor.

Resolvendo parar de pensar no passado, decido ir tomar um banho ligeiro, para poder ir ao colégio decentemente.

[....]

Já havia tomado banho, me trocado e me perfumado. Agora, estava na cozinha, sentado à mesa, comendo cereal, apressadamente.

Duda: E ai, órfão, como vai? - Perguntou meu primo, adentrando a cozinha.

Pois é, os anos passaram, mas a implicância de Duda não!

Não o respondi, apenas continuei comendo meu cereal, enquanto o assistia pegar uma tigela vazia, logo enchendo-a com sorvete e cereal, e sentando-se à minha frente.

Duda: O gato comeu sua língua, órfão? - Perguntou, com a boca cheia.

: Não fale de boca cheia, é nojento! - Digo levantando-me, indo até a pia e lavando o recipiente em que comi.

Duda: Eu não perguntei! - Respondeu, ainda de boca cheia. - Pronto pro primeiro dia de aula, órfão?

Sim, hoje era o primeiro dia de aula, infelizmente.

Eu realmente não estava preparado, pois isso significava que teria que voltar à encarar aquelas pessoas chatas do colégio, na qual me zoam.

Me limitei à somente acenar com a cabeça para Duda, sinalizando um "sim".

Duda se levantou apressadamente, lavando sua tigela e correndo para pegar sua mochila.

Ao que tudo indica, estávamos atrasados. Fudeu!

Sendo lembrado da ameaça de meu tio, corri até a sala e peguei minha mochila que estava jogada no sofá, logo saindo de casa e indo em direção ao colégio, praticamente correndo.

The Teacher | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora