Capítulo 4: Hora do desabafo

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Dean abaixou a cabeça, ouvido as palavras duras de John, sabendo que era melhor não contestar porque o mais velho parecia genuinamente furiosos. Sentada ao lado do filho, Mary encarava o marido com desgosto.

— John, Dean fez o que achou melhor.

— Ele devia ter me consultado antes!

— Ele é um adulto! — Mary retrucou, se levantando, encarando o marido no mesmo nível. — Ele vai assumir tudo quando nós dois não estivermos mais aqui. Ele é um dos melhores que temos aqui, só o Sam se compara, para de tratá-lo como uma criança!

— Se ele não tem responsabilidade então não merece ser tratado como adulto.

Dean suspirou, sabendo que John estava falando sobre seu fracassado casamento de novo. O casamento infeliz do qual ele estava exausto e implorando para que acabasse logo.

John nunca entenderia o divórcio.

— Vou ajudar o esquadrão de Gabriel a achar Miguel e acabar com essa guerra antes que pessoas inocentes acabem morrendo. — disse, se levantando da cadeira, olhando para John com o máximo de seriedade que conseguiu. — O fato de que meu casamento acabou não diminui a qualidade do meu trabalho.

Dean saiu da sala, passando pelos corredores, cumprimentando brevemente os moradores. Os que tinham treinamento estavam armados, sendo essa a nova medida de segurança até que Sam e os outros responsáveis terminassem de refazer os sigilos.

Esbarrou em alguém no meio do caminho, pensando em mil e um xingamentos, mas desistindo de tal quando viu quem era.

— Ah, oi, Charlie. — cumprimentou, forçando um sorriso para a amiga, que franziu o cenho.

— O que foi que houve?

— Nada. — respondeu, balançando a cabeça. — Além do que você já sabe, nada.

A ruiva apertou os olhos, se aproximando do amigo, o encarando intensamente. Os dois tinham crescido juntos no bunker. Infelizmente, ela sabia muito bem quando ele estava mentindo.

— Hora do desabafo. — ela afirmou, pegando a mão do amigo e o puxando pelos corredores, direto para o quarto de Dean.

— Ah, Charlie! Não! Eu não quero.

— Você sabe que vai se sentir melhor depois de falar.

— Mas eu não quero falar.

Meia hora depois, Dean estava sentado em sua cama, com Charlie na sua frente, uma garrafa de cerveja quase vazia na mão, desabafando todos os seus atuais problemas em cima da melhor amiga, que o ouvia atentamente.

— Eu não aguento mais ele me tratando como se eu fosse uma criança! Eu tenho trinta e seis anos, Charlie! Aí agora, porque estou me divorciando, para ele eu tenho sete.

— Olha, isso é uma merda, mas eu sinceramente não estou surpresa.

— Como assim?

— Dean, seu pai vive através de você e Sam. — a ruiva disse, se movendo no colchão para ficar mais próxima do amigo. — Lembra quando Sam foi para a faculdade? Ele ficou furioso, disse ao Sam que não era aquela a vida que tinha planejado para ele. Como se ele tivesse que planejar algo para o Sam. Ele criou uma fantasia e quando o filho saiu dessa fantasia que ele criou para viver o próprio sonho, ele surtou.

— Sim, eu me lembro disso. — Dean concordou, por um momento se perdendo nas memórias. Foi uma época muito complicada quando Sam foi para a faculdade. O loiro ficou arrasado por se distanciar do irmão, mas foi ainda pior quando Sammy voltou, completamente quebrado emocionalmente porque sua namorada tinha sido assassinada por um espírito vingativo.

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