Lembranças de um passado

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A neve caía sobre o chão, branca e fria como a pureza do melhor ser vivo, mas uma gota a deixou conturbada, uma gota vermelha a tocou. Sangue, o sangue mais puro que ali existia, agora caia sobre a neve.

- Não, por favor! Você não pode ir assim, meu amor! Eu te amo!

01/09/1758

A cidade estava em silêncio, nada passava nas ruas de Columbia, o som de dentro do castelo era ensurdecedor. Gritos indicavam uma futura progenitora omega gritando para dar à luz, e assim se fez.

- Nasceu, majestade! É uma menino alfa lupus! - a parteira dizia a mulher enquanto segurava o pequeno menino em suas mãos, era belo como todos da família real.

Olhos de grandes, pele branca e cabelo negros.

- Você, meu único herdeiro, se chamará Jeon Jungkook! - a mulher beijou a testa de seu filho e autorizou um guarda real a introduzir a nova notícia a cidade.

Ao topo do castelo, em uma varanda virada para a cidade todos escutaram.

- Jeon Jungkook, o próximo rei de Columbia nasceu! - a cidade gritou em alegria.

Mas algo estava errado, o fio vermelho, a parte mais importante da próxima geração, Jeon Jungkook não o tinha inteiro, estava pela metade, cortado ao meio como se sua alma gêmea já tivesse morrido.

O que faria Jeon Jungkook sem um pretendente? Sem alguém para amar e ter uma família?

01/09/1779

- Como assim não acharam até agora? Meu filho faz agora vinte e um anos! Será o rei e vocês não conseguiram achar ninguém para casar com ele? - a ainda rainha gritava com sua conselheira real.

Hoje seria o aniversário de 21 anos do futuro rei, que assumiria o trono e a responsabilidade de criar um reino. Entretanto faria tudo isso sozinho, já que seu famoso fio vermelho era cortado.

- Mãe? - o mais novo entrou na sala fazendo com que os guardas e conselheiros reais o reverenciasse.

- Filho, você gostou de alguém no café da manhã? Algum omega ou beta lhe chamou atenção? - a mulher segurou o rosto de seu filho como sempre fazia. Queria o proteger de tudo, mesmo sabendo que logo logo ele a protegeria.

- Mãe... - o garoto retirou as mãos de sua mãe de seu rosto e sentou na cadeira, pegando o fio vermelho que era amarrado em seu pulso assim como o de todos no mundo. - Está vendo? Cortado! Meu fio está cortado desde o dia em que nasci! Não há o que fazer!

Enquanto a pequena discussão acontecia no topo do castelo, um menino chamado Park Jimin lavava as roupas brancas da realeza. O omega estava sujo e suado, mas nada tirava a beleza do menino, o corpo delicado, os cabelos loiros e o rosto branquinho.

- Está fazendo errado outra vez! Você não aprende? - um beta mais velho gritou com o menino pela quinta vez no dia. O omega sabia porque era o único a ser tratado assim. O fio vermelho. Não poderia sair nunca do castelo, pois nunca arranjaria um marido. Seu fio não tinha comprimento, foi cortado no dia em que nasceu.

O fio vermelho - Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora