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Pedro voltou ao corredor principal e foi mais que ligeiro conversar com o rei, já não o via com bons olhos, sentia uma leve pontada de agonia por se aproximar dele, mas era o certo a se fazer. Iria ajudar o mascarado e tirar seu povo das garras desse monstro. Abriu então a última porta e deu de cara com Adonin, parecia preocupado, mas não ousou se intrometer, o servo logo pediu desculpas e saiu correndo desesperado, pelo que Pedro entendeu, ele foi em direção a cozinha do castelo. Logo pensou que ela devia estar pegando fogo, só assim para explicar a pressa toda, depois perguntaria com mais calma o que ocorria lá. Ouviu seu nome ser chamado e se lembrou do motivo de estar ali, foi em direção ao trono onde se encontrava o monarca.

— Estou aqui, meu rei - as palavras saíram como navalhas cortantes na garganta do garoto.

— Então? Se decidiu? - Perguntou esperançoso.

— Sim, vou aceitar e trabalharei de bom grado no lugar de meu pai, honrarei seu antigo posto. - Disse se curvando levemente para não parecer tão nervoso.

— Não, não tens noção de como fico grato, mas precisarei lhe pedir algo ainda mais delicado, quero que a partir de hoje more neste castelo - Disse em tom sério, seu olhar era como algo cortante que atravessava as camadas de Pedro até sua alma

— Mas meu pai sempre voltava para nossa casa, por que disso agora? - Já não bastava trabalhar para o sujeito, teria que dividir até o teto?

— Seu trabalho vai se intensificar, vão ser as mesmas funções de seu pai, mas com um bônus, me entende? - Levantou a sobrancelha esquerda com um sorriso presunçoso no rosto.

— Ah, sim, entendo sim. Irei começar amanhã, certo?

— Sim, poderá trazer suas coisas, se quiser pode pedir a ajuda de algum servo.

— Entendido, obrigado pelo trabalho, vai ser um belo jeito de ocupar minha mente. Até amanhã, meu rei - Se curvou e então se dirigiu a saída, iria agora para Lumine, colocaria enfim a faixa de seu pai.

Após passar na lojinha das fadas costureiras, Pedro comprou algumas coisas com o pouco dinheirinho que tinha, precisava estar mais apresentável a partir de agora, não queria ter de ouvir reclamações de um certo alguém. Daria início ao plano, que mais parecia um caminho direto até uma guilhotina qualquer.

— Não vejo a hora de acabar com a raça daquele farsante!

— Que farsante meu jovem? - Perguntou um senhor bem velhinho, que vendia frutas numa barraquinha ao lado do poço, na praça da cidade.

— A-ah, é… uma pessoa me deve dinheiro e não quer me pagar, vou fazer com que ele pague! - Disse levantando um tom de raiva, tom esse que saiu natural sem perceber.

— Oh! Entendo, espero que tenha sorte, garoto. - Disse o velhinho com um sorriso meigo.

— Eu também espero meu senhor, agora, pode me dizer o preço das frutas? Estão com uma cara ótima…

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No quarto do castelo, esse que parecia mais uma masmorra, John continuava inquieto com as coisas que ocorriam em sua volta, estava aflito pela ordem que recebera e se preocupava com sua irmãzinha, não conseguia imaginar as atrocidades que aquele monstro faria com ela caso desobedecesse qualquer ordem. Queria sair dali, voltar para sua vida normal, ou pelo menos poder ver as pessoas que conheceu ali, sentia saudade de Pedro, a de Adonin nem tanto, pois o via diariamente, mesmo que poucas vezes.

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