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— Mandem chamar Pedro, imediatamente!

Os soldados correram até a cozinha para chamar o menino, ele já estava se despedindo dos cozinheiros para ir dormir após tirar um tempinho de descanso e comer alguma coisinha antes de ser coberto pelo manto de Morfeu. O dia havia sido intenso para ele, nunca imaginou que seria tão cansativo arrumar um quarto. A cozinha era um dos únicos lugares em que Pedro se sentia acolhido no castelo, ele vivia por ali quando era pequeno. Adorava esperar por seu pai enquanto brincava com colheres e panelas menores, dizia que quando crescesse seria o maior cozinheiro no reino, todos fariam fila para provar de sua comida.

— Suponho que terei de deixar meu sonho para trás… – refletiu cabisbaixo ao se lembrar das brincadeiras de criança.

— Pedro, o rei ordenou que lhe chamasse.

— Oh! Certo, já estou a caminho – cambaleando de sono e cansaço, Pedro se dirigiu até seu rei.

Quanto mais andava, mais longos pareciam os corredores, suas pernas já quase não sustentavam todo o peso disposto sobre elas, praguejava aos montes sobre o tirano que havia lhe chamado, só queria descansar sem ser amolado.

— Me convocou, senhor? - perguntou com voz embargada por conta da sonolência.

— Sim, preciso que faça algo para mim amanhã bem cedo, quero que leve uma carta a uma pessoa muito importante, não posso confiar em mais ninguém a não ser você. - Disse num tom sério, com o cenho franzido e mirando diretamente os lumes de Pedro.

— Certo, era só isso? Estou morto de cansaço, quero saber se posso me retirar… - Perguntou esfregando os olhos que já não aguentavam mais exercer suas funções.

— Sim, somente isso, deve descansar muito bem antes de partir amanhã, o caminho que irá pegar não é tão curto, poderá ir acompanhado de dois guardas para que sua segurança se mantenha em bom estado.

— Claro, se me der licença, preciso ir. - Disse e virou-se, iria descansar agora, não sairia da cama por nada, nem se o castelo estiver em chamas.

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Na manhã que se erguia preguiçosamente junto de Pedro, os preparativos para a viagem já se findavam, partiriam em alguns instantes, carregavam tudo o que iriam precisar, para qualquer situação que lhes surgisse. Havia três carruagens, a primeira que guiaria a comitiva levava alguns soldados, a segunda levava Pedro, a carta de extrema importância e mais dois guardas para a escolta, a terceira e última trazia todo o tipo de mantimento inimaginável, haviam coisas suficientes para uma guerra.

— Realmente precisaremos de tudo isso? O senhor havia dito que seriam poucos guardas, mas não imaginei que seriam só os que iriam no mesmo veículo junto a mim e mais quatro, pensei que fosse algo rápido, voltaremos em dois dias, temos quatro barracas além do necessário. - Pedro disse incrédulo com a excessiva carga de coisas que observava a sua frente.

— Sim, tudo é necessário. - Ao contrário do que levava a terceira carruagem, a resposta que recebeu foi simples, curta e sem exageros. - Preciso que partam imediatamente ou irão chegar tarde da noite em seu destino.

Enfim, com o último comando e todas as despedidas, eles seguiram viagem, após algumas horas o caminho revelava a Pedro uma zona diferente da qual ele habitava, era… verde, azul, em algumas pequenas, bem pequenas, partes rosa ou roxo. Os sons dali diferiam também, eram algo como assovios e folhas se mexendo, sem a ajuda do vento, galhos secos se quebravam às vezes, era possível perceber algumas patinhas tocando o chão, mesmo com o barulho feito pela carruagem e a sua velocidade devido à pressa, aflorando todos os seus sentidos o garoto conseguia prestar atenção nesses mínimos detalhes, ou talvez só fosse tédio por passar horas sentado e sacolejando dentro daquela coisa, não aguentava mais a viagem, o que lhe confortava era já estar no meio do caminho.

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