Malia
Depois que ele sai fico encarando a porta por um tempo. Sei quem ele é, Nick; é famoso entre as meninas. Não é de minha sala mas faz oficina de humanas comigo as sextas á tarde, tenho certeza que essa é a primeira vez que nota a minha existência.
Mal tinha percebido sua presença ao meu lado até ele me beijar. No instante que juntou nossos lábios tudo passou a ser ele.
Enquanto sentia meu corpo se acalmar só conseguia ficar o analisando, e sentia que ele fazia o mesmo. Seus cabelos são bem pretos; não são muito curtos, mas também não chegam a ser longos, tem olhos claros; não sei dizer se azuis ou verdes, talvez os dois.
Ele parecia preuculpado. Não gostei dele ter me visto no banheiro, sei que me ajudou mas odeio que me vejam fraca assim.
Sou tirada de meus pensamentos pela entrada de Lina no banheiro. Parece afobada. Acho que deve ser minha culpa.
--Malia!-- Ela quase grita ao me ver; consigo observar seus ombros baixarem de alívio. Ela morre de medo de eu fazer algo que não deveria, é a única que sabe das minhas crises --Eu estava te procurando, rodei a escol inteira atrás de você.
Eu sei, queria dizer, mas nada sai de meus lábios. Sei que ela estava me procurando, ela sempre está.
--Como está? Parece mais calma do que estava quando a vi correr da sala. Tentei ir atrás de você, só que a Less me parou no corredor e começou a falar e...
Ela para de falar quando percebe que eu não disse palavra alguma. Sinto como se uma parte dela desmoronasse toda vez que me vê assim. E odeio fazer isso com ela.
-- Não vou nem tentar te fazer falar porque sei que não vai. Mas eu sou sua amiga de banheiro, até quando você escolhe um fedido como esse.
Dou um sorriso, e faço isso porque é impossível não sorrir para ela. Se o mundo fosse um pouco mais Lina estariamos muito melhores.
--Olha, eu só vou trancar a porta porque não tenho vontade nenhuma de algum garoto entrar aqui e nos achar deitadas no chão do banheiro.
Ela vai até a porta e a trancar antes de vir até mim e se acomodar ao meu lado. Ela olha fixamente para minja mão, então acompanho seu olhar, tem um corte na vertical, e tem bastante sangue. Não sei como não notei antes.
--Ei, não é nada juro. Foi um acidente, acabei caindo quando cheguei aqui, bati minha mão no vazo-- minha voz está rouca e baixa --Parece pior do que está, nem estou sentindo dor.
Ela me olha por uns segundos, como se não acreditasse em uma só palavra. Mas sei que ela nao vai perguntar nada, sabe que se eu não falei é porque não estou pronta.
--Jura Malia?-- pergunta ela, estendendo o dedo indicador.
--Juro.-- Falo, e estendo o dedo tocando o seu.
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𝑂 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑐𝑎𝑜𝑠
Romance"Comecei a chorar desesperadamente, e soquei com tudo o vaso, acho que machuquei a minha mão, mas não é certeza, minha visão está totalmente embaçada, sei que tem muito barulho em volta, porém não consigo identifica-lo, meus sentidos estão muito con...