Azriel | Livre de Novo (pt. 1)

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Azriel x leitor fem. (Irmã do Lucien)
Aviso: Esse capítulo tem menção a estupro, violência e mutilação, sequestro e carcere privado
Palavras: 2673

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    Só mais uma noite. Era o que eu ficava repetindo todas as vezes que ele descia para aquele maldito porão. Foram mais de duzentos anos nisso, desde o dia em que fui encontrada naquela floresta sozinha. Raptada e escravizada. Mantida trancada em um porão para servir de diversão para ele.

    Quando eu era pequena, eu acabei me separando do meu irmão e me perdendo na floresta, quando um bruxo antigo chamado Damian apareceu e me levou. Eu nunca mais pude ver minha família, por mais que eu não me desse bem com meu pai e com os meus irmãos mais velhos, eu me dava bem com minha mãe e meu irmão gêmeo. Todos os dias, eu fechava os meus olhos e tentava imaginar como seria se eu tivesse obedecido ele, se eu não tivesse me separado dele e ido pelo lado oposto. Imaginando se ele já havia achado alguém que o amasse, alguém para compartilhar o resto da sua vida.

    Meus pensamentos são cortados quando escuto um barulho alto vindo do andar de cima. Eu rapidamente me sentei na cama e me encolhi no canto, com medo de que fosse ele. Com medo de que ele estivesse bravo, porque quando estava, ele sempre descia e descontava em mim.

    Mas nada aconteceu, tudo estava em silêncio, até eu escutar vozes baixas. Era mais de uma pessoa, ele não estava sozinho. Foi quando um pouco de esperança me foi concedida. Eu sabia que não ia adiantar gritar, minha voz não passaria de um sussurro, então recorri a pequena chama de poder que ainda tinha em mim, que eu vinha guardando a alguns meses para usar em minha fuga.

    Me levantei da cama com certa dificuldade, me concentrei e ateei fogo na cama, na esperança de que a fumaça e o cheiro passassem pela fresta da porta e chegasse no andar de cima. Para que a fumaça não piorasse meu estado, rasguei uma das mangas da minha roupa e molho ela no balde de água que tinha. Indo até um canto do pequeno cômodo e me sentando lá, esperando que quando abrisse a porta, não fosse aquele velho nojento, ou alguém pior.

    Não demorou tanto para que a porta do porão fosse aberta, e um grupo de pessoas desceu pelas escadas. Uma delas, uma fêmea de cabelo loiro e olhos azuis acinzentados, jogou desesperadamente água na cama, apagando o fogo. Ela logo direcionou seus olhos para mim, me fazendo encolher ainda mais no canto, com medo de que fossem como ele, que me machucassem ou me usassem também.

-Pela Mãe.-disse o macho de olhos violeta se aproximando.

    E como reflexo, eu levanto minhas pernas até meu peito e ergo minhas mãos na frente do rosto, como se estivesse me protegendo de um ataque. O som de seus passos pararam, insinuando que ele havia parado de se aproximar.

-Ela está apavorada.-disse a voz do macho de novo.

-Não precisa ter medo.-disse
uma voz doce e suave, me fazendo abaixar um pouco as mãos para olhar a fêmea dos olhos claros.-Não vamos te machucar. Eu sou a Feyre. E esse é o meu parceiro Rhys.-disse apontando para o macho dos olhos violeta.-Aqueles ali são nossos amigos, Cassian e Azriel.-aponta para dois machos com asas que estavam atrás dela.-Viu? Ninguém aqui vai machucá-la. Está tudo bem.

    Eu já tinha abaixado minhas mãos, mas ainda me mantinha grudada na parede. Meus olhos passavam por cada um deles, mais especificamente no macho que tinha sombras ao seu redor. Tinha alguma coisa nele que me trazia paz, que me fazia confiar. Então toda a paz sumiu quando a voz daquele velho atingiu os meus ouvidos.

-O que fazem aqui?!-disse ele descendo as escadas com fúria.-Eu disse para não saírem daquela sala. Que não era nada de mais.

-Nada de mais? Bom então por que não começamos com o fato de que estava pegando fogo?-disse o macho de cabelos compridos com raiva.-Ou que tinha uma fêmea presa aqui embaixo junto do fogo em?

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