garoto de olhos vermelhos

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De baixo da quela chuva eu choro até ela se esvair... Levanto a cabeça e escuto os pássaros cantando, as gotas da chuva escorrendo das folhas e pingando nas pequenas possas de água formadas no chão. Eu enchugo minhas lágrimas olhando ao redor.

Não há quase ninguém por perto, só alguns carros passando na rua. As pessoas saíram por causa da chuva; Eu me levanto da cadeira de madeira da praça e vou andando até sentir a quela sensação novamente.

Eu olho ao redor e de repente eu vejo um garoto, encostado em uma árvore no meio das árvores, ele é alto, usa um capuz preto com algo estampado e uma calça vermelha. Ele me olha de vagar como se estivesse me analisando

Eu fico paralisada o olhando, de repente uma senhora toca no meu ombro.
- olá mocinha, precisa de algo? Você está encharcada - uma voz doce e suave.

Eu a olho um pouco confusa e depois olho novamente para as árvores e ele sumiu, como a criança da última vez, eu fico pensativa mas a senhora me convida para tomar um chocolate quente.

Ela foi muito carinhosa comigo, o tempo inteiro, ela mora em uma casa bonita e grande, uma casa cheia de amuletos como bonequinhos e até flores.

- oque a garotinha fazia na quela chuva? - ela se senta em uma cadeira de balanço a minha frente.

A gente está na sala onde tem uma grande janela com uma cortina branca, essa janela da de frente para a praça onde eu sempre fico.

- bem eu... Sempre venho aqui, não sabia aonde me esconder da chuva então só fiquei lá - eu falo olhando para a janela.

- ah, eu sempre te vejo aí... Todas as tardes eu vejo você sentada no mesmo banco, olhando para o vento ou as árvores - sorrir para mim.

- sério? - eu fico um pouco pensativa, o porque que ela sempre me observa na praça sentada na quelé banco...

- sim, você me lembra muito a minha neta, ela gostava dessa praça - tomando o chá aponta para um quadro.

- sério? Oque aconteceu com ela? - olho para o quadro, realmente a garota de parece bastante comigo.

- ela havia saído para brincar como sempre fazia toda a tarde, até que ela desapareceu... Ninguém viu para onde ela foi ela só sumiu - ela me fala olhando para a chicara.

Eu fico com pena dela e muito pensativa, mas chega a hora de eu ir embora, ela insiste muito para pagar um carro para mim porque está ficando escuro de mais as ruas, mas eu falo para ela que sempre ando por aqui então sei me cuidar... Me lembro que a neta dela também sempre brincava na quela praça.

Eu sinto uma dor no peito a cada passo em direção a minha casa, uma sensação tão dolorosa.

Eu vejo uns caras bêbados passando por mim e me olham de um jeito estranho, eu apenas os ignoro eles começam a tira graça comigo. O problema é que ainda não estou perto de casa, isso me assusta muito

- ei docinho - vindo atrás de mim com seus amigos com passos rápidos e agressivos.

Começo a ficar desesperada até um cara sair do beco e me encara, ele apenas passa por mim e de repente não escuto mas os passos, eu me recuso a olhar para trás com medo.

Sinto alguém tocar no meu ombro, sua mão é pesada mas seu toque é de uma forma carinhosa, eu sinto a quela sensação novamente e olho para trás olhando em seus olhos vermelhos como sangue, ele é um garoto alto e com capuz preto...

- você? - olhando nos olhos dele

- não fique com medo de mim, não vou te machucar - ele me segue até em casa. A noite foi longa e estranha, eu me senti acolhida então quando cheguei na porta de casa e a quela vontade de dar meia volta e correr da li chega eu olho para ele com os meus olhos cheios de lágrimas e choro.

Ele me acolhe sem fazer nem uma pergunta, eu sinto que ele sabe de alguma forma então também não o conto nada... Meu padrasto grita cada vez mas alto atormentando a minha noite.

Mas uma noite mal dormida e perturbada... Mas isso só era o começo da quela noite...

Na quela noite meu padrasto gritava com a minha mãe como um louco, não estava entendendo o motivo dessa briga, ele falava coisa com coisa. Aposto que ele está bêbado como em todas as brigas

De repente um barulho alto vem da sala que me faz levantar da cama rapidamente, esse foi o último barulho que escutei, depois um silêncio tomou o local.
Eu me levanto e me dirijo até a sala de vagar com passos leves e calmos, lá eu vejo a minha mãe jogada no chão com a cabeça sangrando e o meu padrasto olhando para o corpo dela sem saber oque fazer.

Depois ele me olha com um olhar sério, um olhar que nunca vi em seus olhos.
- isso é culpa sua... Sua pirralha, isso tudo é culpa sua - ele vem em minha direção com uma fúria e eu corro subindo as escadas, indo para o meu quarto.

Lá eu me tranco e começo a chorar, chorar tanto que não consigo nem pensar no que fazer. Meu padrasto chuta a porta igual um louco, eu fico cada vez mas desesperada com oque está acontecendo.

Parece que ele Empurro a minha mãe no momento da briga e ela bateu a cabeça no balcão, por isso o balcão tinha rastro de sangue.

Eu penso em todo tipo de coisa ruim, até em deixar ele entrar no quarto e me matar de uma vez... Mas, estou com medo.
A campainha toca e ele olha em direção a porta assustado

- você ligou para a polícia? Ou será quê é um vizinho? - confuso ele vai até lá e eu apenas escuto um mísero barulho que parecia um grito abafado mas cortado ao meio.

Pensei logo que ele avia machucado mas alguém e me levanto rápido de perto da porta e olho a janela, talvez a queda não me mate mas me deixaria bem ferida. Olhando para baixo alguém bate na porta, gentilmente e eu olho na direção.

- que? - assutado pergunto, sinto que não é meu padrasto... Não sei, essa sensação que eu sinto, medo misturado com confiança.

Vou até a porta de vagar e abro me tremendo de medo e quando vejo, é o garoto de olhos vermelhos e capuz, ele sorrir para mim, em sua mão ah uma faca grande que parece com um cutelo, seu moletom pinga gotas vermelhas no chão.

Ele me olha e percebi que estou assustada com ele assim
- calma, esse sangue não é meu - quando ele fala essas palavras ele dar caminho para eu andar e eu saio do quarto e olho no corredor, meu padrasto em pedaços.

Não sou acostumada a ver esse tipo de coisa então eu dou um grito e ele me segura por trás enquanto eu me contorço para sair de seus braços eu desmaio.









Continuação...

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