Tastes like strawberries [seongjoong]

Capítulo III

Meu Alfa, Meu Ômega

Era segunda-feira, perto do horário de Seonghwa sair da faculdade. O ômega tinha insistido muito para que Hongjoong o levasse para casa no domingo, afinal, dizia que não podia ir para a faculdade vestindo as roupas dele.

Não foi fácil. O moreno tentou convencê-lo de que podiam comprar roupas novas ou até mesmo pegar algumas peças no apartamento antes de voltarem para a mansão, mas o Park foi incisivo: queria dormir em casa antes de ir para a aula.

Entraram em acordo quando o mais novo sugeriu que Hongjoong dormisse ali. Era a primeira vez que isso acontecia naquele pouco mais de um ano em que estavam juntos, mas ficou feliz por estar cruzando algumas barreiras antes impostas pelo tipo de relacionamento que viviam.

Seonghwa não tirava o colar do pescoço por nada, resmungando cheio de manha quando sujou as pedrinhas de sabonete durante o banho, mas já havia se acostumado com a ideia de guardar a peça ao menos naquele momento. Dormiram juntos na cama do ômega naquele último dia do fim de semana e o Kim fez questão de levá-lo até a faculdade antes de voltar para a própria casa para se arrumar e então ir para a empresa.

Estava estacionado na frente da universidade quando avistou seu garoto cruzando o campus. Os olhos do alfa sempre eram atraídos para ele, como algum tipo de campo magnético que os prendia um ao outro. O de cabelos rosados sorriu e acenou, se despedindo de uma colega antes de apressar o passo em direção ao carro. 

Mesmo que ele estivesse todo sorridente, Hongjoong notou algo diferente no ômega; ele estava um pouco tenso, as bochechas avermelhadas e a respiração pesada. Havia também o cheiro. Parecia mais doce e mais… chamativo.

— Hwa, está tudo bem? — Foi a primeira coisa que conseguiu dizer, antes mesmo de cumprimentá-lo.

— Eu acho que… meu… — Mordeu o lábio cheinho enquanto desfazia dois botões das casas superiores da camisa clara que vestia. 

Ele não precisou terminar de falar. Os feromônios do ômega preencheram o carro como uma nuvem quente, sufocante, envolvente. Não precisava ser muito inteligente quando os instintos de alfa gritaram em sua mente, fazendo as presas cutucarem a gengiva em seu estado mais primitivo, desperto exclusivamente pelo de cabelos rosados: Seonghwa havia entrado no cio e estavam em um lugar muito exposto, o que poderia chamar a atenção de outros alfas.

Rosnou baixo e olhou ao redor, segurando o volante com força; só precisava sair daquele lugar antes que mais alguém fosse atraído para o seu ômega. Nunca seu lobo havia estado tão possessivo quanto naquele momento. O instinto de proteger o que era seu o deixava alerta.

Seonghwa choramingou ao seu lado, um meio gemido, meio lamento. Seus olhos eram de um azul claro e intenso. Era a primeira vez que o via assim, corado e ofegante sem sequer ser tocado.

— Alfa… eu preciso de você… — O ômega sussurrou, o encanto dos genes do lobo deixando Hongjoong tonto.

Nunca tinha passado o cio do ômega ao lado dele. Sempre que a época chegava, Seonghwa ficava esquisito e se afastava, trancado em casa e sem atender suas ligações. Pelo menos isso explicava o comportamento dele na última semana. Sabia que ele sofria sozinho, mas não queria invadir o espaço do mais novo. Agora era um pouco tarde para voltar atrás, mas se ele não quisesse, daria um jeito de o manter seguro e voltar para a própria casa.

Deu a partida, ainda um tanto atordoado quando pegou a estrada principal em direção ao apartamento do Park, que ficava mais próximo do que a mansão.

Hongjoong estava angustiado. Era um tormento para um alfa estar tão próximo de um ômega exalando aquele tipo tão intenso de feromônio. Tudo em Seonghwa o convidava para tocá-lo, para trepar, para atar, como um instinto primitivo do lobo que pensava única e exclusivamente como o animal selvagem que era, mas fez um esforço além da conta para se focar no fato de que não podia passar por cima dos desejos do namorado apenas porque ele era guiado pela fera interior e os olhos azulados e brilhantes diziam que era ele quem estava no controle naquela hora.