Sweet Escape - Kim Yeri & Kang Seulgi

01 | Pedestal

Kim Yerim acordou tarde, como de costume. Por crescer em uma vida cercada de eventos de luxo, graças ao pai que é político, Yeri sempre soube se portar em festas. Sabia seu melhor ângulo, e também o momento exato de sorrir pra câmera e para os convidados. Puxar conversa com os hosts, e também com os empresários do ramo de cosméticos, no qual ela costumava cobrar altos cachês publicitários.

Ainda que os raios de sol já começassem a entrar pela janela e incomodar Yeri, a garota só acordou por causa de batidas persistentes na porta.

— Hm... depois eu vou tomar café.

— Seu pai quer se reunir com você agora antes do almoço.

— O quê? – Yeri remontou sob os lenções de algodão egípcio.

— Sim, ele tem algo importante pra te falar.

— Não adiantou o assunto?

— não, falou que tem que ser pessoalmente.

— Ai.. – Ela massageou as têmporas. – Pra quando é essa reunião?

— O mais rápido possível.

— Que ótimo, hein... – Ela diminuiu o tom de voz. – Já que é assim, vai esperar.

— Mas não se atrase, Yeri. Senao ele te tira daqui do jeito que voceê estiver.

— Sei como é peça. – Ela se espreguiçou. – Obrigada Matilda, já 'to indo.

Yeri não demorou pra colocar os pés no tapete felpudo, que forrava até o closet. Geralmente ela tomava um banho matinal, mas como seu pai solicitava sua presença com urgência, ela fez as a higiene matinal, e resolveu colocar uma maquiagem bem leve, apenas para esconder suas olheiras de suas noitadas.

Em seu closet, ela escolheu um conjunto rosa que tinha ganhado de cortesia da Bluberberry., com um scarpin preto. Era uma combinação um pouco formal até mesmo pra ela, mas Yeri quis passar esse ar profissional para seu pai.

Ao sair do quarto, a jovem passou pela cozinha e foi direto para o escritório de seu pai, entrando na porta sem ao menos bater.

— Por que você tem que marcar uma reunião? — A voz dela ecoou no ambiente grande. .

— Porque só assim você me levaria a sério.

— uau, já vi que está bem afiado hoje.

— É porque não suporto mal-educação. Deveria ter falado bom-dia.

Yeri suspirou e sentou na primeira cadeira próxima, ao seu pai. O Kim era um homem de meia-idade, com algumas falhas no cabelo, mas suspostamente, nenhuma falha de caráter. Gostava de tudo metodicamente arrumado.

— Desculpa, pai. – Ela falou. – Fiquei um pouco atordoada ontem...

— Como foi a festa ontem? – Ele também se sentou e pareceu interessado no relato da filha.

Ao contrário de outros homens poderosos, Kim Yoobin não era do tipo obcecado em trabalho. Yeri poderia sim reclamar da rigidez dele, mas nunca se queixa de que ele não era presente em datas comemorativas, e passeio. Logo após o expediente, ele fazia questão de voltar para casa e assistir televisão com Yeri e sua ex esposa, Yujin.

A senhora Kim morreu de um atentado a bomba, que era direcionado à ele. Desde o ocorrido, o governador tinha desenvolvido uma obsessão com segurança, principalmente de Yeri.

— Mas desculpa tomar seu tempo. – Ela se ajeitou na cadeira. Seu estomago já dava sinais de fome e ela queria encurtar a reunião pra poder tomar café da manhã. – Por que me chamou aqui?

— Fiquei muito preocupado em deixar você sair ontem sem segurança...

— Ontem o que mais tinha no evento eram seguranças. Tinha até uma lista inteligente.

— Eu sei, mas contratei uma funcionária nova.

— Funcionária?

— Sim, ela me foi bem recomendada. – Ele abriu um largo sorriso. – E por considerar o histórico dos outros agentes, espero que ela fique bastante tempo.

Yerim soltou uma risada forçada ao lembrar que o máximo que um guarda-costas dela ficou a seu serviço foi no tempo de um ano.

Envolver-se romanticamente com Yeri era uma das cláusulas de demissão do contrato, e que a garota fazia questão de comunicar ao seu pai quando um deles infringia a regra.

Yeri gostava muito de infringir aquela regra, e aceitar um novo desafio para conquistar. Mas daquela vez, seu pai tinha sido muito esperto.

— Bom... Pelo menos eu vou ter alguém com quem comprar na Prada quando a Nayeon estiver ocupada

— Ela vai estar em horário de trabalho e não passeando

— ai, mas ela vai poder dar a opinião dela, sim. A não ser que ela não goste de moda...

— Acho melhor você perguntar pra ela. – O homem digitou uma mensagem e logo uma mulher abriu a porta.

A jovem estava vestida de preto da cabeça aos pés. O cabelo, ainda que amarrado, era visivelmente bonito e bem comprido. O conjunto de blazer e calça preta cobriam boa parte da pela da jovem, e contrastavam com sua pele clara.

Apesar de não ter muita altura, o olhar dela era sério e muito intimidador.

— Pai... – Ele tossiu. — Achei que tinha contratado uma segurança e não uma modelo.

O homem abriu a boca para responder, mas a própria segurança foi mais rápida.

— Por um acaso acha que não sou competente?

— Calma aí, eu não disse isso... – A Kim levantou—se.

— mas julgou minha aparência

— foi um elogio, ok?

— no momento, só quero elogios quanto ao meu trabalho.

— Pois eu venho te elogiar desde já, Kang Seulgi. Não é todo mundo que tira a Yeri do sério.

— Espero fazer jus ao seu voto de confiança.

— Claro. — Ele ajeitou o próprio par de óculos. — Coloque ela na linha, Kang.

Yeri sentiu o estômago remexer.

— Preciso comer. — Ela se levantou. — Alguma coisa bem doce, de preferência.

— A matilda fez bolo de morango. Seu favorito.

— Ah, acho que ela já preveria a minha reação. — Yerim sussurrou.

A jovem saiu do escritório e foi seguida por uma silhueta chamada Kang Seugi.

Um problema que não deixaria Yeri em paz tão fácil.