Entre Laços De Amor - Markhyuck

Capítulo 2

Donghyuck sentia tudo a sua volta rodar, girar se sentia inclusive de ponta cabeça, ele diria que levar um soco no estômago seria mais suave e menos doloroso do que ter escutado aquilo. Queria pegar Chenle e Jisung e fugir para alguma ilha isolada na América Latina, talvez tivesse menos riscos de algo assim acontecer consigo.

- Hyuck? - Jiyoon questiona preocupada com o estado estático em que o cliente e amigo se encontrava - Acho que matamos ele - Ela diz olhando para Kihyun com as feições preocupadas.

- Ele está em choque - Zhou Mi fala - Imagina receber uma notícia dessas.

- Nunca vou me acostumar com esse tipo de situação - Kihyun reclama baixinho e sai da cadeira indo preparar uma água com açúcar ao mais novo - Donghyuck? Você consegue me escutar?.

Mesmo estando perplexo ele escutava tudo o que diziam a sua volta, só não conseguia raciocinar a ponto de falar algo, por conta disso simplesmente mexeu a cabeça em concordância, os olhos vidrados na xícara de café a sua frente.

- Hyuck - Zhou Mi suspira - Isso não é o fim, tão pouco dizer que você vai perder a guarda.

- Exatamente! Esse cara tá chegando agora, até ele provar realmente qualquer coisa, ainda terá o teste de DNA, a aceitação do juíz a qualquer coisa, o juizado de menores - Kihyun começa a listagem - Terá também que ter todo um acompanhamento dos assistentes sociais e olha, vai envolver três países nisso tudo.

- A Coreia porquê o Chenle mora aqui e é você que tem a guarda dele - Jiyoon foca e friza essa parte para que o Lee tenha total consciência disso - A China, porquê o Lele é chinês e o Canadá.... Ou seja, um processo que leva um ano vai levar no mínimo cinco, seis e por aí vai.

- Além disso, você pode decidir se quer ou não que Mark tenha contato com o Chenle nesse meio tempo - Zhou Mi se intromete.

Donghyuck levanta a cabeça e olha o teto em segundos pega o copo que Kihyun havia lhe oferecido e bebe todo o conteúdo que havia nele.

- E-eu tenho quanto tempo até ele chegar aqui? - Pergunta o mais novo em um fio de voz.

- Uma semana eu acho - Jiyoon responde - Ele ainda precisa sair da China e arrumar algum advogado aqui na Coréia também.

- Isso significa que eu vou precisar de um advogado canadense? - Donghyuck cruza as sobrancelhas em dúvida, sua cabeça estava zunindo.

- Não - Zhou Mi quem responde - Por você ter a guarda de Chenle, você não precisa provar nada ao governo então não precisa, só a gente já está bom - O chinês sorri educado - E mesmo se por algum motivo você precisar, o juizado de menores seja da Coreia do Sul ou da China são obrigados a fornecer a você sem nenhum custo.

Donghyuck balança a cabeça, pelo menos não teria que se preocupar com isso por agora, ao menos não dentro dessa semana.

- E quanto ao Sung? Eu corro algum risco de perder ele também? - Pergunta aflito, não iria suportar perder seus dois filhos de uma vez.

- Aish', eu não deveria falar nada - Kihyun suspira - Mas como você só tomou porrada até agora - O assistente social brinca para não chorar - A guarda definitiva do Jisung já está na mesa da juíza, e só falta a assinatura dela para a aprovação, ou seja, no máximo mês que vêm você vai ser chamado para ir ao tribunal buscar o papel da guarda.... E então acabam as visitas - O Kim suspira cansado como se tivesse cantado algum rap.

Donghyuck sorri abertamente esquecendo da preocupação em seu peito e mente.

- Isso é incrível! - O Lee fala rindo em felicidade - Eu não sei nem explicar o que eu tô sentindo!.

- Isso é só mais um motivo do juíz da China também lhe dar a guarda definitiva do Lele - Zhou Mi comenta.

Toda e qualquer alegria que Donghyuck tinha em seu corpo se dissipou em um piscar de olhos.

- Quando minha mãe disse que os sonhos se realizavam, não pensei que os pesadelos também estavam inclusos  - O mais novo brinca.

- É aquilo, fazer piada com o próprio trauma - Jiyoon sorri e se levanta para abraçar rapidamente o Lee - Você é mais forte do que imagina.

- Hyuck se sinta abraçado por mim! - Zhou Mi fala e o mais novo sorri concordando com a cabeça.

- Você precisa de alguma ajuda? - Kihyun pergunta interessado - Sabe que se precisar é só me ligar não sabe?.

- Eu sei, obrigado, de verdade - Donghyuck sorriu.

A conversa não durou mais vinte minutos, o assistente social e os dois advogados sentiam que precisavam deixar Donghyuck descansar e aproveitar agora com os filhos sem preocupação por pelo menos essa semana.

- Que cara de morto é essa? - Jisung pergunta descendo as escadas com Chenle no braço, o coreano saiu do quarto assim que escutou a porta da casa bater.

Donghyuck suspira e sorri, como se nada tivesse acontecendo a sua volta, como se seu mundo não estivesse a beira de um abismo.

- Nada - Donghyuck diz e olha para o filho - Pode me dar ele, você já ficou muito tempo com ele e sei que não gosta.

Jisung olhou o Lee mais velho das cabeças aos pés fazendo Donghyuck se sentir um tanto exposto como se o adolescente conseguisse ler toda a sua alma e descobrisse todos os seus segredos, e então passou a olhar para Chenle que estava alheio a tudo aquilo e brincava animadamente com dois bloquinhos de montar que tinha em mãos, por fim entregou o garotinho ao coreano mais velho, mesmo que quisesse dizer a Donghyuck que queria brincar junto com eles montando blocos idiotas só para que o chinês pudesse derrubar e em seguida dar risada.

- Tanto faz - Jisung disse e entregou Chenle a Donghyuck que no primeiro contato chorou, o garotinho gostava tanto de seu irmão mais velho.

- Você não quer brincar com a gente? - O Lee mais velho pergunta novamente, mais cedo já havia perguntado aquilo.

- Não, tenho coisas mais importantes para fazer - Reclama e sobe correndo as escadas adentrando seu quarto e fechando a porta.

- Dessa vez ele não bateu a porta pelo menos - Donghyuck diz para Chenle que lhe olhava - Aí filho, papai não sabe o que vai fazer.... Mas você não vai sair dos meus braços tá bem?.

- Bem - Chenle repete a sílaba e da risada.

- Mini papagaio - Donghyuck diz e se senta no tapete da sala ao lado do pequeno.

- Agagaio - Chenle diz enquanto bate as mãos comemorando.

Donghyuck se permite rir e então beija as bochechas gordinhas do filho, em seguida pega seu celular e disca o número do melhor amigo, em três toques o Jaemin atende e o Lee pede que ele vá a sua casa, iria enlouquecer se não tivesse apoio nisso.