hospital

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Eu volto até a cozinha, onde vejo Frisk andar pra lá e pra cá sem parar enquanto murmura alguma coisa que não sou capaz de ouvir.

— hey— digo no sopé da escada.

Ele se vira assustado, seu rosto estava tenso e seus olhos estavam... Estranhos. Mas logo quando ele me vê sua expressão muda drasticamente, ele sorri e seus olhos se suavizam, aquele tom de dourado se tornando doce novamente.

— eu não te ouvi descer as escadas. A quanto tempo você tá aí?— diz se aproximando de mim, sua voz estava calma e melódica como sempre.

— eu acabei de chegar, você tá nervoso? Você estava andando pra lá e pra cá sem parar enquanto falava umas coisas que não consegui ouvir - digo pegando a sua mão e logo levantando a gaze com água oxigenada, pomada e ataduras que eu trazia numa caixinha — ah, eu trouxe algo pra dar um jeito nisso aqui também.

Ele sorri e se senta comigo no sofá, me deixando cuidar da sua ferida sem reclamar em momento algum. Pra falar a verdade ele não esboçou nenhum sinal de dor quando eu apliquei a água oxigenada, o que eu estranhei um pouco.

- quando você disse que não sentia muita dor você não tava mentindo né?

- nem sempre o que a gente sente fica tão na cara assim, eu posso sim estar sentindo dor e mesmo assim manter a cara neutra. Isso depende muito do quão bem tal pessoa sabe mascarar o que sente - diz olhando para a atadura que eu acabara de fazer com uma expressão seria - mas respondendo a tua pergunta: não, não tô sentindo muita dor não *ri*

Eu sorrio de volta e dou um beijo na atadura, agora só esperar cicatrizar.

- eu vou me deitar - digo me levantando e indo em direção ao meu quarto, estava cansada pra caramba. Que dia maluco foi esse jesus Cristo.

- eu vou chamar aqueles dois bestas pra comer, se é que eles já não se mataram a essa altura. Tá tudo muito quieto.

Eu subo as escadas, entro no meu quarto e me deito enquanto olho para o teto. Eu estava pensativa, que que havia sido aquele show no meio do jantar? Por que Frisk- não, melhor... Como Frisk conseguiu quebrar um copo na própria mão?

- não vale a pena pensar sobre isso -digo me virando para o lado tentando dormir.

Mais tarde naquela noite eu escuto algo abrindo a minha porta lentamente, quando eu tento me virar para ver quem é eu sinto um peso na cama atrás de mim. Antes que eu possa perguntar quem é eu sinto dois braços firmes enlaçarem minha cintura e uma fragrância doce chegar até meu nariz.

- tem algum problema caso eu durma com você hoje? -Frisk diz ao pé da minha orelha enquanto me puxa para mais perto.

- c-claro que não - digo me virando,  ficando cara a cara com Frisk - pode ficar aqui sim.

Frisk estava com o olhar cansado, mas mesmo assim mantinha um pequeno sorriso em seus lábios. Ele beija meu nariz e suspira, deve ter sido difícil separar o Chara e o Azzy eu tenho certeza

- você tá bem? Você me parece cansa-

- não acho que você deva ir amanhã

??? Como assim?

- do que você tá falando?

- eu... Eu só acho que... - ele acariciava minha bochecha delicadamente parecendo estar com problemas para encontrar as  palavras certas - você não deva ir... Quer dizer, nós poderíamos ficar em casa fazendo cookies! Ou talvez, sei lá... Qualquer coisa que você quisesse...

- e se eu quisesse visitar o Harry? — eu mal termino de falar e sinto os braços do Frisk enrijecerem — eu não entendo o porquê de você estar tão nervoso com isso, não é nada demais. Eu vou lá por pouco tempo, eu devo voltar antes das cinco.

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