Nova casa... de novo?

422 59 2
                                    

Ao chegarmos em casa o Frisk pediu para que eu esperasse um pouco que ele tinha algumas coisas para resolver.
Eu aproveitei que ele não estava por lá e comecei a analisar mais as coisas que tinham em minha volta, a casa que o governo tinha disponibilizado era até que boa, mas comparado ao castelo em que morávamos a casa era um mero barraco. Eu vou andando por aí, vendo os monstros andando por aí em bandinhos de três ou mais. O local era aconchegante, me parecia que eles tinham dado aos monstros uma velha aldeia que tinha não muito longe da cidade que não era usada há muito tempo
(Froggit)- é meio decrépito mas pra quem já viveu nas ruínas isso não é nada não é?
Eu sorrio e aceno levemente com a cabeça
(Froggit)- eu não me apresentei não? Eu sou um froggit, é um prazer conhece-la senhorita-- ele estende sua mão em minha direção e eu a aperto rapidamente
(S/n)- pode me chamar de S/n-- digo sorrindo para o monstro meio sapo meio humano
(Froggit)- tudo bem então, senhorita S/n
Eu dou uma risada nasal da sua fala, ele parece estar preso na era vitoriana. Não que viver na era vitoriana seja ruim, deveria ser legal.
(S/n)- eu... qual a sua idade "senhor froggit"?-- digo voltando a prestar atenção no ser ao meu lado
(Froggit)- eu sou o mais novo da minha família toda -- diz ajeitando o seu cachecol cor limão em seu pescoço 
(S/n)- então você é tipo o bebê da família?
(Froggit)- podemos dizer que sim-- ele ri e acaba por coaxar no processo-- mas voltando ao assunto, eu tenho... 5016 anos-- diz contando nos dedos algumas vezes
(S/n)- tu-tudo isso?!-- pergunto espantada 
(Froggit)- os monstros envelhecem de uma forma diferente senhorita-- diz cruzando os braços atrás das costas
(S/n)- e-eu sabia disso mas...
(Froggit)- ainda assim é meio chocante não?-- ele olha na direção de uma das casas que estavam sendo reformadas com um ar intrigado-- não é incrível a rapidez que eles conseguem reformar a vila?
(S/n)- eu fiquei surpresa que deixaram os monstros ficarem aqui, podemos dizer que o governo não está 100% perdido-- digo com um gosto amargo na boca ao pensar sobre a política local
(Froggit)- eles só deixaram nós vivermos aqui pois ninguém queria morar aqui-- diz olhando para mim com um certo ar mórbido-- os humanos não vivem mais por aqui
(S/n)- sério? Por quê?
(Froggit)- eu tenho algumas teorias senhorita-- ele anda até um tronco caído e senta nele, me olhando como se esperando que eu me sentasse com ele-- alguns dizem que nesta vila ocorreu um massacre horrível...
Eu me sento ao seu lado, interessada na "possível causa" desta parte mais distante da cidade estar abandonada 
(Froggit)- outros dizem que foi nesta vila que os magos nasceram
(S/n)- magos? Que magos?
(Froggit)- os sete grandes magos, os responsáveis de criar a barreira e nos prender no subsolo 
Eu entendo um pouco o desconforto do froggit de estar aqui, entendo como deve ser difícil ver o seu mundo girar em 180° e você se ver frente a algo completamente novo.
(S/n)- se... se os magos nasceram aqui. Por que será que os outros humanos foram embora?
(Froggit)- talvez por medo de que nós quebrassemos a barreira de alguma forma. Talvez por medo de que nós viessemos atrás deles por vingança 
(S/n)- faz bastante sentido
(Froggit)- mas nós não somos como ele senhorita, eu me recuso a pensar que poderia ocorrer outra guerra-- ele olha para cima, vendo as nuvens-- é extasiante ver as nuvens depois de tanto tempo. Como você pôde se acostumar a ver isso todos os dias senhorita?
(S/n)- eu não sei-- eu imito o seu ato-- é algo comum nos seres humanos só darem valor à algo quando perdemos. Antes de acabar no subsolo eu nunca prestei tanta atenção na vida a minha volta, no céu, no mar. Tudo.
Sinto uma cutucada em meu ombro e ao olhar para o lado vejo o Frisk sorrindo de olhos fechados. Demoro para perceber que ele esta agindo assim por causa do froggit 
(Frisk)-{Eu consegui um tempinho para podermos passar juntos. Infelizmente eu vou estar menos presente para você daqui pra frente}
(S/n)- ta tudo bem, eu entendo. Deve ser difícil lidar com tantas responsabilidades
(Froggit)- quanto tempo senhor Dreemurr -- ele se levanta e aperta a mão do Frisk, cordialmente-- espero não estar incomodando nada
(Frisk)-{Você não está causando incômodo nenhum froggit. Eu só vim aqui atualizar a S/n sobre alguns assuntos}-- assinala rapidamente com as mãos 
(Froggit)- bem, acho melhor eu ir ajudar os outros. Até mais ver senhorita, até mais ver senhor Dreemurr -- diz acenando com um sorriso e indo ajudar um snowdrake a consertar uma velha porta 

(Frisk)- está fazendo amizades bem rápido não?-- diz se sentando ao meu lado ainda de olhos semi serrados
(S/n)- ele é bem amigável-- digo olhando em volta vendo os monstros trabalharem em conjunto-- e também é extremamente cordial. Olha só, só de estar perto dele eu começo a falar de forma rebuscada hahaha
(Frisk)- é. Ele é bem educado, um bom amigo -- diz olhando na direção do froggit e do snowdrake 
Eu seguro a sua mão e encosto minha cabeça em seu ombro
(S/n)- deve ser estressante ser o representante de uma raça não?
(Frisk)- estressante é pouco-- diz suspirando e segurando a minha mão com força-- o pior é que aqueles dois ingratos não movem um músculo pra me ajudar
(S/n)- Você realmente esperava que o Azzy e o sete pele iam te ajudar?
O Frisk não aguenta e desata a rir da minha piadinha. Ele estava sem ar quando voltou a falar comigo:
(Frisk)- s-se-sete pele?!
(S/n)- qual é, ele tem uma má fama que justifica o apelido -- digo rindo também 
Nós ficamos conversando e rindo sobre piadas aleatórias sobre o seu irmão durante a tarde toda. No fim o Frisk teve que ir resolver assuntos na prefeitura, ser embaixador dos monstros é difícil e estressante na visão dele.

    E eu não poderia concordar mais

A caramelized choice Onde histórias criam vida. Descubra agora