Sana estava cansada. Após ter andando quase todo o caminho pois seu dinheiro que usaria para pagar a passagem do transporte molhou com a água da chuva deve que andar por cerca de duas horas até chegar em casa em meio a garoa.
Sentia como se todo o corpo fosse congelar, o nariz já estava entupido e a tosse já era forte e seu peito ardia em dor. Se jogou de baixo do chuveiro com roupa e tudo, o que foi tirando enquanto suspirava aliviada ao sentir a água quente tocar seu corpo.
Aproveitou o banho demorado para relaxar, porém algo ainda lhe incomodava. O que fez Hirai lhe dar carona?
Talvez fosse pena? Ou uma forma de lhe pedir desculpas? Estaria muito melhor se não aceitasse a ajuda mas se sentiu estupida em ter entrado no carro. A imagem da garota lhe olhando lhe causava um calafrio. Apesar de tudo não conseguia gostar dela mas também não conseguia adora-la.
— Isso está errado — sussurrou — sai da minha cabeça, sai — deu um leve tapa em sua própria cabeça.
Três dias.
Três dias se passaram e Hirai não via nem sombra de Sana na universidade. Andou por todos os campus, todos literalmente, o celular da garota já estava descarregado mas antes de desligar conseguiu bisbilhotar algumas notificações que apareciam na tela de bloqueio.
Descobriu por meio de duas mensagens que Sana não tinha namorada e se tivesse ela sabia trair muito bem ela com outras garotas que não paravam de mandar mensagens para ela. Decidiu que não iria ficar de mãos atadas e iria atrás dela, mesmo que parecesse impossível.
Passou na secretaria na intenção de conseguir o endereço mas Kim, a balconista se recusou a passar dizendo que iria vazar dados dos alunos e isso era proibido. Sua última opção foi ir atrás dos amigos da garota que era impossível pois não se recordava direito de nenhum deles ou pelo menos de uma.
Se lembrou do trabalho que caiu no chão quando se barraram, ela cursava fotografia que ficava no último andar do campus, foi até ela procurando em todos os rostos algo semelhante. Até que viu em uma das salas, uma garota de sorriso largo e dentes avantajados que não lhe parecia estranha.
— Oi, licença — se aproximou vendo a garota largar a caneta sobre o caderno e erguer o olhar, surpresa.
— Oh, poderia ajudar?
— Sim. Uh, bem — coçou a nuca — eu lembro de uma garota que andava com você, foi a menina que encontrou a minha carteira.
— Ah, você fala da Sana? — a voz saiu rancorosa, os olhos surpresos agora se estreitaram e Nayeon cruzou os braços — o que você quer com ela?
— Vocês todos de fotografia são tão desconfiados assim? — riu baixo e ao perceber que o comentário não foi o suficiente apenas pigarreou e desviou o olhar — bem, eu estou com o celular dela e preciso devolver.
— Como você conseguiu o celular dela? — se levantou da cadeira.
— É uma longa história mas ela pode te contar depois mas eu preciso urgente devolver já fazem três dias em que eu a procuro mas não encontro.
— Como terei certeza disso? — se aproximou — você a chamou de ladra e agora quer ser amigável? Francamente — riu sem humor.
— Não... eu tentei me desculpar, na verdade eu me desculpei — colocou a mão no bolso da calça — veja, é o celular dela — mostrou.
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Homophobes suck - SaMo.
FanfictionHirai Momo é uma estudante de teologia, de extrema direita e criada dentro de uma igreja católica, noiva e com seu futuro traçado, começa a ter dúvidas sobre suas crenças quando conhece Minatozaki Sana, uma garota assumidamente lésbica apaixonada po...