Homophobes suck - SaMo.

Quatro.

Momo estava sentada no jardim da universidade enquanto usava os fones de ouvido, a música tocava enquanto folheava um livro. Os olhos foram cobertos por um par de mãos geladas e Momo tentou se afastar até escutar a pessoa dizer:

— Adivinha quem é?

A voz era suave e tão angelical que parecia uma criança falando. Momo riu e isso fez com que a pessoa também risse, até que se afastou e olhou para trás. Ao ver quem era, sorriu genuinamente.

— Oi — disse em um tom baixo e viu a garota se sentar ao seu lado — Sana.

— Oi! — a garota respondeu animada e olhou para um lado e o outro enquanto Momo tirava os fones — está sozinha?

— Estou – disse fechando o livro — está melhor?

— Graças a você, o médico disse para eu usar muuitooos remédios — fez uma careta — mas eu estou melhor.

— Espero que tome os remédios certinhos — a olhou desconfiada — se não você vai ver!

Sana sorriu e negou com a cabeça.

— Está preocupada? — a olhou e Momo torceu o nariz — bem, você quer tomar um café depois da aula? — perguntou enquanto olhava a garota.

— Hum... Eu sou muito ocupada então deixa eu ver...

Um celular tocou e Hirai percebeu que era o dela, logo em seguida atendeu, retirando o fone de um dos ouvidos para dar espaço ao seu celular.

— Oi amor!

Sana comprimiu os lábios e olhou para o livro que Hirai estava lendo "teologia religiosa", estendeu o olhar para a garota que conversava ao telefone e se levantou.

— Ok, tchau — Momo afastou o celular e olhou Sana levantar — uh, aonde você está indo?

— Bom, eu tenho aula daqui a pouco — Sana disse enquanto batia levemente na roupa para retirar a grama — preciso me preparar.

— Fotografia? — Momo perguntou e Sana assentiu com a cabeça — ok, aceito tomar um café depois da aula.

— Ah, tudo bem. Valeu — respondeu enquanto acenava — até mais.

— Até!

Sana deu as costas e saiu andando em direção a sala de aula enquanto balançava a cabeça.

— No que eu estava pensando, droga! — murmurou baixinho enquanto dava um tapa discreto em sua cabeça.

•••

Momo tinha a vida perfeita, seu relacionamento era perfeito. Sabia que poderia confiar no namorado de olhos fechados e é claro que, por ter se relacionado muito nova não soube conhecer o que era uma vida de solteiro ou até mesmo a adolescência.

Achava que era perca de tempo jovens estarem tão "perdidos" mas no fundo sabia que isso era apenas uma dor de cotovelo por não ter tido a oportunidade de aproveitar de fato só que não se arrependia de suas escolhas — ou em boas palavras, a escolha de sua família.

Por ser uma garota de família religiosa, Momo sempre foi bem doutrinada a tudo, desde como seria sua vida adulta e como deveria se comportar. Segundo os ensinamentos que Momo acreditava e até o momento segue: mulher foi feita para edificar o lar, portanto ela deveria se comportar como uma verdadeira serva de Deus.