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Eu estava voltando da padaria com uma sacola de pães, eu avisto do outro lado da rua a Giulia, eu abro um sorriso e aceno pra ela, ela me vê, acena de volta e começa atravessar a rua, vem um carro em sua direção, e o carro bateu nela, ela cai no chão e vou até ela.

Eu a seguro em meus braços, a olho frustado e digo:
— Gi, fala comigo —

eu a olho com um olhar mais triste, tento sentir sua pulsação e seu coração não está batendo, então digo:
— Meu deus Giulia, por favor, fica aqui comigo —

Já há uma multidão no meio da rua, ao redor de mim e dela e digo deixando escorrer uma lágrima:
— Por favor não se vá, não me deixe sozinho —

Eu então acordo assustado levantando a cabeça do travesseiro, e a vejo dormindo do meu lado, ufa, era só um pesadelo, mas eu acordei no susto, foi algo muito real, por um momento acreditei que realmente tinha perdido ela, eu a observo dormir novamente, ela dorme tão tranquila, fiquei imaginando o que eu faria se ela realmente fosse, como eu iria me sentir, eu discordei com a cabeça e tentei não pensar mais nisso.

Ah é, ela estava dormindo aqui em casa, ela passou a noite aqui porque os seus pais estavam na sua casa, ela não queria estar no mesmo ambiente que eles, sendo assim, deixei ela ficar aqui.

— O que foi Lucas? — ouço ela dizer enquanto estava absorto em meus pensamentos

— O que? — pergunto voltando meus olhos aos seus

— Por que você estava me olhando desse jeito? —

— Que jeito? — pergunto franzindo as sombrancelhas e sacudindo levemente a cabeça

— Você tá com um olhar assustado, ta tudo bem? — pergunta ela olhando em direção as minhas mãos, vendo eu estalar os dedos e em seguida olha para o meu rosto

— Tô sim, só tava pensando em algumas coisas aqui — digo forçando um sorriso

— Então tá, bom dia aliás — diz ela abrindo um belo sorriso

— Bom dia —

Nós levantamos e fomos tomar café, pela primeira vez nenhum de nós tinha preparado algo, até porque acordamos em sincronia, nós apenas comemos um cereal com leite e um misto quente.

— Eu não tô nem um pouco afim de voltar pra casa, não quero ter que enfrentar o meu pai —

— E se eu for com você? — pergunto voltando meus olhos ao seu rosto

— Tudo bem — ela responde esboçando levemente um sorriso

Nós terminamos de tomar o café e fomos direto a sua casa.

chegamos na porta da casa, me preparo pra bater na porta, ela segura em meu braço e eu digo:
— O que foi? —

— Eu tô nervosa — ela sussura

— Por quê? — acabo sussurrando de volta

— Porque ela me dá medo —

— Não precisa ter medo, eu to com você — digo colocando minha mão sobre a sua, e logo em seguida bato na porta.

— Giulia — diz seu pai espantado

— Bom, pode entrar né, a casa é sua — diz ele me olhando, dando espaço para entrarmos

— Oi Lucas, tudo bem? — prosseguiu ele estendendo a mão

— Opa, seu... — digo com um sorriso meio sem graça, estendendo a mão, esperando ele completar minha frase

— Ronaldo —

— Isso — digo e concordo com a cabeça, soltando-se do aperto de mão

— Filha, onde você tava? — diz sua mãe, chegando da cozinha, com um pano de prato nos ombros

— Eu dormi na casa do Lucas mãe — ela responde envergonhada, olhando para baixo

— Vem cá, vocês não fizeram..? — sua mãe sussura mas mesmo assim consigo ouvir

— Não mãe, a senhora tá maluca?, você sabe que eu não gosto desse tipo de coisa — ela sussurou de volta

— Acho bom —

Em seguida o seu pai, por algum motivo, ficou puxando papo comigo sobre séries de ficção cientifica, e toda vez que a Gi via que estavamos conversando ela dava risada, certeza que ela falou pra ele que eu manjava dessas coisas, sendo que eu tenho pouco conhecimento sobre isso, não sou uma cara muito inteligente.

vou até ela e sussurro:
— Não sei por que você tava nervosa, seu pai é mo de boa —

— É claro que você vai achar isso, ele gosta mais de você do que de mim — ela sussurou de volta, cruzando os braços

— Não, isso não é verdade —

— Como você pode saber? — ela diz alterando sua voz

—Aposto que você nunca se desentendeu com seu pai—

Por um lado ela estava certa, eu sempre me dei bem com minha família, eu podia até ser considerado por muitos um "filhinho da mamãe", e eu realmente não sabia muito o que responder pra ela

Encontro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora