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Lost in Thoughts

Ela sentiu seu mundo desabar, Raine caiu sobre seu colo e seus olhos transbordaram de lágrimas. Não podia, ainda era muito cedo, mal lhe tinha dito tudo o que tinha em sua cabeça. Apenas um som agudo se atreveu a escapar da garganta, ela soluçava chorando mais do que alguma vez chorou. As suas lágrimas cristalinas caiam sobre Raine regando a tristeza. O mundo estava a acabar, todos estavam condenados e o amor de sua vida estava ali a morrer. Luz e King não estavam com ela, isso fazia o seu peito doer. E se estiverem em sarilhos? E se precisarem de sua ajuda? Eda mal se conseguia mover, o seu peito subia e descia com dificuldade, Whispers inconsciente em suas pernas. Era duro ver toda a gente no chão e ela ali bem viva e plena.

"É melhor que acordes Raine." Ela chorou, suplicou, implorou. Só os céus deixariam que elu vivesse naquele momento.

Edalyn jurou que se elu acordasse ê matava pelo susto que lhe pregou. Quando menos esperava o eclipse avançou, parando o feitiço de extração. Ela respirou falhadamente, viu as pessoas acordarem e voltou os olhos dourados para o rosto de Raine.

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Procurava uma palavra, se é que existe alguma, que conseguisse descrever a sua pura tristeza. Não conseguia parar de se culpar como negligente, perdeu seu filho, perdeu sua filha, perdeu sua irmã... Perdeu tudo, só Hooty lhe fazia companhia nestes dias, era duro, mas ele tentava o máximo para que um sorriso pequeno se esboçasse no rosto de Eda. Sua casa foi-lhe roubada, não existia nada para além de suas paredes brancas, tinha os vidros em pedaços espalhados pelo chão com os cómodos sem luz. Ninguém teve a piedade de deixar quanto muito seu ninho, ou até mesmo a fotografia que tinha com seus filhos. Só ela e Hooty... Sua cara continha duas olheiras fundas, quase parecia que tinha levado um murro em cada olho de tão negras que eram. Seu cabelo estava agora curto batendo a meio de seu pescoços tal como tinha quando conheceu King, depois do desastre do dia da unidade a mulher agarrou em seus fios cortando-os apressadamente com a navalha afiada, não queria que nada a irritásse, nem mesmo o cabelo. Praticamente tinha morrido à um mês, não fisicamente, seu corpo continuava ali vivo com os órgãos a trabalhar perfeitamente, mas sua alma tinha ardido durante aquele feitiço. Nada lhe sobrava, esta vida cruel roubou-lhe até o que não era seu, certamente a vida nunca foi uma amiga em que Edalyn pôde contar.

As ilhas estavam uma miséria, praticamente só crianças sobreviveram, os adultos que ainda andavam pelas ruas eram escassos sendo comum ver uma criança a chorar a cada curva. Não era feliz, mas era a realidade. O alimento era um bem raro e os pássaros a voar se tornavam cada vez mais impossíveis de ver. O coletor parecia ter acalmado desde de seu último jogo, estava distraído brincando dentro de sua fortaleza deixando as pessoas viverem, amedrontadas, mas vivendo. O clima lá estava diferente desde então, as nuvens tapavam o Sol que nunca mais foi visto pelos habitantes, sem esquecer o frio que aumentava cada vez mais.

Era uma crise sem dúvida, os sobreviventes criaram hospitais de campanha por todo lado mantendo lá os ditos "adormecidos". Tinham a pele gravada com cicatrizes e ninguém sabia na verdade se estavam vivos ao mortos, assumiram que os que continham cicatrizes por todo o corpo não tinham conseguido tendo esperança nos que ainda tinham algumas zonas sem vestígios de marcas. Raine fazia parte dessas muitas pessoas em coma, Eda o visitava regularmente na esperança de que elu acordasse.
Estava deitada sob o seu saco de cama, pouco das coisas que conseguiu arranjar nas ruas destruídas da cidade. Hooty gostava de desenhar, aprendeu de propósito para tentar melhor o estado de saúde mental da Clawthorne de coração partido, desenhava-os aos dois na esperança que um pingo de alegria caísse sobre ela.

A mulher estava sofrendo, pesadelos e o sentimento de culpa dominavam o seu subconsciente tanto de manhã tanto como de noite. A mesma frase se repetia recorrentementemente produzindo ainda eco para chegar a todos os cantos de sua mente. 'A CULPA É TODA SUA!