Pelas Flechas do Apocalipse | Yoonmin

Genési

Escrito por: Bebeh1320alsey 

Notas Iniciais: Olha eu aqui de novo, agora a estória vai começar de verdade, vamos conhecer melhor os personagens? Tenham uma boa leitura!

~~~~

"Pediram ao lobo para guardar a ovelha."

Provérbio grego

Os seres, sejam eles racionais ou irracionais, não são capazes de compreender algo que foi escrito muito antes de eles sequer estarem no plano de existência dos mundos. Não sou capaz de julgar algo ou alguém pelo que é e nem pelo que foi. Sendo um Daemon, não possuo o que os humanos denominam como moral e discernimento do que é certo ou errado, pois, para mim, isso não existe.

A única coisa certa e imutável é o destino, então, Afrodite se apaixonar pelo poder e pela ganância de Ares enquanto Ares se apaixona pela beleza e vaidade de Afrodite, estava escrito muito antes da Guerra dos Titãs e da criação do mundo dos homens.

E mesmo que os dois tenham tido seis filhos, todos lidando com algo denominado pelos humanos como amor, nenhum deles é tão especial e tão prestigiado por todos os deuses como Eros.

Embora não possa vê-lo, já que não enxergo e nunca poderei fazê-lo, sei que é um dos mais belos deuses que, não só pisaram no Olimpo, como também na terra de todos os seres mundanos.

Eros é tudo aquilo que poetas humanos descrevem como "poesia do ser e do sentir", não apenas por possuir flechas banhadas a ouro e paixão ardente e, assim como eu, agir utilizando somente o sentir e o saber — já que suas flechas também atuam em prol do destino e, uma vez que esse é imutável, o efeito delas também é —, como também pelo fato do deus exalar um amor tão pungente e tão intenso por onde passa, que todos caem em seus encantos.

Mas ninguém é tão devoto a tal criatura quanto sua mãe. Sempre esteve escrito que Afrodite teria um filho e faria de tudo por ele sem medir as consequências para tais atos. Eros nunca fica longe dela por muito tempo, e a obedece como o bom filho que ele é e que ela o faz ser.

Contudo, assim como consta em meu livro de leis que Afrodite teria sete filhos com Ares, está igualmente descrito que um deles seria aquele a quem todos deveriam prestar atenção, mas ignoraram completamente a existência.

E esse é Anteros, o deus do amor (não) correspondido, que, opostamente a Eros, não utiliza flechas de ouro, mas sim de chumbo, e não deixa rastro algum de amor por onde passa. Ele lida com tudo o que tal emoção traz de positivo e negativo para um ser e, assim como é consciente de todo amor retribuído, é vingador de todo aquele que não é; essas concepções e atitudes se mostram no modo como ele lida com todo o seu amor parental não recompensado por sua mãe e menos ainda por seu pai.

Tudo começa pelo motivo de o seu nascimento ter sido o fato de o irmão Eros não poder crescer sem ter o seu amor correspondido. Como o deus do amor era uma criança solitária, não tinha outro alguém para fazê-lo viver sua infância da maneira dita correta. Assim, para fazer com que o seu primogênito pudesse enfim se desenvolver, Afrodite gerou Anteros.

Desse modo, a única razão para a sua existência sempre será o bem-estar do irmão mais velho, e, para um deus, viver à sombra de um semelhante é como ser jogado nas profundezas do Tártaro pela eternidade.

Deuses são naturalmente nutridos por emoções e sentimentos mundanos, podendo ser de origem dicotômica, entre o bem e o mal, ou rompendo a linha tênue entre aquilo que dizem que é certo e errado e aquilo que é ou pode vir a ser.