V- Inundações

130 7 0
                                    

- Ele não está aqui! - disse Miranda assim que Taylor entrou na casa.

Ambos começaram a chamar e procurar pelos lugares onde geralmente Hermann costumava se esconder dentro de casa.

- A porta dos fundos estava aberta. Eu fui jogar o lixo hoje mais cedo, não reparei que ele saiu. - disse Miranda com a voz chorosa.

- Calma! Vai ficar tudo bem! - respondeu Taylor.

- Coloquei comida e água, mas ele não apareceu! Ele ainda não foi microchipado - respondeu Miranda agora de fato começando a chorar.

Taylor a abraçou.

- Vamos procurá-lo! Vai ficar tudo bem!

Eles pegaram seus casacos e saíram a procura de Hermann na vizinhança até escurecer e ficar realmente muito frio.

Ao voltar para casa, Miranda se sentia vencida pelo cansaço físico. Ela se sentia completamente impotente.

Olhou para o canto onde Hermann geralmente se alimentava na cozinha e começou a chorar novamente já convencida de que nunca mais o encontraria.

- Vamos descansar! Amanhã distribuímos alguns cartazes e perguntamos para alguns vizinhos se eles não o viram, ok? - disse Taylor antes de beijar a testa de Miranda e abraçá-la.

- Será que ele está com fome?

- Eu não sei, querida! Vamos descansar, está bem? Eu fico com você aqui essa noite e se encontrarmos ele amanhã, nós passamos a noite no meu apartamento ou vemos o que fazemos.

Taylor pegou Miranda pela mão e a conduziu em direção às escadas.

Por mais que tentasse, era muito difícil fazer com que Miranda se sentisse bem. Taylor também se sentia mal pelo sumiço do animal e esperava que no dia seguinte pudessem encontrá-lo.

É difícil ser forte agora, mas alguém tem que fazê-lo.



Miranda não conseguia dormir direito, ficava se mexendo na cama.

Por volta das três horas da manhã se levantou, ainda preocupada e por achar que podia de alguma forma reencontrar Hermann.

- Onde você vai? - perguntou Taylor sonolento e preocupado.

- Vou beber água! - respondeu ela automaticamente ao sair pela porta.

Miranda desceu as escadas até a sala de estar e se sentou no sofá. Havia um brinquedo de Hermann no meio das almofadas.

Uma sensação estranha invadiu seus pensamentos. Ela colocou a mão no peito ao sentir palpitações, tentou respirar fundo, mas o que precisava mesmo era chorar.

Sentiu um vazio estranho lhe invadir. Ela precisava de fato chorar tudo aquilo.

Não era só pelo Hermann.

Ainda assim, se lembrou das vezes em que brigou com ele por estragar algo ou se colocar em risco. Se lembrou do dia em que abriu a caixa de presente e lá estava ele tão pequeno que cabia na palma de sua mão.

Se lembrou da generosidade e preocupação de Taylor.

Até mesmo de sua mãe, que a ajudou a cuidar de Hermann no início.

Sentiu mais uma vez culpa por ter passado mal, por ter deixado a porta aberta, por se sentir daquele jeito e não forte como sempre achou que fosse.

Essa não sou eu!

Seu coração estava em pedaços.

Miranda abriu uma pequena fresta da porta de entrada e se sentou no sofá montando guarda em sua própria casa.

A Connection Between Us (Connected part. II)Onde histórias criam vida. Descubra agora