X - Tufões

152 10 2
                                    

Quando Taylor saiu da casa de Miranda, sentiu como se um tufão tivesse passado por ele. Havia um zumbido constante em seus ouvidos. Havia uma enorme sensação de que uma onda o engoliria a qualquer momento. Seu coração batia acelerado. Respirava ofegante.

Quando entrou no carro e bateu a porta com força, Taylor esfregou seus olhos tentando não deixar que suas lágrimas caíssem, respirou fundo e deu partida no carro acelerando e cantando pneu até a esquina.

Precisava ir para casa, trocar suas roupas úmidas, mas dirigiu automaticamente para o estúdio.

Quando parou o carro no estacionamento, se deu conta de onde estava e não queria mais ter de voltar atrás...

Taylor ficou pensando no que havia acabado de escutar de Miranda. Ela havia passado dias sem falar uma só palavra com ele. Ele havia a levado para casa. Eles fizeram amor!

Passaram a noite juntos! Será que isso não contava?

Ele sentia como se tudo o que já havia dito para ela, tivesse sido jogado fora no esgoto com a descarga.

Os pêlos de sua nuca se arrepiaram ao se lembrar da noite anterior, do toque de Miranda, da resposta física dela ao toque do corpo dele.

Taylor baixou a cabeça de olhos fechados ao se lembrar da sensação que era ter Miranda em seus braços. De como era acordar ao lado dela.

Ele a amava. A amava loucamente e não sabia mais como fazer para que ela entendesse isso.

Seus sentimentos haviam sido feridos por meia dúzia de palavras ditas naquela manhã, por um milhão de outras que não tiveram coragem e oportunidade de dizer.

Quando a onda de emoções o atingiu, Taylor percebeu que teria dificuldade de trabalhar com a pessoa que havia ferido seus sentimentos de uma maneira tão intensa.

Piscou algumas vezes antes de uma lágrima solitária escorrer de seu rosto e cair direto em sua blusa, unindo a umidade fria de suas roupas com a gotinha salgada de seus sentimentos.

"Uma gotinha tão pesada como uma onda forte daquelas que varrem tudo para o oceano!"

Oceano esse, que agora estava revolto. Cheio de sentimentos confusos. Cheio de dor e incompreensão...

"Miranda é um tsunami!"

Taylor se sentiu incapaz de poder fazer Miranda se sentir feliz e acolhida naquele momento. Parecia que tudo o que ela queria, era que Hermann voltasse pra que tudo voltasse ao normal e ele havia sido inútil por não tentar o suficiente. Por não ajudá-la como ela precisava. Por não conseguir trazer normalidade aos sentimentos dela.

Eles já haviam conversado sobre aquelas lembranças, sobre a dor que aquilo causava neles, mas o sentimento de que precisava fazer algo para salvar Miranda, ainda era muito forte em Taylor.

Ele não contou para Miranda, mas também sonhou com Miller algumas vezes depois do sumiço de Hermann. Com o crescimento de suas preocupações, os sonhos se tornaram mais frequentes.

Em um de seus sonhos, Miller levava não só Miranda, mas Hermann para o mesmo galpão onde ela foi encontrada e o lugar explodia com o clarão do dia em que Miranda teve o ataque de pânico.

Taylor se sentia fraco, cansado, adoecido.

A constante preocupação de Miranda em encontrar Hermann o fazia ter pesadelos terríveis. Com isso, passou a dormir pouco e quando podia, tirava um cochilo ou outro em meio a espera das gravações. Isso o deixava destruído.

Logo, todos começaram a notar que Taylor tinha dificuldade de se concentrar no trabalho.

Sempre tinha pesadelos com o dia em que quase havia perdido sua vida tentando salvar a vida de Miranda. Jamais esqueceria do olhar de Miller e de se sentir tão assustado com o que foi capaz de fazer para salvar a pessoa que ele amava.

A Connection Between Us (Connected part. II)Onde histórias criam vida. Descubra agora