Doce verdade.

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Com o antebraço apoiado sobre a própria testa, faziam por volta de meia hora que Taehyung olhava para o teto; seu olhar era vago, ele não sabia o motivo de não conseguir dormir, ele não entendia o porquê de todos os ômegas que existissem no mundo, apenas o professor de literatura lhe chamasse tanta atenção, apenas ele lhe fizesse sentir coisas que nunca sentiu com ninguém.

Suspirando fundo, o Kim virou-se para o lado direito com um tanto de dificuldade pela dor que sentia nas costas e fechou brevemente os olhos, mas diferente de outrora, hipóteses de que seu professor poderia sim ter um alfa começaram a martelar sua cabeça a ponto de não conseguir adormecer.

Taehyung se perguntava o motivo de seu coração parecer estar tão apertado. Será porque estava nervoso por pensar que Hoseok, seu professor, poderia ser pai de um filhote e ter um alfa? Ou será que era porque Hoseok poderia ser um ômega marcado? Não... Taehyung descartava esta última ideia, pois caso o Jung fosse realmente compromissado, com certeza saberia, sem dúvidas.

Passando a mão por seus fios, Taehyung mais uma vez se remexia na cama, fazendo uma careta por lembrar do momento no qual sentiu o cheiro azedo — ao seu ver — daquele cara estranho — também ao seu ver — denominado como SeokJin. Suspirando fundo novamente, o Kim apenas desejava descansar e que seus sentimentos não lhe perseguissem mais, como se fosse só um adolescente cheio de hormônios, que estava apaixonado por um ômega e praticamente implorando para que ele lhe desse um pinguinho de atenção. Porém, com a sua (não) sorte, em partes era isso o que ocorria.

Com a madrugada tornando-se dia, Taehyung continuava com os olhos bem abertos, e por mais que em algumas horas tenha vacilado e conseguido dar uma cochilada, os pensamentos sobre seu professor ainda lhe acompanhavam.

Taehyung sabia que era diferente ter uma atração por um mentor, deste modo sendo o aluno 'encantado', porém para si, Hoseok não era qualquer professor, ele era adorável, carismático e parecia se importar com o seu bem estar. "Hoseok não é aquele cara chato, não, não mesmo! Hoseok merece alguém legal, Hoseok... é definitivamente um ômega dócil, bonito e, com todo o respeito, fantástico", Taehyung pensava abobalhado, perdendo-se mais uma vez nos pensamentos que envolvessem o professor de literatura.

Franzindo o cenho, Taehyung coçou os olhos com os punhos quando seu pai abriu a porta do quarto, lhe assustando e deixando com que a claridade do cômodo afora tomasse o lugar da escuridão, que naquele segundo, o Kim começou tanto a apreciar. Murmurando alguma coisa baixinho, Taehyung bocejou e forçou a visão para enxergar melhor o mais velho, este que estava de braços cruzados e com uma expressão nada boa no rosto. "O que eu fiz?", o alfa perguntou-se um tanto confuso.

— Pai... o que foi? O senhor está bem? — Ele sentou sobre o colchão e resmungou pela dor que sentiu. — Já deu a hora dos remédios? Do café da manhã? — Taehyung também adquiriu uma careta na face.

— Eu que te pergunto se está bem, Tae. — Suhan andou até o filho, tocando-lhe o rosto e notando que o mesmo não estava quente, muito menos com a garganta irritada ou vermelha, desta forma, não tendo sintomas de uma possível febre. — O que deu em você?

— Como assim?

— O seu cheiro está por toda a casa, filho. — falou, preocupado. — Sente que entrará no cio essa semana? — O ômega sentou na cama ao lado do filhote, apanhando a mão do mesmo e a acariciando.

— O quê? Não, pai. — Negou rapidamente com a cabeça. — Meu... meu cheiro não está tão intenso assim.

— Claro que está, Tae. Fiquei preocupado caso estivesse aqui sozinho, por isso quando acordei vim correndo.

Vanilla.Onde histórias criam vida. Descubra agora