• Moony •

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— Oi... - um homem não muito alto com cabelos longos e lisos em um tom levemente escuro de loiro diz, minha mãe já falou muito dele - Me desculpe por te assustar, sua mãe pediu para eu ver se está tudo bem por aqui. - encaro ele da cabeça aos pés e volto minha atenção aos seus olhos azuis, um deles está cercado por um hematoma. Acho que ele apanhou por se achar demais - Me chamo Per.

— Per Eriksson? - pergunto indiferente.

— Pelo visto já me conhece. - ele sorri de canto.

— Tenho certeza que eu tinha trancado a porta... - penso alto.

— Se realmente tivesse trancado, eu não teria entrado. - ele cruza os braços e apoia as costas na parede, ao lado da porta.

— Justo. - dou de ombros e encaro minha guitarra.

— Você toca muito bem... - diz coçando a nuca.

— Valeu.

— Filha, ve- minha mãe entra na sala, mas logo se auto interrompe - Ah, desculpa atrapalhar a conversa, vem ensaiar com a gente, querida!

— Já vou. - suspiro e minha mãe sai da sala sorridente.

— Qual é a da máscara? - Per então volta a puxar assunto.

— Gosto que as pessoas não vejam minha cara. - digo enquanto desligo as caixas e pego minha mochila, ao me direcionar a porta, Per estende a mão na direção da mochila.

— Eu te ajudo. - ele diz e eu entrego a mochila para ele.

Saímos da sala e eu tranco ela, me certificando de que dei todas as voltas possíveis com aquela chave na fechadura.

— Olha só quem finalmente deu as caras por aqui! - Tobias exclama animado ao me ver passando pela porta da sala onde todos estavam. A sala é igual a outra, porém um pouco maior.

— Não exatamente... - Cosmo zomba - É um prazer finalmente te conhecer pessoalmente, garota.

— Eai... - digo meio sem jeito.

É MUITA GENTE EM UMA SÓ SALA!

Cumprimento todos de forma breve.

— Quantos anos você tem, Sn? - Jutty pergunta.

— 20.

— Ela é uma menina de poucas palavras, não é, querida? - minha mãe avisa aos demais para que não imaginem que eu sou grosseira.

Já aconteceu muito.

— Eu não tenho o costume de interagir com muitas pessoas. - justifico.

— Aos poucos você se acostuma, tem uma turminha aqui que também era tímida, mas eles melhoraram bastante durante os shows e fora. - Tobias diz - Não precisa se sentir insegura ou desconfortável conosco. Porém... Eu confesso estar curioso para saber cómo estás sua face.

— Não só você, né! - Sophie protesta.

— Faremos um acordo então... - digo e todos me encaram curiosos.

— Fala logo, menina! - Chris suplica.

— Tobias, minha mãe falou que você quer mais uma integrante mulher que toque guitarra, certo? - pergunto.

— Certo. - ele concorda.

— No final do ensaio, você vê se me quer ou não na banda.

— Mas onde entra o acordo? - Mad pergunta.

Acho que eles realmente estão curiosos.

— Se me aceitar E SE a próxima turnê continuar sendo um sucesso, eu mostro meu rosto no final do último show.

Eles se entre olham e minha mãe parece estar chocada.

— Bem, eu gostei da ideia. - Hayden diz e todos os outros aceitam.

— Então vamos logo começar esse ensaio! - Tobias dá a ordem e todos pegam seus instrumentos e nos posicionamos na sala.

Tocamos diversas músicas da banda, dentre elas estavam Mary On A Cross, Rats, Square Hammer e Year Zero, as minhas favoritas, mas estava faltando a suprema.

— Tobias, deixa que essa a minha filha canta, é a favorita dela. - ela diz e todos, novamente, ficaram curiosos e surpresos.

Tobias não escondeu nem um pouco sua empolgação e foi sentar em um poof, ficando de frente para nós.

— Mãe! - a repreendo, mas ela apenas me incentiva a fazer.

— Você consegue, garota. - Per diz, também me dando apoio.

— Ok... - digo e me aproximo do microfone.

Começamos a tocar, minha voz no início saiu toda errada e trêmula, mas não demora muito para que eu sinta aquele efeito incrível agindo em meu corpo e me solto, conseguindo cantar mais abertamente, sem medo ou receio, repetindo movimentos como inclinar as costas para trás ou bater cabeça no ar.

Não sabia que cantar uma música inteira com máscara era sufocante. Claro, não muito, mas o suficiente pra me incomodar um pouco.

Os minutos passaram em um sopro e chegamos ao final da música, o qual eu levanto minha cabeça para respirar fundo enquanto solto meus braços e ombros, relaxando-os.

— Sn... - Tobias chama minha atenção, então encaro o mesmo - Seja bem vinda, Moony!

Moony Ghoul | Per Eriksson (Sodo) x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora