𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐍𝐃 - 𝐭𝐡𝐞 𝐰𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐝𝐞𝐚𝐝

؂ 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍: 𝐠𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐓𝐄

[ 𝐜𝐨𝐯𝐚𝐬]

O SOL estava quase sumindo no horizonte. Os prédios da cidade de Atlanta estavam ganhando a coloração laranja do pôr do sol aos poucos.

Essa era a vista que refletia nos olhos de Jane, sobre a coloração verde deles. Eles estavam fixos no horizonte da cidade enquanto ela ponderava e pensava. A cidade estava sem vida. Sem brilho. Sem nada. Estava morta, assim como o mundo inteiro, e pouco a pouco levava as pessoas consigo.

Esse pensamento fez um nó angustiante crescer na garganta de Jane. Eles estavam bem no acampamento. Tinham o que era necessário para sobreviver ali. Mas nada durava para sempre, de alguma maneira, sempre acabava. Jane pensava muito nisso. Quanto tempo levaria para aquilo acabar também? Quanto tempo levaria para a morte os assombrar novamente?

Ela não sabia. Mas já temia o que pudesse acontecer.

Jane soltou um suspiro arrastado e cansado, e manteve seus olhos sobre o horizonte da cidade morta. Sua mão com calos apertava o aparelho walkie-talkie com força. Ela o levantou até perto de sua boca e apertou o botão.

— Ei, Morgan! — ela chamou, esperando que tivesse uma resposta. — Aqui é a Jane. Jane Grimes!

Jane soltou seu dedo do botão e esperou por uma resposta, mas não obteve nada.

— Rick me pediu para fazer isso… ele não está aqui no momento. — Jane continuou, não se importando se havia alguém mesmo no outro lado da linha. — Mas ele está vivo.

Jane engoliu em seco após as últimas falas. Seus olhos verdes finalmente se desviaram da cidade e vagaram até a aliança em seu dedo.

— Encontramos nossos filhos. Encontramos a nossa família. — Jane disse e sorriu em seguida. — Eles estavam com um grupo, em um acampamento, em Atlanta. Aqui é seguro, mas eu não sei por quanto tempo…

Jane baixou sua mão com a aliança e olhou para o horizonte novamente.

— Acho que é um efeito desse novo mundo, achar que não está seguro, mesmo quando parece seguro. — Jane murmurou e soltou um suspiro baixinho, apertando o botão de novo. — Eu não sei se você está aí ou se está… morto.