Capítulo 3

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🔊🔊 SEM REVISÃO 🔊🔊


Lauren Jauregui POV


Ando na ponta dos pés pelo quarto do hotel respirando fundo e pressiono o nariz no vidro frio da janela.

Fecho os olhos e começo a prestar atenção no ar quente saindo do ar-condicionado logo atrás de mim, o quarto estava quente, diferente do que eu estava vendo ali fora pelo vidro. Deus! Quanta coisa branca.

Era realmente muito bonito, mas não tanto para me fazer adorar a neve ou decidir descer para brincar como aquelas crianças e seus pais naquele parque a frente.

Aperto os lábios ainda fitando o lado de fora, não me sobraram muitos pensamentos, há essa altura eu os matei com tanto tédio, eu sabia exatamente onde Camila estava e ainda me faltavam muitos dias para seguir sua vida monótona, isso sem contar aquele dia que não havia sido nada pacato, ainda me pegava pensando nisso vez ou outra.

Haverá um dia em que eu vou me sentir alguém completo e não fragmentado? Respirei fundo novamente vendo meu hálito embaçando no virdro, tédio.

- Você também está sofrendo ai dentro? - Perguntei para mim mesma.

Às vezes eu tenho certeza que toda solidão que habita em mim um dia se explodirá levando-me a algum tipo de histeria completamente descontrolada.

Talvez eu deva tomar um café.

Meus olhos se abriram depois de um pequeno suspiro, agora eu tinha não só o nariz encostado naquele vidro, mas a boca também estava ali, assoprei fazendo careta para a criança que estava na varanda do lado, por algum motivo ela retribuiu.

Aonde seus pais estavam? Depois desse devaneio eu sai da janela decidida.

Um café.

[...]

Pisco uma e outra vez até entender o que estava sendo falado para mim.

- Desculpe se a assustei, mas lembro de você do outro dia - A mulher olhava estranhamente.

Você não estava vigiando-a?

- Sim? - Pigarreei - Precisa de alguma ajuda? - Pigarreei de novo.

- Bom... Você meio que pegou meu café por engano? - Isso foi uma afirmação ou...? Olhei para a minha mão notando que ao invés de um "Lauren" um "Camz" estava escrito.

Houve algum tipo de apagão e meu alter ego resolveu me foder hoje?

- Hãn... Acho que posso pagar outro, sinto muito, mas eu já tomei um gole... - Pigarreei de novo.

- Eu não a vi colocando-o na boca e... - Antes que ela terminasse de falar alguma coisa fez com que meu braço fosse erguido e tomei um longo gole do café.

- Desculpe dizer, mas... Alguém já lhe disse que você é extremamente irritadiça? - Ajeitei a gola do meu casaco que foi comprado em sua loja e minha postura debochada voltou.

- Na verdade... Muitas vezes.

- Com toda certeza eu posso me virar com seu café - Deu de ombros.

- Bom... É leite quente - Dei de ombros e pisquei em sua direção, Camila disse algo como "Inferno" e foi até o balcão.

- Por favor um café preto e forte - Quando o cara falou o valor ela jogou sua cabeça em minha direção - Essa moça vai ajudar você com isso.

- Quem? - Olhei para os lados me fazendo de desentendida - Eu? - Apontei o dedo para mim mesma. Por um algum motivo o atendente segurava o seu sorriso enquanto fingia que não estava vendo nada.

A mulher entortou seu olhar para mim e pegou o copo de leite saindo sem olhar para trás.

Quando ela passou pela porta outra pessoa veio com o café, deixei o dinheiro do pedido dela e algum de gorjeta, corri atrás da mulher.

- Vamos lá! Não me faça correr... Eu odeio neve.

- É, pelo visto você odeia mesmo já que repete isso muitas vezes - Como ela conseguia andar rápido nesse tempo?

- Escute! Eu não quero correr porque... - BUM! Esse foi o barulho da minha bunda sendo aconchegada pelo chão.

Fechei os olhos no susto e voltei a abrir sentindo toda aquela dor, notei pequenos pés parando perto de mim, seus olhos estavam fixos nos meus e com toda certeza ela ainda tinha raiva ali, mesmo com todo esse show.

- Pelo menos não derrubou o meu café - A mulher falou pegando o copo da minha mão e saindo sem olhar para trás novamente.

Cada centímetro do meu corpo estava esticado em tensão ou tesão.

- Você gostou disso, não foi? Diga que não.

Estou ferrada.

Fechei os olhos imóvel.

[...]

As nuvens estão cinzas nada parecido com minha casa.

Olho em volta e espero mais alguns minutos, eu tinha um lanche de fastfood no banco ao lado e tudo que estava programado para hoje era vigiar Camila.

Apenas isso, vigiar. Eu não precisava de mais nenhum tipo de contato, era arriscado até mesmo para mim.

Desde que meu ego havia sinalizado com uma bandeira vermelha, inferno, isso nunca me aconteceu.

Peguei o hambúrguer e dei um bela mordida, olhei para o celular onde passava uma série que eu comecei a acompanhar nos últimos dias, eu até estava bastante confortável dentro do carro quando ouvi uma batida no vidro da janela do lado do passageiro, olhei assustada vendo Dinah.

- Mas que porra!... - Falei ainda vendo ela bater no vidro puta mandando que eu abrisse o carro.

- Que diabos você acha que está fazendo? - Perguntou jogando o pote de batatas no meu colo.

- Não é óbvio? - Perguntei.

- Que você está fazendo uma sessão cinema e comendo porcaria?

- E vigiando? - Ergui a sobrancelha na sua direção - Que diabos está fazendo aqui? - Ela bufou pegando o balde de batata de volta colocando em seu colo e comendo. Eu odiava dividir comida, ela sabia disso.

- Você perdeu seu telefone? Porque diabos eu tive alguém da agência me ligando e dizendo que você estava inacessível? - Colocou um punhado de batatas na boca, droga! Assim, vão acabar.

Tomei o balde dela colocando nas minhas pernas e batendo na sua mão quando tentou pegar mais.

- Chega! Arrume suas próprias e estou inacessível porque quis assim, você é chata. Eu não te suporto mais.

- Você sabe com quem está falando? - Falou firme.

- E você sabe? - Continuei com o olhar no seu - Vamos lá. Eu não sou mais aquela criança, ou me deixe fazer meu trabalho do meu jeito ou faça você mesma - Rosnei deixando de olha-la e voltando a comer.

Ela respirou fundo.

- Tem algo novo?

- Não!

- Nenhuma outra atividade suspeita?

- Nada além do dia do banco... - Ela assentiu e ficou quieta - O que diabos essa mulher fez? - Ela deu de ombros.

- Você sabe que o meu trabalho não é perguntar o porque das coisas...

- Isso me lembra... Qual é o seu trabalho aqui mesmo? - Perguntei notando seu dedo sendo erguido na minha direção, dei outra mordida no meu hambúrguer comendo mais algumas batatas e bebendo meu milk shake.

Sendo vigiada de perto... Algo está errado.




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