01. A escolha de um recomeço

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"Marco Manoban o rei dos negócios cresce cada vez mais".

"O Magnata Manoban abre mais uma de suas empresas na América Latina".

"Marco Manoban é considerado um dos homens mais bem sucedidos".

Essas são as manchetes de jornais, revistas e sites, todas relacionadas ao meu pai.

Um grande homem no mundo dos negócios, bem sucedido, carismático e muito bem casado além de ser um ótimo pai para os seus 3 filhos.

Somos uma mentira, somos felizes de mentira, apenas para agradar os paparazzis e os jornalistas.

[...]

A claridade do cômodo me faz despertar do meu sono, apertei os olhos ainda fechados, senti minha cabeça latejar e apertei minhas têmporas a fim de amenizar a dor, porém não melhora. Bocejo e coço os olhos, arqueio as costas e percebo que dormi no chão, com certeza terei dor nas costas por isso.

Estico meus braços, e sem querer acabo batendo no rosto de alguém, abro meus olhos e vejo uma garota desconhecida, dormindo serenamente próxima a mim, pisco algumas vezes até me acostumar com a claridade.

Me sento no chão e olho em volta para reconhecer o lugar, apenas cheguei a conclusão de que estava em uma sala, de alguma casa de classe média. Olhei para algumas pessoas jogadas no chão, no sofá ou até mesmo na mesa de centro da sala e todas dormiam tranquilamente, algumas agarradas com garrafas de whisky, garotas com garotos, ou com pedaços de pizza grudados em seus corpos.

Ok, isso estava uma bagunça.

Suspirei e levantei, caminhei cambaleando até o final do pequeno corredor onde tinha um banheiro. Meu reflexo no espelho me mostrava o quanto eu estava acabada. Rímel borrado, cabelo bagunçado... Um completo desastre.

Oh céus!

Depois de fazer uma rápida higiene e tentativas de me arrumar, saí do banheiro e corri os olhos nas pessoas, apenas para ter certeza de que não conhecia ninguém. Assim que fechei a porta atrás de mim, vi meu carro mal estacionado em cima do jardim na frente da casa, com as rodas da frente em cima de um dos degraus da pequena escada que levava a casa. Bati as mão nos bolsos do meu jeans preto, arregalei os olhos.

Onde eu coloquei a merda da chave?

Caminhei até o lado do carro, olhando no chão para ver se não estava ali, nem um sinal do objeto. Dei um soco fraco na lataria do carro e bufei. Olhei vagamente dentro do carro tentando lembrar onde eu poderia ter deixado a chave, foi quando vi a chave pendurada na ignição. Franzi o cenho e abri a porta. Deus, o carro estava aberto esse tempo todo e com a chave lá dentro.

Entrei no carro um pouco irritada com minha falta de responsabilidade para com um presente do meu vô, me xingando mentalmente por ser tão idiota às vezes.

Acelerei o carro e saí cantando pneu, deixando uma marca no jardim em frente daquela casa. Demorei alguns minutos para me localizar naquelas ruas, logo já estava pegando a avenida principal de Los Angeles a caminho da mansão dos Manoban's. Parei no sinal e vi que no grande relógio que tinha em um prédio marcava 13:20. Escutei o meu celular tocando, olhei em volta até achá-lo atrás do banco do passageiro, vi no visor quem era: Mãe.

— Alô?

— Lalisa, por Deus, onde você está? — Ela perguntou afobada.

— Em Los Angeles ainda, por que? Algum problema?

O sinal abriu, acelerei o carro, passei em um cruzamento e virei à esquerda, já era possível ver as mansões daqui.

— Nenhum problema. — Ela suspirou pesadamente. — Já está chegando?

Destination Traits - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora