31. Ameaças

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Chaeyoung Park Point Of View

No sábado dormimos até mais tarde. Já que tínhamos perdido a hora do café, ficamos na cama apenas conversando e trocando carícias. Lalisa me contava sobre o seu sonho que teve com Jungwoo e nossa viagem, enquanto eu apreciava o timbre da sua voz de amanhã que era mais rouca do que o normal.

No almoço foi uma zona, todos ainda estavam animados lembrando da festa do dia anterior. Passei o resto da tarde com minha família, já que eles iam embora naquele mesmo dia. Chorei na hora de despedir, tentei fazê-los ficar, implorei por isso, mas mesmo assim eles se foram, dizendo que tinham coisas para tratar na Austrália.

A chegada de meus pais no final da tarde foi silenciosa, só percebi que eles já estavam no castelo quando vi o rei e a rainha ocupando seus lugares no salão de refeições, no jantar. Eu e Alice ocupamos nossos devidos lugares e esperamos a janta ser servida.

— Mãe, pai. — Fiz uma leve reverência. — Como foi a viagem?

— Bem. — Minha mãe respondeu rápido. — E como foi aqui?

— Foi ótimo, mamãe. Tenho certeza que Jin tem lindas fotos.

— Espero que sim. Lee falou muito bem sobre a festa. — Ela sorriu. — Lalisa fez um bom trabalho?

Lembrei da noite atrás que transamos e eu mal sentia minhas pernas, e lembrei que escutei Lalisa murmurar que tinha feito um bom trabalho. Corei e desviei o olhar, como se minha mãe pudesse escutar meus pensamentos, balancei a cabeça respondendo sua pergunta.

— Sim, mamãe. Ela fez um bom trabalho. — Minha mãe sorriu.

— Fico feliz.

— A vovó mandou lembranças. — Sorri olhando para meu pai, porém ele não notou.

— E como ela está?

— Bem... Todos estão bem. — Franzi o cenho.

Olhei para meu pai e estranhei seu comportamento, ele estava reto, tenso e com o olhar distante. Sua sopa e seus talheres mal havia sido tocados, ele parecia um robô ligado no modo avião.

— O que ele tem? — Sussurrei para minha mãe.

Ela seguiu meu olhar e tocou no braço do meu pai atraindo atenção do mesmo, ela cochichou algo e ele me olhou nos olhos por breves segundos. Esse tempo foi o suficiente para absorver todo o seu cansaço, sua preocupação. Como se ele soubesse que eu lia toda sua expressão, Taeyang desviou o olhar para seu prato, se levantou e saiu em silêncio.

Ninguém parecia ter notado aquilo, mas eu sim. Meu pai e eu tínhamos uma ligação forte, eu o conhecia só com olhar e sabia que algo não estava nada bem, alguma coisa preocupava o mesmo, como uma pedra no sapato.

— Está tudo bem. — Minha mãe mentiu.

— Certo. — Menti também.

[...]

Os dias tinham passado rápido, e meu pai estava cada vez mais distante de mim e aparentemente de todos. Ele não havia mais me dado aula e muito menos conversado comigo, e sempre que eu indagava ele sobre sua preocupação, sua resposta era repetida.

— Não se preocupe, querida, são apenas coisas. — Seu sorriso era fraco e forçado.

Ele pedia licença e se trancava em sua sala, muitas das vezes pedia para não ser incomodado e deixava seus guardas cientes disso. Ou seja, qualquer pessoa que fosse a sua sala era barrado, até mesmo eu.

— Tem alguma coisa acontecendo, Sana, eu sei. — Falei enquanto andava de um lado para o outro.

— Chaeyoung, fica tranquila, seu pai nunca foi de esconder as coisas para você. — Ela tentou me acalmar.

Destination Traits - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora