40. Natal em família

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Lalisa Manoban Point Of View

O filme já tinha acabado, mas continuamos na sala de cinema cantando as trilha sonora e repetindo as falas dos personagens, as falas que Chaeyoung conhecia muito bem. Fizemos uma guerra de travesseiros enquanto os créditos do filme subiam. Meu sobrinho estava amando a loira, tanto que o pequeno não pensou duas vezes em dormir no seu colo durante o quinto filme que assistíamos. Chaeyoung se dispôs a levá-la ao seu quarto, enquanto eu arrumava a bagunça que fizemos.

Alguns minutos depois, eu estava saindo da cozinha e encontrei Chaeyoung na sala vestindo seu sobretudo e arrumado as leves ondulações dos seus cabelos.

— Aonde você pensa que vai? — Falei encostando o ombro no batente da divisória.

— Hum... Para casa? — Ela sorriu e pegou sua bolsa. — Já passei tempo demais com você, hum? Tenho que voltar para minha vida, ou você irá se enjoar de mim.

— Esse tempo não foi o suficiente. — Ela coçou a cabeça e sorriu tímida. — Enjoar de você? — Dei uma risada forçada. — Nem em milhões de anos.

— Certo. Mas eu preciso ir.

— Não... — Minha voz saiu fraca.

— Isso significa que você não vai me dar uma carona?

— Isso significa que eu não vou te deixar ir embora. — Me desencostei da parede e caminhei na sua direção, Chaeyoung recuou alguns passos.

— Eu preciso voltar, preciso saber se Hyebin está bem.

— Ligue para ela. — Agarrei sua cintura e puxei para mim. — E ela já é grandinha, não?

— Você que pensa. — Ela revirou os olhos. — Eu não posso ficar...

— Por que? — Franzi o cenho decepcionada.

— Porque... Eu não sei. — Seus ombros caíram. — Eu...

— Rosie, está muito tarde. Duvido que algum taxista irá fazer uma corrida a essa hora, e eu sem dúvidas não vou te deixar sair. — Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. — Fique aqui comigo, por favor.

Chaeyoung me olhou nos olhos por longos minutos, eu conseguia ver a batalha de indecisão através dos seus olhos castanhos intensos. Acariciei sua bochecha com o polegar e me inclinei para beijar seus lábios, escutei a mesma suspirar antes de abrir a boca e dar passagem para minha língua. Nosso beijo foi calmo, nos deliciávamos naquele toque suave de línguas e lábios, colei nossas testas e beijei a ponta do seu nariz.

— Fica? — Pedi num sussurro.

— Às vezes... — Ela segurou meu rosto com as duas mãos. — Me sinto incapaz de negar a um pedido seu. — Abri um sorriso inocente.

— Vamos subir. — Entrelacei nossos dedos e guiei Chaeyoung para o andar de cima.

Mostrei meu quarto e meu banheiro, deixei ela à vontade para escolher qualquer roupa do meu closet. Chaeyoung ficou impressionada com a quantidade dos meus terninhos, e com o tamanho do meu closet.

— Por que eu não estou impressionada por saber que seu quarto é preto. — Ela disse olhando em volta.

— Isso não é preto, é cinza chumbo.

— Seu enorme closet é todo preto. — Ela abriu os braços para demonstrar o tamanho do closet.

— Você realmente se desacostumou com grandiosidade, Rosie. — Dei risada pegando toalhas limpas. — O seu closet era maior do que minha casa.

— Não exagera. — Ela fechou a cara.

— Não estou exagerando. — Sorri dando de ombros. — Para onde foram todos aqueles milhões de vestidos?

Destination Traits - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora