Eu sinto você

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Por favor, não se esqueçam de deixar uma estrelinha para a história logo no começo <3


SÁBADO

Pensei que a conversa com minha mãe e todas as palavras de apoio que eu recebi dela seriam suficientes para me proporcionar uma boa noite de sono. Eu estava com a mente muito barulhenta nos últimos dias e me sentia sufocada, aquilo estava atrapalhando meu desempenho e meu sono também, estava sendo péssimo e este foi o momento em que eu me vi realmente em apuros.

Desabafei com ela, coloquei tudo pra fora e contei sobre tudo que eu estava sentindo e enfrentando com Jungkook durante aquele tempo. Chorei, me lamentei e perguntei a ela porque tudo tinha que ser assim. Após tudo isso, me senti renovada. Tirei um grande peso dos meus ombros e meu coração já não estava tão apertado quanto antes.

Respirei um pouco aliviada depois de dizer tudo pra ela e ganhar um abraço ao final de nossa conversa. Fui dormir com os pensamentos mais calmos, respirei fundo e poderia jurar que o próximo dia seria melhor. Mas minhas expectativas foram frustradas antes dele chegar, pois ainda de madrugada eu tive um baita pesadelo.

Acredito que este tenha sido um dos piores pesadelos que eu já tive na vida inteira. Não cheguei ao ponto de ver algo ou me deparar com a cena, mas no meu pesadelo eu recebi a notícia de que eu tinha perdido Jungkook de vez. No pesadelo eu chegava em casa depois da aula, via uma ambulância na calçada entre a minha casa e a dele e ela estava com a sirene desligada.

Sirene desligada significa que não há emergência, não há pressa e talvez não haja mais jeito para determinada situação que já foi realizada. Lembro de ter a sensação do meu coração acelerando rapidamente e lembro do nervoso que eu senti. Havia uma senhora chorando muito na porta da casa de Jungkook e eu vi paramédicos andando lentamente pelo local.

Minha mãe apareceu, ela estava por perto e parecia saber de algo. Chegou me pedindo calma e disse que eu teria que ser forte enquanto eu ouvi a senhora dizer "não, por favor, meu filho não" enquanto chorava. Ali eu recebi a notícia de que ele tinha feito o que eu mais temia.

Acordei trêmula, sem fala e com o coração muito acelerado. Acordei às três da manhã totalmente suada e agitada com um péssimo pressentimento. Olhei pela janela, encarei bem aquela casa e notei que tudo ali parecia quieto. Não havia ambulância, não havia movimentação e não tinha ninguém ali. Ainda era noite e eu constatei que aquilo foi um pesadelo de fato.

Tentei sozinha compassar minha respiração para não dar brecha a uma possível crise. Fechei os olhos, repeti para mim mesma que aquilo foi um pesadelo muito infeliz e tentei pensar que estava tudo bem. Minhas mãos não paravam de tremer e eu não conseguia me acalmar, tinha muito calor e os pensamentos a mil.

Resolvi ir ao banho mesmo sendo três — quase quatro — da manhã. Tentei me acalmar, voltei aos exercícios de respiração e mentalizei que Jungkook estava bem e provavelmente estava dormindo naquela hora. Pensei em outras coisas para me distrair, lembrei da conversa que tive com minha mãe e lembrei de seu abraço tão cheio de conforto.

Voltei ao meu quarto às quatro e percebi que o sono tinha ido embora. Estava preocupada, não tão desequilibrada quanto antes, mas ainda tinha um pouco daquela história em minha mente. Minha janela dava para a casa dele, passando ali na frente não tinha como não ver, ela sempre estava ali para me lembrar de tudo.

Me entreguei às minhas preocupações e me rendi aos olhares. Puxei a cadeira que ficava ali na frente da minha mesinha com espelho e maquiagens, a levei até perto da janela e ali eu me sentei. Coloquei os pés em cima da poltrona e abracei meus joelhos, fiquei olhando para aquela casa esperando qualquer sinal mínimo de Jungkook durante a madrugada.

Come and rescue meOnde histórias criam vida. Descubra agora