Um breve alívio

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Não consegui deixar de sustentar meus pensamentos sobre eu ter chegado tarde demais na vida de Jungkook para tentar ao menos lhe dar suporte para mudar sua situação. Não tinha parado pra pensar nisso, sempre achei que nunca era tarde demais, mas após o que rolou entre eu, ele e Koharu na última sexta feira, eu já não tinha certeza mais de nada.

Acho que acabei me envolvendo nisso demais, acabei entendendo essa situação como algo que eu precisava resolver, quando na verdade eu não tinha essa obrigação e não via mais essa possibilidade. Me interessei tanto em dar suporte à Jungkook que acabei esquecendo de tudo, me meti em situações que nada tinham a ver comigo e no fim, ele fez o que fez com toda a ajuda que ofereci.

Tudo bem, eu sei que já falei sobre isso antes. Já sei que jurei a mim mesma que não me envolveria nisso outra vez e que deixaria tudo rolar como sempre rolou antes de eu me tornar vizinha do senhor estranho. Não era fácil como eu gostaria que fosse e realmente eu poderia sair muito machucada disso tudo, sendo assim o mais racional seria me afastar.

Falhei antes, mas farei de tudo para dessa vez dar certo.

Ainda me lembro do jeito hostil que ele me tratou na última vez quando eu só queria lhe oferecer meu lanche. Me lembro que logo aumentou o tom e pediu que eu fosse embora. Me olhou muito feio quando eu não tinha feito nada, como poderia reagir assim com alguém que não queria o seu mal?

Além disso, não poderia esquecer da forma que me tratou quando eu tentei interferir entre ele e Koharu na última sexta feira lá no ginásio. Eu já desconfiava disso e acabei tendo a confirmação, aqueles dois não se dão bem. Mas era mesmo necessário ele ter me tratado daquela forma? Precisava disso tudo? Sempre assim?

Era cansativo demais tentar ajudar Jungkook quando ele mesmo fazia de tudo para eu me afastar. Eu jurei pra ele que não daria certo, que ele poderia tentar de tudo e tentar atrapalhar meus planos, pois não conseguiria. Falei que não iria me fazer desistir de ajudá-lo e falei que não conseguiria me irritar. É, mas agora parece que esse foi o meu maior engano depois de ter acreditado que eu poderia "salvá-lo" disso tudo.

Pra mim, aquilo tudo ainda continuava soando como um pedido de ajuda. Pra mim, no fim das contas, ele não era o que aparentava. Mas como eu poderia insistir nisso quando só o que me acontecia era uma grande chateação? Como poderia continuar ali por ele e tentando ser sua amiga quando sempre ele me fazia chorar?

Eu juro que tentei, tentei por demais e ignorei muitas situações só para não desistir dele. Mas agora, me sinto mais triste do que nunca. Me sinto triste pela forma que ele me rejeita, porém mais triste ainda por não conseguir ajudá-lo a ter algum avanço. Queria que visse as coisas por outro ponto de vista ao menos uma vez, mas eu não poderia fazer isso se o mesmo não quisesse.

E pelo visto, não queria mesmo.

Minhas intenções sempre foram as melhores, mas eu já caminhei em sua direção por uma longa distância para tentar mudar sua situação e agora me via fadigada. Ainda tinha essa vontade dentro de mim, mas não tinha mais reações. Continuava lhe desejando o melhor e ainda iria ouvir caso ele quisesse me contar o que realmente acontecia. Mas agora, me vejo desmotivada a tentar provocar tudo isso.

Pensei no que aconteceu e me lembrei de suas palavras durante todas as noites após o que ocorreu entre ele, eu e Korahu. Na noite de sábado e de domingo, antes de dormir eu revivi aquilo tudo em minha mente. Fiquei ainda mais triste, não pude evitar. E uma coisa que eu reparei por esses momentos também me fez ficar ainda mais pensativa.

Não houve mais nenhuma briga na casa ao lado.

Não consegui ouvir nada vindo daquela casa ali desde a noite de sexta. O fim de semana passou lenta e silenciosamente como nunca tinha acontecido antes e mesmo que isso fosse um sinal de trégua entre eles, ainda inspirava uma desconfiança em mim. Não era natural que isso acontecesse, então eu continuei pensativa.

Come and rescue meOnde histórias criam vida. Descubra agora