Confesso que acordei me sentindo ansiosa naquela manhã de terça feira. Não tive mais notícias sobre Jungkook desde o ocorrido no dia anterior e isso me deixava muito preocupada. Me distraí com o café da manhã e com a arrumação do meu material para as aulas do dia, mas em nenhum momento eu esqueci dele e do que rolou.
A casa ao lado estava quieta e isso ainda me soava estranho. Desde que voltei para casa junto com Jungkook, só o que eu ouvi por ali foi o latido do cachorro que morava lá com eles. Nenhuma agitação, não ouvi vozes e nenhum sinal de briga ou desentendimento.
Fui para a escola de ônibus nesse dia e desde que cheguei lá, fiquei atenta para ver se encontrava Jungkook. Não sabia como ia ser, não sabia se ele iria falar comigo ou se iria se comportar como sempre se comportou em minha presença. Mas depois de um tempo sem saber dele, só de vê-lo, acho que seria o suficiente para que eu me confortasse um pouco.
Mas não foi o que aconteceu.
Naquela terça feira chuvosa, Jungkook não deu as caras na escola e isso era algo muito difícil de acontecer. Logo que cheguei, não o encontrei, porém pensei que ele poderia chegar atrasado. O sinal tocou, a aula começou e nada dele. Perdi as esperanças quando chegou o intervalo e eu saí com meus amigos até o refeitório sem nem tê-lo visto.
Isso tudo ainda soava muito estranho pra mim e eu acabava ficando preocupada. A casa do Jeon esteve quieta demais depois do que rolou e, além disso, agora Jungkook tinha matado aula. No intervalo fiz companhia aos meus amigos e amigas, mas posso dizer que pouco prestei atenção no que conversavam, pois o tempo todo eu fiquei pensando no que poderia ter acontecido.
Também notei que Koharu e o garoto que tinha sido suspenso junto com ele pela agressão contra Jungkook também não estavam. Pensei que recorreriam aos seus pais para tentar reverter a decisão da diretoria, mas pelo visto, não foi o que aconteceu. Ficariam fora da escola por uma semana e este tempo já tinha começado a valer.
Pensando sobre isso, fiquei com receio. É claro que eu gostei do que houve e confesso que foi bem merecido para os dois baderneiros depois do que fizeram com Jungkook. Mas ao mesmo tempo, pensei que isso poderia ser ainda pior quando eles voltassem para a escola. Eu já sabia que a briguinha deles não era de agora e algo me dizia que não tinha acabado.
Mas até então, eu não tinha com o que me preocupar. Eles ainda tinham bons dias fora da escola e eu sabia que com esse tempo os ânimos poderiam se acalmar — até porque eu sabia que Koharu não iria querer se meter nessa de novo e manchar sua reputação de "bom garoto" mais uma vez.
Ou ao menos era isso que eu esperava.
Segui com minhas atividades na sala de aula e me distraí com uma leitura que a professora indicou, mas sempre que minha mente ficava vazia, eu me lembrava de tudo. E se eu ainda estava com tudo aquilo em mente mesmo sem ter me envolvido, fiquei pensando em como estaria Jungkook já que foi o mais afetado nessa história toda.
Fui com meus amigos até a biblioteca para pegar o livro indicado pela professora para um trabalho que deveria ser entregue em alguns dias e depois de me despedir deles na porta da escola, segui pelo mesmo caminho de sempre até o ponto de ônibus. E inevitavelmente me lembrei do dia anterior quando passei por ali com Jungkook.
Chegando ali, pude vislumbrar o pobre garoto sentado naquele banco quando me lembrei do dia anterior. Calado, olhando pro chão, assustado e com um band-aid de estrelinhas no rosto. Estive com ele naquele momento, mas agora, não sabia nada sobre ele. Não o vi, não ouvi nada vindo daquela casa e consequentemente, não sabia o que poderia estar acontecendo.
Já em casa, fui direto ao meu quarto e fiquei perto de minha janela por um tempo. Aproveitei o silêncio e me joguei na cama por um tempo enquanto fiquei tentando ouvir algo, mas até agora nada além dos latidos finos do cachorro. Olhei através do vidro, mas não vi nenhuma movimentação.
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Come and rescue me
FanfictionJung Kook era um verdadeiro ponto de interrogação daquele colégio. Não muito se sabia sobre ele, mas o que falavam sobre aquele garoto, já era o suficiente para que ninguém se aproximasse. Ninguém exceto Eunha, que foi a única a querer desvendar seu...