Harry é otimista, Louis um pessimista. Um vive na claridade da chuva de flashes em seu rosto, já o outro na escuridão de seu apartamento. Tomlinson vive com a frustração de não ter realizado todos seus sonhos, Styles vive um sonho americano. Louis a...
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"Você reservou o trem noturno por um motivo, para poder se sentaraí com essa dor. Multidões agitadas ou dorminhocos silenciosos, você não tem certeza de qual é pior. [...] O anel da sua mãe no seu bolso, a foto dela na sua carteira, você não vai se lembrar detodos os meus problemasinsignificantes"
As frequências das visitas de Harry aumentaram, por parte isso me tornou menos amargo, sua presença sempre sendo a única capaz de fazer eu desejar estar acompanhado em vez de permanecer sozinho. Entretanto, a consequência disso foi poder assistir de perto a maneira como a sua tristeza parece não ir embora.
Honestamente, eu sou a última pessoa no universo que pode julgar alguém por ser amargo. Eu até prefiro as pessoas mais ranzinzas como eu, a escuridão delas combinando com a minha. Porém, tudo é diferente quando se trata de Harry. Ele é uma luz brilhante, suas roupas divertidas e cafonas sendo a extensão de sua alma, seu sorriso sendo do tipo que todos ao redor param para assistir. Ser uma luz tão brilhante faz com que sua falta seja ainda maior, a tristeza de outras pessoas para mim é como apenas uma lâmpada apagada, já a sua me faz ter a sensação que o sol não brilhou ao amanhecer.
Eu engulo em seco, o observando deitado em meu colo. Seus olhos levemente inchados denunciam que ele chorou antes de chegar à minha casa, suas roupas casuais demais para alguém como ele demonstram que sequer teve ânimo para encontrar algo digno de sua personalidade.
— Vamos, bebê, me conte o que houve? Por que está assim?
— Eu só estou cansado — ele murmura, seus olhos voltando a olhar para o filme na TV.
— Você dormiu por duas horas — eu lembro, me referindo ao nosso cochilo horas antes.
Ele dá de ombros, não se esforçando para responder.
Eu olho ao redor, caçando por algo em meu apartamento que possa alegra-lo. Entretanto, o apartamento escuro e melancólico parece apenas incentivá-lo a permanecer em seu estado, a falta de cores e luz sendo o cenário perfeito para ser triste.
— Quer pintar minhas unhas? — eu ofereço, esperando que ele sorria e concorde. Entretanto ele apenas nega, seus cílios tocando suavemente suas bochechas ao piscar. — Tem algo que possa fazer que te faria feliz?
— Não, eu só quero ficar quietinho.
Uma opção se ilumina em minha mente, não é a melhor, nem a mais segura, mas com certeza é algo que o deixaria animado. Harry vive reclamando que não saímos mais juntos, meu medo de correr o risco de ser fotografado com ele contribuindo para o único cenário de nossos encontros ser meu apartamento abafado.
Minhas mãos suam simplesmente ao cogitar ver meu rosto exposto em todos os sites de fofoca amanhã, mas a agonia por o ver tão deprimido é mais forte. Por isso, por fim, pergunto casualmente:
