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É a mesma maldita terapia de sempre, que me faz sentir como se estivesse presa em uma caixa que se enche de água suja e negra. Que me sufoca como mil correntes amarradas em meu pescoço, ao mesmo tempo que lâminas perfuram minha garganta.

É aquela mesma tremedeira de sempre, como se raios elétricos passeassem por minhas veias, e que parecem estarem gelados, levando meu sangue embora, pois minhas mãos vão ficando pálidas e gélidas ao mesmo tempo que sinto os raios.

É o mesmo maldito frio na barriga, que me faz sentir como se estivesse morta.

É a mesma sensação de que, não borboletas, mas milhões de farpas, que ganham vida, se contorcem querendo sair do meu estômago. E aí o estômago se enche com a mesma água negra, não sei de onde ela surge, mas preenche todo meu estômago e vem a vontade de pôr tudo para fora. Mas as correntes presas em minha garganta, impede a passagem da água negra para fora do meu ser.

A enigmática canção do pensamento.Onde histórias criam vida. Descubra agora