VI

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E aquela jovem garota, simples, humilde... Com sonhos tão grandes quanto a sua própria vontade, que à fazia sonhar acordada.

Deitava na grama do pequeno morro, de baixo da enorme árvore. A noite caia e sobre ela se cobria o enorme manto estrelado, que brilhava intensamente sobre aquele céu de um azul escuro. E aquela menina mulher, com rosto e personalidade de menina, mas que sabia a diferença entre o bom e o ruim, se mantinha imóvel sobre a grama, e em êxtase observava o lindo céu estrelado.

O lindo brilho cintilante das estrelas a fazia lembrar-se dos lindos olhos cor de mel daquele moço que, desajeitado, com a voz trêmula e um pouco aflito, declarou seu amor por ela.

Aquele teria sido o dia mais estranho de sua vida, mas que ainda lhe arrancava fundos suspiros e largos sorrisos, cada vez que lembrava do toque daquelas mãos frias e trêmulas nas suas.

Ela não sabia se o que sentia por aquele moço era o mesmo que ele havia lhe descrevido, mas bastava um leve sorriso seu e ela já ganhara o dia.

Até então, o sentimento dos dois era apenas sentimentos infantis, aquele que nasce em meio à pequenas brincadeiras. Mas ela sabe que deixou de ser isso quando o brilho nos olhos passou a ser mágico e a necessidade de vê-lo parecia ser vital para sua alma. E ela sabia que se não o visse, ficaria tristonha pelos cantos, como um passarinho preso na gaiola. Mas bastava ouvir sua doce voz meiga que ela corria ao seu encontro e o dia se tornava brilhante mesmo sem sol.

A enigmática canção do pensamento.Onde histórias criam vida. Descubra agora