Pov: Obito Uchiha
"Nem sei mais que horas são, mas pouco me importa, na verdade. O tempo pra mim já não mais importa, já é um vazio que as pessoas só se importam para marcar o início ou o fim de algo.
Por mim, tudo se acabou hoje. Tudo mesmo, desde a minha infância, todas as minhas esperanças, minhas fantasias, minhas alegrias e até a minha luz. Sim, a luz da minha vida se foi hoje, se foi por causa da minha ingenuidade e da minha curiosidade de criança.
Ah, meu Deus, como eu queria que esse dia nunca tivesse acontecido. Seria melhor se eu nem tivesse ido...na verdade, seria melhor se o Guy não tivesse inventado de fazer essa festa.
Ah, espera... O que eu estou dizendo? Era aniversário dele, ele merecia fazer o que ele quisesse para comemorar essa data tão importante para ele e para nós, seus amigos. Ah, merda... Por que eu fui estragar tudo de novo, como eu sempre fiz?
Deve ser por isso... Deve ser por isso que a Rin sempre amou o Kakashi e nunca eu. Sempre fui muito ingênuo para tudo... Que saco, meu Deus...
Se eu tivesse ao menos ficado quieto no lugar, não teria me magoado vendo aquela cena horrível. Era tão mais fácil... Ah... É certo que eu teria conhecimento disso uma hora ou outra, mas ao mesmo tempo, era tão bom... Viver minhas fantasias de infância... Todas tão puras e sem nenhuma preocupação, sem nada demais, apenas algo fofo e puro.
Ser jovem dói demais, não sou mais criança para ficar agindo assim."*Prrrrrrr* (som de celular vibrando :'3)
Mas que merda... Quem será uma hora dessas?
Olho o celular e acendo a tela clicando em seu botão lateral. Já são 5:13 da manhã, incrível como eu ainda não consegui pegar no sono, geralmente costumo ser meio dorminhoco as vezes, principalmente depois de uma festa como a que foi do Guy.
Ah, droga... É uma mensagem da Rin perguntando o porquê fui embora dali tão cedo... Já que imaginaram que eu ficaria até o final, assim como o restante do pessoal ficou.
Bloqueio o celular novamente e o jogo pro pé da cama, não quero ouvir e nem ler, muito menos pensar, naquela garota tão cedo. Meu coração não aguenta tudo isso, por que eu tinha que ser tão inocente a esse ponto? Eu não devia estar me machucando tão facilmente com ela.
Me sento na cama devagar. Minha coluna dói, devo ter ficado deitado de mal jeito de novo. Minha avó bem que me avisava antes de falecer.
Fico em pé e estralo as costas. Esse som me lembra de quando eu perguntava se por algum acaso, minha senhora estava crocante, então eu levava uma paulada de algo bem no topo da cabeça. Bons tempos.
Vou ao banheiro e abro a correnteza de água da torneira, está gelada, o que é bom já que vão me ajudar a acordar. Encho uma conchinha de água usando ambas as mãos e molho o rosto, sentindo essa água gelada escorrer desde a minha testa até o meu queixo que está amassado pela metade.
Tateio um pouco a parede até achar o interruptor de luz e o aperto, assim, acendendo a luz do banheiro, revelando suas paredes e chão branco, assim como o vaso sanitário e a banheira. Olho para frente, me deparando com o reflexo de meu próprio rosto refletido no espelho.
Ah, como eu odeio essas cicatrizes horríveis que cobrem o lado direito de meu rosto. Eu já era feio antes, mas depois, fiquei horrível demais para acreditar e nem ao menos conseguir sair de casa sem minha máscara. Só de passar os dedos posso sentir como estão as feridas irreversíveis que aquele acidente deixou em meu rosto. Kakashi... Eu nunca devia ter te salvado.
Dou um tapa em meu próprio rosto. Que merda eu estou pensando? Ele não tem culpa de nada disso! Além do mais, é meu amigo e eu estava na obrigação de o ajudar, independente se estávamos brigados ou não! Independente, Obito! Você entendeu?
- Credo... Essa olheiras só pioram tudo... Ainda bem que uso a máscara. — Passo a mão abaixo de meus olhos.
Está tudo... Parado agora aqui em casa. É muito estranho isso, desde que vim morar com o tio Fugaku e a tia Mikoto, está sempre barulhento desde manhã cedo, que é quando o filho deles, meu sobrinho por sinal, Sasuke, acorda e vai brincar no quintal. Como as crianças tem tanta energia de sobra? Me pergunto onde foi parar essa energia que eu tinha quando era pequeno. Acho que o Guy nunca perdeu nenhum pouco dela, já o Kakashi, em compensação, nunca teve e nunca terá, provavelmente.
O sol já está clareando, logo logo, tia Mikoto deve me chamar para ir tomar café da manhã já que ela gosta que todos acordem cedo, de férias ou não. Então melhor eu já ir me adiantando.
Vou ao meu quarto novamente e abro o guarda roupa, está até que organizado, mais do que eu costumo deixar. Acho que ela veio aqui e deu uma pequena geral...
Peguei uma camisa branca larga e uma calça de moletom preta, acho que deve ser o bastante pra quem pretende ficar em casa o dia todo hoje. Tiro a camisa roxo escura que usava, a usei para ir na festa só Guy já que foi a Rin quem me deu. Tem cicatrizes pelo meu corpo todo, isso consegue me deprimir sempre. Tampo logo toda essa desgraça com as roupas que peguei e saio do quarto respirando fundo, o ar dessa casa sempre parece mais acolhedor quando mais precisamos.
Desço as escadas pulando os degraus, quero parecer o mais normal possível para não preocupar ninguém daqui, embora acho que o tio Fugaku não se importe tanto assim comigo.
- Ohayou (bom dia), tia Mikoto! — Digo num alto e bom som para que ela possa ouvir enquanto côa o café.
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O Amor Dói (Obirin)
FanficNessa história, Obito, mesmo sofrendo muito com isso, é obrigado a aceitar pelo seu próprio bem que Rin ainda ama mais Kakashi, não importa o quanto ele tente. Ah, como machuca... Se esforçar tanto, mas não conquistando alguém que sempre amou simp...