Capítulo 6: Juntando as peças aos poucos...

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                                                                                 POV    Obito :

 - Porque eu quis...  - Fui terminando  de passar as compras dela no caixa. Um pacote de biscoito recheado, duas caixinhas de suco, creme dental... Coisas que normalmente as pessoas compram em pequenas compras da semana.

  - Mas por que não me disse nada sobre sua decisão? Você sempre me conta essas coisas, Obito... - Sua voz parecia chateada, o que me doeu. 

  A olhei. Seus olhos me lembraram um cachorrinho manhoso, pedindo por colo ou comida, usando de sua fofura e beleza para conseguir as coisas. A diferença é que a Rin tem essa expressão naturalmente, um detalhe nela que me conquistou, sempre com um olhar preocupado e gentil quando quer ajudar ou se sente culpada, ou mesmo mal, com algo relacionado aos seus amigos. Mas o que eu poderia dizer a ela? "Porque eu acabei com minha ilusão amorosa que tenho com você  há anos e decidi ser mais livre para ser eu mesmo"??? Não tem como eu falar algo assim para a Rin, sem contar que eu nem conseguiria dizer nem a primeira palavra dessa frase.

  - É que eu não... Achei que fosse gostar da minha decisão, então achei melhor não a puxar para esse assunto tão delicado. - Respondi sem a olhar muito, apenas colocando as compras dela em algumas sacolas que havia ao meu lado. 

  - Mas você pode contar comigo para tudo, Tobito! Eu sou sua melhor amiga, sempre vou querer te ajudar para o seu próprio bem. 

  A olhei um pouco e acabei soltando um suspiro baixo, então terminei de empacotar tudo, então coloquei um bombom, que havia lá do lado, na sacola dela. É maldade por doces na saída, assim os clientes pegam de última hora pra comprar e consumir sem culpa.

  - Presentinho, flor. - Abro um sorriso. Meio que ignorei a última fala dela, afinal, não faço ideia de como a responder sobre isso. 

  - Obrigada...

  - Deu 27,78 no total.

 Quando ela passou o cartão, algo deu errado e fui a ajudar. Por um instante, senti um choque e um calor percorrer pelo meu corpo quando toquei na mão dela sem querer, meu indicador encostou nas costas de sua mão. Tenho certeza de que fui só eu quem senti. Ela me olhou por um instante, um segundo, mas logo voltou a olhar para a maquininha de pagamento. Mexi em algumas coisas e liberei para ela pagar.

  - Então... - Digo sem conseguir processar muita coisa.

  O calor que senti, eu sentia sempre que ela me abraçava ou beijava minha bochecha num momento de euforia. Mas... Agora foi diferente. Apenas o toque da mão dela fez eu me sentir assim, um sentindo de quase chegar em casa, um conforto que quase esteve ao meu alcance. Cara... Se eu pudesse mudar isso...

  Só assim eu notei o seu olhar perdido, olhando para a própria mão um pouco, o que durou pouco mas fez com que meu corpo se arrepiasse todo. Ela também sentiu o mesmo choque, o mesmo calor que eu senti com aquele toque? Ou eu machuquei a mão dela sem querer??? Não foi intencional! E se ela achar que foi??? Ai, meu Deus!

 - Olha, Obito... - Ela me olhou, seu olhar parecia magoado, triste, mas abriu um pequeno sorriso em seus lábios, uns que eu lutaria pra beijar. - Eu fico feliz que esteja bem com a Akatsuki, quer dizer... Você está feliz com eles, e é o que importa pra mim.

  Eu ia dizer mais algo, mas minha voz não saiu. Assim só a observei indo embora.

  O que acabou de acontecer? Essa sensação... Foi estranha, estranha demais e espero que não se repita novamente. Não que foi ruim, só... Não, não quero de novo, não quero me iludir novamente por aquela garota.

O Amor Dói (Obirin)Onde histórias criam vida. Descubra agora