Aelin Galathynius
Três dias já haviam se passado e a cada dia Aelin e sua corte conheceram mais sobre Velaris. Rhysand os havia levado as montanhas onde ficavam os illyrianos que assim que viram o poder de Aelin sairam de fininho e foram para dentro de suas casas. Só que a cada noite, quando se deitava ao lado de seu parceiro, sentia saudades de casa, esperava que Aedion estivesse dando conta de tudo.
Foi enquanto conversava com Feyre que admitiu a saudade de casa e contou tudo o que pode a amiga sobre Terrasen.
A Grã-senhora teve a ideia de irem procurar alguma coisa na Casa do Vento que também era a casa de Nestha e Cassian. Lá, havia uma imensa biblioteca e poderia haver algum livro sobre o portal.
Pela tarde, ela, Rowan e Dorian - que queria conhecer a biblioteca - acompanharam Feyre e Rhysand para a Casa do Vento.
Assim que entraram na biblioteca, Aelin pensou que fosse desmaiar e ao olhar para Dorian viu que o príncipe estava com a boca aberta.
- Acho que vi uma baba - ela provocou e Dorian fechou a boca, mas ainda parecia extasiado.
Estantes cheias de livros cobriam cada parede e no centro de tudo havia um grande buraco negro, que Feyre explicou, antes habitava um ser chamado Bryaxis que tinha fugido depois da guerra contra Hybern.
Eles se aproximaram de uma mulher com o capuz cobrindo seu
rosto. Uma das sacerdotisas, Feyre tinha explicado.
- Olá, Clotho - Rhysand cumprimentou a mulher. Uma caneta começou a escrever sozinha em um papel branco.
Boa tarde, Rhysand.
Foi então que Aelin notou os dedos tortos da mulher, sentiu uma grande admiração por aquela sacerdotisa.
- Há alguma seção de livros sobre portais ou outros mundos? - Feyre perguntou.
A caneta magica se moveu de novo.
Temo que não. Pelo menos, não está no nosso catálogo, o que pode significar estar nos andares mais baixos. Gwyneth pode ajuda-los.
Aelin olhou por sobre a grade, para a escuridão do poço. Não desceria ali, nem que a enchessem de chocolate por dez anos.
- Acha seguro descermos? - Dorian perguntou a Rhysand.
- Bryaxis se foi, então não acho que a o que temer - Rhysand falou e se virou para Clotho - Obrigado pela ajuda.
É sempre uma honra.
O grupo foi descendo cada degrau, passando por tantos andares, até que encontraram um andar onde havia pouca luz.
Gwyneth os esperava com uma luminária, mas a luz pouco era útil naquela escuridão.
- Sigam-me.
Aelin conjurou um pouco de suas chamas para iluminar o lugar e msmesmo com o calor da chama entre os dedos, ela sentia frio.
O grupo seguiu Gwyneth pela estantes, até ela parar em uma mesa que ja estava com livros e deixar a luminária em cima.
- Vamos começar por aqui, pode ser que tenha alguma coisa.
- Vamos procurar - Rowan falou.
Rhysand e Feyre foram para o lado direito e os três foram para o esquerdo. Gwyneth começou a procurar pelos livros que estavam na mesa.
Rowan e Aelin procuraram juntos e Dorian que também tinha conjurado uma chama foi procurar em outras
estantes.
Passou muito tempo e eles não tinham achado nada e em algum momento Aelin se deu por conta que estava sozinha e tentou não se preocupar. Provavelmente Rowan tinha ido ajudar Dorian ou Rhys.
Ela continuou procurando, os livros tão empoeirados que as vezes era difícil ler os títulos.
Uma pena que você tirou. Ela ficava bonita em você.
Aelin congelou. Era Maeve novamente.
Ela se virou, mas não encontrou nada ali, além de outra estante com mais livros empoeirados.
Você não pensou em me esquecer não é, Aelin? Sua tia está profundamente magoada por você tentar esquece-la.
- Me deixe em paz, Maeve - Aelin sussurrou com raiva. Uma risada
fria e cruel encheu seus ouvidos.
Vou pôr você naquele caixão de ferro pelo seu tom. Vou pôr
quilos e mais quilos de ferro até você sufocar e implorar...
Uma mão gelada tocou seu ombro e ela derrubou o livro que estava segurando.
- Calma, sou só eu - Dorian falou.
Aelin respirou fundo e limpou as lágrimas que nem sabia que
estavam em seu rosto.
- Aelin, você tá bem ? - Dorian perguntou franzindo as sobrancelhas.
Aelin suspirou.
- Achei que tivesse ouvido Maeve.
Dorian segurou sua mão e deu um aperto firme.
- Eu sei que o que passou foi além do horrível, mas Maeve se foi. Ela não pode mais te machucar.
- Eu sei, obrigada - ela disse e o abraçou. Depois notou que o príncipe segura um livro. - Achou alguma coisa?
- Achei sim - ele falou e mostrou um livro de couro verde escuro. "Mundus autem mundos" lia-se o título.
- O que isso significa? - ela perguntou.
- Não sei. Mas Rhysand disse que Amren pode traduzi-lo.
Depois de reunir o grupo, agradeceram Gwyneth e saíram da Casa do Vento.
Ao anoitecer foram no apartamento de Amren. Rhysand e Feyre os deixaram na porta do apartamento e foram caminhar na cidade. Rhys disse que saberia quando fosse a hora de ir embora e voltaria para busca lós.
Aelin bateu educadamente na porta. Nestha Archeron abriu e deu um sorriso felino.
- Entrem - ela falou e eles entraram.
Para a surpresa de todos Manon e Amren estavam sentadas no sofá e pareciam jogar algum jogo. Quando Aelin chegou mais perto viu que era um quebra-cabeça.
- Elas estão treinando a concentração da mente enquanto montam um quebra-cabeça de cinquenta bilhões de peças. - Nestha explicou notando o olhar confuso de Aelin e Dorian.
Mas parece que Manon tinha acabado de perder, ao se virar e olhar para Dorian.
Amren revirou os olhos e Nestha deu uma risadinha.
- Se não for pedir muito precisamos da sua ajuda - Rowan falou educadamente para Amren.
A grã-feérica o observou e assentiu. Dorian entregou o livro para ela e explicou o que queriam fazer.
- O mundo dos mundos - Amren leu o título e folheou-o as páginas. - É uma língua um pouco complicada, pode demorar.
- Não há pressa - Rowan falou.
- É, mas não reclame ao acordar com os cabelos em chamas se demorar demais - Aelin falou e sorriu, mostrando seus caninos.
Amren engoliu em seco e puro terror dançou em seus olhos prateados. A fêmea assentiu.
Aelin segurou a risada e sentou-se no sofá com Nestha e Amren, Rowan se sentou na poltrona e observou o quebra-cabeça.
Aelin e Nestha começaram a conversar até que Aelin notou que Manon e Dorian tinham deixado o apartamento.
Manon Blackbeak
Ela viu o desejo nos olhos do príncipe assim que ele entrou no apartamento. Aquele olhos azuis safira pareciam brilhar e a fez perder toda a concentração.
Assim que ele entrou na sala ela soube que precisava beijá-lo, mas não com todos olhando.
Manon aproveitou o momento em que Aelin começou suas brincadeiras de fogo para Amren e foi até Dorian, puxou seus dedos e os levou para fora daquele apartamento.
Não andaram muito.
Dorian a tinha empurrado na parede mais próxima e a beijado.
No começo leve demais e então a fome voraz do desejo tomou seu corpo e o beijo começou a ficar selvagem. Do jeito que ela gostava.
Ele abriu o fecho da jaqueta dela e segurou sua cintura. As mãos
estavam muito geladas, ela estremeceu ao toque. Dorian, reparando, começou a aquecer suas mãos com seu poder.
Ele a levantou tanto, que ela teve que pôr as pernas em volta da sua cintura para se segurar. Ela acariciou seus cabelos sedosos, enquanto ele a beijava no pescoço.
Isso não era o bastante. Nunca seria o bastante com Dorian. Ela o queria inteiramente. Porque ela parecia meio hesitante enquanto a tocava?
As coisas haviam esquentado entre eles em Adarlan, tanto que Manon passava dias lá, ao invés de estar com as Crochan. Fora difícil para ela admitir que gotava dele e conforme foi aumentado, Manon percebeu que se afastar de Dorian Havillard era doloroso e esperava que ele soubesse disso.
Ela empurrou seu ombro de leve, mas o fez olhar instantemente para ela.
- Não quero carícias gentis. Quero você selvagem como um lobo - ela falou e rubor fluiu em ambos.
Logo, Dorian deu um sorriso malicioso e aquelas mãos invisíveis tocaram todo o seu corpo. Uma mão acariciou seus
cabelos e outra acariciou seu pescoço.
A mão de Dorian deslizou por baixo da sua blusa e lhe acariciou os seios fartos.
Ela gemeu baixinho e viu o quanto aquele som fez Dorian se tornar seu preciso lobo.
E tudo começou a ficar mais intenso, e mesmo assim ela queria mais. Ela precisava dele dentro dela.
Enquanto ela tentava tirar o cinto da calça dele, ela ouviu passos. Ela congelou e desceu as pernas para o chão.
Dorian a olhou confuso, e ela indicou a porta do apartamento de Amren. Um segundo depois, Aelin abriu a
porta.
Manon fingiu avaliar suas unhas de ferro e Dorian arrumou seu
casaco. Aelin olhou para eles e deu um sorriso malicioso. Com certeza ela sabia.
Rowan e Nestha vieram de trás de Aelin e todos desceram para o saguão, para esperar Rhysand e Feyre.
Depois disso foram para casa de Feyre onde havia um jantar que Elain havia preparado esperando por eles. Manon sentou ao lado de Nestha, bem longe de Dorian ou poderia joga-lo em cima da mesa e simplesmente transarem ali mesmo. A bruxa nem se importava com a plateia.
Os machos iniciaram uma conversa sobre a guerra de Terrasen, onde ela comentou algumas vezes. Sentia o olhar de Dorian sobre si, mas se recusava a encarar de volta.
Ela viu quando Azriel se levantou e olhou para a janela, logo Rhysand e Cassian se levantaram e saíram para a rua.
- O que aconteceu? - Fenrys perguntou.
- Está nevando - Mor respondeu com um sorriso e também saiu para a rua.
Todos se levantaram curiosos e foram para fora. A neve cai lentamente os machos jogavam bolas de neve uns nos outros.
Fenrys já entrou na brincadeira jorgando uma bola de neve em Cassian. Lysandra, seguida por Aelin, Rowan e Nestha resolveram entrar na guerra também.
Rhysand os dividiu em dois grupos e começaram a construir barricadas de neve para se esconderem, logo a guerra começou de novo. Depois de muita insistência de Aelin, Dorian entrou em seu time e começaram a jogar as bolas de neve no time de Rhysand.
Feyre e Elain haviam pegado cadeiras para elas assistirem, Manon sentou-se ao lado de Amren.
- Vocês são amantes? - ela perguntou a Manon indicando Dorian.
- Algo assim - Manon falou e percebeu o quanto aquilo a machucou. Ela queria dizer que eles eram mais do que isso. Ela
queria ser mais do que isso. Então Dorian se virou e encontrou seu olhar.
Ela podia jurar que ele dizia que queria ser algo mais também.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corte de Fogo & Escuridão(REVISADO)
Fiksi PenggemarEdição especial com conto extra! Numa noite estrelada, uma "estrela cadente" cruzava o céu. Só que Aelin Galathynius não era uma estrela e desde aquele dia quando fechou os portões de Wyrd, se deu conta de que havia outros mundos. Um misterioso po...