Capítulo 3

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Eu podia ouvir as coisas ao meu redor, mas, simplesmente não conseguia acordar. Ouvia Edward contando o que tinha acontecido. Mas, de alguma forma eu sabia que ele não tinha culpa disso.

Abri meus olhos lentamente. Emmett estava segurando minha mão.

Comecei a chorar e Esme logo tentava me acalmar.

-Shhh... Calma, meu anjo. Calma!

-A minha... Filha, Esme...

-Eu sei, meu amor. Eu sei.

-Acho melhor deixar Bella e Edward a sós. -Carlisle falou e os demais concordaram e saíram com ele.

Edward me olhava. Ele me entregou um copo com água e eu bebi.

-Vai tirar a Nessie de mim? -Ele estava tão mortificado quanto eu.

-Não posso mais ficar sem ela. Você não tem noção de como doeu. Não imagina o quanto eu desejei a morte à dor que eu estava sentindo. -Falei deixando algumas lágrimas escaparem. -Ela tinha horas de vida. Eu tinha acabado de amamentá-la e aquelas pessoas entraram no quarto com meus pais. Aquela mulher loira tirou a minha pequena flor dos meus braços assim que dois homens me seguraram. Eu gritei, implorei e chorei, mas, nenhum deles me ouviu. Me sedaram e eu passei sete anos sem nem saber onde minha menina estava.

-Bella eu preciso que diga que não vai tirar ela de mim!

Ele chorava também. Segurei suas mãos ignorando naquele momento a corrente que passou pelos nossos corpos.

-Preciso dela comigo. Ou eu realmente vou enlouquecer!

-Eu não vou perder Renesmee! Não vou! Não posso!

Eu entendia o lado dele. Mas, ele tinha que entender o meu.

-Podemos compartilhar a guarda.

Falei e ele me olhou.

-Preciso dela morando comigo. Como sempre foi. Eu acordando e arrumando ela para escola, a colocando para dormir e contando uma historinha.

Levantei respirando fundo.

-Você a teve por sete anos e pôde fazer isso. Eu a tive em meus braços por algumas horas e jamais pude fazer nada por ela. Como pode me pedir isso? Que eu fique apenas algumas horas com ela e a devolva? Edward, pelo amor de Deus, ouça o que está falando!

-E você? Bella, Renesmee querendo você ou não é minha filha! Eu a amo mais do que qualquer coisa! Sou pai e mãe dessa menina! Faço qualquer coisa por ela!

Ficamos em silêncio nos olhando.

-Só há uma maneira. -Edward falou e eu o olhei atentamente. -Morarmos juntos. Renesmee teria os pais perto e nenhum de nós se afastaria dela.

Eu fiquei surpresa. Mas, não havia outra resposta a ser dita.

-Ok. Por ela eu faço o que for.

-Por hoje eu peço que nos deixe a sós. Preciso contar tudo a ela com calma. Você entende?

Assenti. Mesmo a contragosto ele estava certo.

-Amanhã eu prometo que você vem para cá e conversamos com ela. Vou precisar ficar mais uma semana aqui antes de ir embora. Pode ficar aqui em casa.

-Obrigada!

O abracei e ele me apertou em seus braços. Ficamos assim por um tempo até ele dizer que Carlie... Renesmee, estava chegando e que ele precisava conversar com ela.

Sai e peguei um táxi indo para o hotel. Não quis conversar com ninguém. Queria apenas ir para o meu quarto.

Entrando lá fui até o banheiro e peguei minha nécessaire. Abri pegando o pequeno estojo e o abri vendo as lâminas. Sorri entre lágrimas e as joguei no lixo. Me despi e olhei minha coxa esquerda. Haviam alguns cortes. Não muitos, mas, as vezes a dor era forte demais e apenas a dor física me aliviava alguma coisa.

Depois de um banho demorado eu vesti meu pijama e deitei. Ainda estava cedo, mas, eu estava exausta. Meu corpo e minha mente pediam apenas para dormir e pela primeira vez em sete anos eu dormi e não tive pesadelos.

Pequena FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora