Ho incontrato Nate

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Kim Taehyung - 2022

Fiquei observando Jimin todos os dias desde que deixei ele no orfanato. Mas, quando ele foi para Esforia, há oito anos, não pude acompanhar todos os seus passos do dia-a-dia escondido de Anjo Ivan, que é braço direito de meu pai, mas também aquele que deixara Jimin órfão escondido.

Hoje fazem vinte anos que ajudei o pequeno Park. Sinto tanto a falta dele, mas não sei se ele sente a minha falta todos os dias também ou não.

Talvez eu possa aparecer pra ele novamente, quando eu tiver chance de aparecer. Mesmo que invisível aos olhos dos humanos, posso ser visto pelos anjos que por ali ali vivem.

Mesmo que filho de Lúcifer, posso ser pego se me arriscar. O ser humano tem até medo do dia da sua própria morte, mas não tem limites. Eles não sabem dos riscos em mecher com o que é desconhecido.

Agora, estou sentado em um galho de uma cerejeira, esperando para ver Jimin voltando de.. Do mercado da outra quadra, pelo que eu entendi.

Em Esforia, os caçadores, aprendizes e outros preparam suas próprias refeições, os cozinheiros só cozinham em ocasiões especiais. Dentro dos muros, quem trabalha lá tem suas próprias casas. São chalés, para ser mais exato.

Como eu sei disso? Não faço a menor ideia, eu só sei. Eu acho que sempre soube sobre as coisas que tem naquele lugar de alguma forma. Confesso que acho isso estranho, mas nunca questionei.

Vejo Jimin andando na calçada e logo vou ao seu encontro, sorrindo. O engraçado é que ele me reconheceu, mesmo que tenham se passado vinte anos.

-Tae! Eu senti tanta a tua falta! - Ele me abraça, parecendo querer chorar - Achei que não te veria de novo.. Eu esperei tanto por esse dia..

-Pois fostes ouvido por Deus.. - Sorrio, meio desconfortável ao citar o nome - Parece que entrou para a Esforia, há quanto tempo está lá?

-Vai fazer oito anos semana que vem - Sorriu gentil, como da última vez que o vi. Foi a primeira pessoa que alguém sorriu assim para mim em centenas de anos. A última pessoa antes dele foi.. O meu primeiro amor, que coincidentemente foi um humano igual a ele, que acabou por perder a vida para um anjo da luz por ter se envolvido comigo.

-Uau, oito anos!?

-Pois é, e até que é legal.. Consegui encontrar meus irmãos adotivos, o Namjoon e o Yoongi..

-Que bom, fico feliz por você - Sorrio, sentindo.. Ciúmes..? - Quer que eu te acompanhe até o portão?

-Não estou indo pra lá agora, vou na lojinha comprar algumas coisas para redecorar o chalé, mas se quiser pode vir comigo até lá

-Claro!

Acompanho Jimin até a loja, ajudando-o com as sacolas do mercado e conversando bastante o caminho todo. Ao chegar, ajudo-o a escolher as coisas e a carregar as mais sacolas.

-O que acha de irmos na sorveteira agora?

-Sorveteira? Sim, sim, sim! - Os pequenos olhos heterocromáticos do loiro brilham como os de uma criancinha, me deixando ainda mais encantado.

Vamos, então, até uma sorveteira próxima de onde estávamos, e parece que Jimin conhece todos os funcionários, por já entrar conversando com eles.

-Vejo que trouxe um amigo hoje, loirinho - Diz o atendente, que me olha fixamente com um pequeno sorriso na boca fina - Qual o seu nome?

-Pode me chamar de Tae, ahm..

-Jeon Jungkook, meu nome é Jeon Jungkook.

-Prazer, Jungkook.

-O prazer é todo meu! Bom, baunilha e chocolate pro loirinho, certo? - Sorri, olhando para Jimin com um sorriso grande  estampado no rosto. Confesso que só de olhar pra ele eu sinto vontade de socá-lo, da pra ver nos olhos dele o seu interesse pelo Park.

-Mas é claro, é o meu favorito e você sabe. - Sorri gentil

-E você, Tae?

-Chocolate e doce de leite

-É pra já! - O mesmo monta os sorvete e nós entrega, logo dizendo o valor da conta - Deu quatro mil wons.

Pago o valor dado e cada um pega o sorvete que pediu, dando um tchau a Jungkook e saindo da sorveteira. Jimin está feliz, dando pequenos pulinhos e sorrindo, tomando seu sorvete.

-Obrigado por vir comigo, Tae

-Eu que agradeço, Ji, agora vamos até Esforia, vou te acompanhar até lá.

Jimin apenas concorda com a cabeça e eu o acompanho até o portão. Ao chegar, o loiro pega as sacolas e, um pouco antes de se despedir, alguém que parece ser amigo dele, que, também está voltando de algum lugar, lhe cumprimenta, pegando alguma das sacolas.

-Eu estava vendo alguns imóveis pro meu chalé, sabe

-Que legal, Nate!

-Bom, pode ir entrando, eu vou logo atrás - Diz Nate, olhando para mim como se eu fosse seu pior inimigo.

-Tá bom, tchau Tete - Sorri, me abraçando e logo entrando para dentro dos portões.

-Quem é você? - Pergunta Nate

-Um anjo.

-Qual o seu nome? - Há apreensão na voz dele.

-Kim Taehyung. - Cerro os olhos, colocando as mãos no bolso

-Taehyung? - Da alguns paço para trás

-Pois é, sou eu - Sorrio de canto antes desaparecer como areia na brisa fria.

No mesmo instante, esse tal de Nate corre para dentro dos portões com o rabo dentre as pernas que nem um cachorrinho assustado. Já saquei o que ele é, ele é um idiota. Jimin não vê isso, pelo menos não ainda.

Ao chegar em casa, vou direto para o meu quarto e me jogo na cama macia, libertando minhas asas de penas negra e a marca da família de Lúcifer em minha bochecha pálida.

Preciso ficar de olho nesse cara. Tenho de avisar Jimin que Nate não é uma boa pessoa. Não que eu seja, mas é o Jimin, e eu quero fazer isso por ele.

‐É óbvio que ele vai falar para Jimin sobre o quem sou, mas é provável que Jimin não acredite nele, ninguém acreditaria que alguém que te salvou a vida vai ser mal, né.. - Digo olhando pra o teto, acariciando a região da marca de nascença na bochecha

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O Caçador de Anjos Caídos | VMINOnde histórias criam vida. Descubra agora