Capítulo 36: Cry

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Oiii, vim mais rápido dessa vez porque quero terminar tudo até o Natal, que Deus esteja comigo 🙏
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Narrador Point of View

Bel Air (Los Angeles) 17 de abril de 2016

A repercussão pública tomada pelos acontecimentos do dia antecessor foram de torrencial impacto para todo o Estados Unidos. Era da forma mais aproveitadora e sensacionalista o assunto do momento ao qual absolutamente todos os veículos de mídia aproveitaram para tirar suas casquinhas de entretenimento, porém obviamente o impacto maior foi daqueles que rodeavam de perto a família West e tentavam lidar com aquela realidade súbita.

A viagem que levaria o grupo musical para o México onde seria a segunda parada de sua turnê havia sido adiada por tempo indeterminado por respeito ao luto de Jade e ao velório que ocorreria naquele dia; comumente não se sabia ao certo qual seria o destino da West Enterprise e nem mesmo de Peter. Evidentemente o esperado era que ele fosse condenado pelo homicídio da esposa, porém não se teve pronunciamento algum da delegacia atuante no caso sobre o ocorrido e suas consequências.

A única preocupação dos amigos de Jadelyn naquele momento era seu estado e luto, estavam todos no apartamento da mais nova, foram lhe prestar condolências pela perda e acompanhá-la até onde ocorreria a cerimônia de enterro. Após ajudar a namorada a se vestir Tori se retiro do quarto a deixando sozinha por alguns minutos como havia lhe pedido, não queria se afastar de Jade mas entendia o quanto aqueles momentos eram importantes para ela, torcia para que aproveitasse aquele momento para sentir a perda como ainda não se permitiu sentir, era uma dor muito grande para que ficasse presa dentro de alguém. Avistou Catherine rente a cozinha a se aproximou aceitando o copo de água oferecido a si, bebendo um grande gole.

- Como ela está? - perguntou a ruiva recostando-se na ilha que separava a cozinha da sala, o vestido solto e negro completamente alinhado a seu corpo.

- Ainda calada, dá para ver nos olhos dela o quanto ela está desolada, perdida ainda. - Tori respondeu lamentosa, se sentia muito triste por toda a situação - Ela ainda não chorou desde ontem quando recebeu a notícia e eu sei que ela está prendendo isso dentro de si porque a vejo engolir a seco e tensionar o rosto todo o tempo inteiro, ela tenta enterrar o choro á garganta e quase não fala. Ela nem olha no meu rosto e eu sei que é porque se ela olhar vai enfraquecer, eu estou preocupada com ela.

- É, eu notei isso também e já imaginava que seria assim. Jade tem essa dificuldade de não abaixar a guarda e se mostrar enfraquecida, não só para as pessoas a sua volta mas para ela mesma também. Mesmo que ela já esteja muito mais volúvel a se expressar isso é algo que demanda tempo, ela está se vendo sozinha, o pai está preso, a mãe morreu tentando a proteger. Ocorrerão momentos em que ela irá até se sentir culpada, odiar a si mesma, ela acha que mais do que nunca precisa ser essa rocha indestrutível porque agora é apenas ela e até para não receber pena das pessoas. - Cat explicava atenciosa, sua relação com Jade não se formou em dias, já fazia 9 anos que eram amigas e confidentes uma da outra, a conhecia muito bem para já não ter pressuposto o que acontecia e não ter bagagem para falar com tanta convicção.

- E nós devemos deixar? Isso não é saudável, Cat.

- Não, não é, mas isso é o que ela é, não podemos força-la a sentir, tampouco gritar até que ela chore, vamos apenas esperar o tempo dela, uma hora ela não aguentará mais e nós estaremos aqui para acudi-la. - aconselhou Cat com segurança, era nítido seus enfoques otimistas, Tori ainda se sentia aflita em ver a garota que amava se castigando daquele jeito mas ouviria a ruiva naquele momento, era a única coisa que podia fazer.

Havia se passado alguns minutos quando viu Jadelyn surgir do corredor onde instalavam-se os quartos, o corpo envolto em um vestido negro longo enfeitado com um broche dourado no peito esquerdo, os cabelos soltos e penteados, saltos negros e maquiagem carregada e bem feita completavam sua indumentária, não dosava a si estar bem vestida mesmo não tendo vontade alguma de arrumar-se, porque não queria que as pessoas a visualizassem de maneira diferente e longe do que estão acostumados, sem olhar surpresos, penosos e tristes.

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