Atenção o assunto nesse conto pode gerar gatilhos:
Ele espera pacientemente próximo da estação, muitas possíveis vítimas vinham de lá, só tinha que esperar, observava todos que passavam, fumando um cigarro, simplesmente aguardava. Uma garota bonita passa sozinha por ele, ela não percebe sua presença, ele estuda a possibilidade de ser ela, ela da mais alguns passos, ele a observa por trás, resolve então segui-lá, um carro preto passa por ele e para ao lado da garota, ela então sorri e entra dentro do carro. O motorista da um beijo e os dois vão embora. " Não foi dessa vez, terei que esperar por outra pessoa".
Mas uma hora se passa, está próximo da meia noite, o melhor horário pois as ruas ficam sempre desertas. Uma senhora idosa passa desacompanhada, ele cogita a idéia, mas logo desisti. Não que idade fosse um problema para ele, mas hoje estava atrás de algo bem mais desafiador.
Acende mais um cigarro, olha em seu relógio, um relógio deixado por uma das vítimas que hoje orgulhosamente carrega em seu pulso. O último trem passa, " Se não for agora, terei que deixar para outro dia" pensa em tom de lamento. Um grupo grande de pessoas passam, estudantes universitários, garotas lindas, muitas garotas que se estivessem sozinhas seriam seu alvo, muitas pessoas passaram em grupo ou com seu companheiro, "parece que os boatos de um estuprador nessa região estão deixando as pessoas mais cuidadosas, terei que procurar outro lugar em breve"
Ele se via sozinho novamente, mas ninguém na rua desacompanhado "vou terminar de fumar esse cigarro e vou embora, parece que não será hoje", mas antes dele concluir o pensamento, uma figura feminina surge descendo as escadas, ele olha sem tentar chamar atenção, mas em seu olhar rápido percebe um corpo escultural, embaixo de um uniforme de secretaria, " saia, isso facilita meu serviço" pensou olhando pro lado oposto da mulher, agora observando a movimentação dos carros, vendo se nenhum carro está parado esperando por ela, tudo indica que não. A mulher passa por ele, eles trocam olhares, ele repara no rosto fino e delicado, a pele branca e lisa, nós cabelos ruivos rebeldes e nós olhos verdes provocativos. Ela passa por ele deixando um rastro de perfume doce, aquele perfume mexeu ainda mais com ele, mas deveria ser paciente, ele ainda não podia agir, ainda não. Ela se afastou quase vinte metros " hora de agir".
Ele andou atrás dela evitando fazer barulho com passos apressados, ela andava despreocupadamente, em nenhum momento ela olhou para trás. " Será que ela vai chorar? gritar? lutar? ou vai ficar em choque parada enquanto eu me divirto?"
esse pensamento o deixou animado, ele já havia presenciado diferentes reações e todas elas o divertiam. A distância estava encurtando, uns dez metros talvez um pouco mais, " Em uma corrida eu alcanço ela, ela será minha". A garota foi em direção ao beco, um beco pouco iluminado, estreito e deserto. O tipo de lugar onde pessoas vão para usar drogas, um tipo de lugar ideal para gente como ele, ele sorriu. já conseguiu sentir o perfume, ela então virou a esquerda entrando no beco, saindo da vista dele, "hora de agir" ele correu já tirando a faca da cintura, por ser magro tinha que usar o elemento surpresa e o medo para conseguir coagir suas vítimas e a faca ajudaria para liberar alguma peça de roupa mais insistente "E se caso eu cortar um pouco da carne dela, azar o dela".
Ele a apanhou pelo braço, a pele macia como imaginava colocou a faca em seu pescoço, " Olá gostosa, o que faz sozinha em um lugar tão perigoso" disse com um tom de ironia, se divertindo com a situação, já imaginando o que iria fazer,a situação já o deixou excitado ficando evidente pelo volume nas calças, " Hoje você vai ser minha" disse próximo do rosto dela, sentindo a boca salivando e uma vontade de partir para cima, olhou nos olhos dela, olhos que não demostrava emoção nenhuma " congelou de medo, talvez, vou fazer ela gritar em breve".
- Pode gritar a vontade, ninguém vai ouvir.
disse com um sorriso maldoso.
A mulher então segurou sua mão sem mudar a expressão, uma mão pequena e macia, no momento ele achou graça, tentou tirar a mão puxando para trás, mas a mão não mexeu, puxou com mais força e nada. Por um segundo ficou aéreo, sem entender o que estava acontecendo, forçou então para frente em direção ao pescoço da mulher e a faca não se móvel nem um milimetro. A expressão da mulher mudou, um pequeno sorriso surgiu ao mesmo tempo que o estrupador o encarava com uma cara de espanto. Com a mão direita livre ele tentou pegar nos cabelos dela, mas antes que ele conseguisse, ela esmagou a mão esquerda dele que segurava a faca como se estivesse amassando um papel, foi possível ouvir os ossos da mão se quebrando como gravetos. Ele puxou para trás usando a força do seu corpo todo, ela apenas soltou o fazendo cair no chão. Ele olhava atordoado não entendendo como era possível, ela veio caminhando calmamente em sua direção, continuou até o próximo passo ser em cima dele e e calmamente ela pisou, pisou fortemente no meio das pernas sendo possível ouvir o som de algo sendo esmagado, em seguida um grito de dor, e uma mistura de sangue e urina molhou a calça do homem que não conseguia fazer nada, além de gritar, estava indefeso e confuso.
- Pode gritar a vontade, ninguém vai ouvir você aqui. Disse a mulher repetindo a fala do homem, fazendo uma expressão igualmente assustadora.
- Pare por favor. Disse o homem usando o resto das forças que tinha, ele se sentia enjoado, sua pressão caiu e sentiu que iria desmaiar.
- Parar? você por acaso para quando suas vítimas te pedem ? Não mesmo, só estamos começando.
Ele tentou falar algumas coisa, mas desmaiou. Foi acordado com tapinhas no rosto.
- Não faça isso, quero que esteja acordado, se não onde estará a graça?
Ela estava com a faca do estuprador em mãos. Colocou a faca com cuidado próximo da virilha, com uma facilidade tremenda enfiou a faca perfurando a perna do homem, que só pode responder com mais gritos de dor, puxou a faca até próximo do joelho, rasgando a carne como se fosse feita de papel, repetindo novamente na perna esquerda.
O homem não tinha mais forças balançava a cabeça em desespero, chorando em protesto a tudo aquilo. E era só o que podia fazer, chorar. Por um momento refletiu, como era estar do outro lado, como é estar indefeso e a única pessoa que pode ouvi-lo e a mesma que está provocando sua dor, seus medos, provocando um trauma que estará impregnado na mais profunda camada do seu ser e formará uma ferida incurável e irremediável. Sem saber se sairia vivo e mesmo que saísse não nunca mais seria o mesmo, não queria mais sentir esse medo e estava disposto a não provocar-lo nunca mais. Ele agora chora não pela dor, mas pelo mostro que pode enxergar, tentou lembrar de todas as mulheres do qual foram vítimas dele, os rostos delas passaram como flash, pôde lembra de pelo menos dezessete rostos, dezessete mulheres de diferentes idades, etnias, vestimentas, comportamento e cultura, diferença que ele não ligava, ele só queria satisfazer seus desejos da forma mais violenta possível, usando qualquer mulher vulnerável que encontrava pelo caminho.
- Eu entendi, não vou mais fazer isso, eu prometo, não farei mais mal a ninguém. Disse com a esperança de que ela fosse parar.
Ela olha no fundo dos olhos dele, um olhar de compaixão, retira a faca que estava cravada próximo do joelho. O rapaz se sente aliviado, " tudo isso vai acabar".
A moça se aproximou, com uma facilidade o ergueu, as pernas do homem estavam frágeis, ele não tinha força para se sustentar sozinho. Ela prensou o corpo dele com o dela, os seios volumosos dela agora estavam comprimidos no corpo dele. Algo que em outras circunstâncias seria perfeito.
- Acho que você não entendeu- sussurrou bem próximo do ouvido. - Parece que o medo te fez sentir remorso, fico até comovida em ver que se arrependeu, mas hoje você não sairia vivo daqui, e vamos terminar com isso logo pois você está sangrando muito e mesmo para um verme como você, isso é um desperdício. Ela abriu a boca de uma forma que nenhum humano normal podesse abrir, parecia que sua mandíbula estava solta, dois grande caninos superiores estavam sobressaltado e ela gravou os os dentes em seu pescoço, perfurando a carótida, o homem já não tinha força e simplesmente permitiu, não lutou, não gritou, ele entendeu que aquele dia ele era a caça e ela o caçador.O verdadeiro medo esta nas situações reais e muitas vezes estão mais próximas do que imaginamos, esse conto é totalmente fictício, porém o número de mulheres que sofreram e sofrem abuso no Brasil é muito alto, "Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que mais de 100 mil meninas e mulheres sofreram violência sexual entre março de 2020 e dezembro de 2021". Informações adquiridas no site do G1.
(https://g1.globo.com/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/07/brasil-teve-um-estupro-a-cada-10-minutos-e-um-feminicidio-a-cada-7-horas-em-2021.ghtml).
Torço para que chegue o dia em que as experiências de medo sejam só na ficção.
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Contos macabros para antes da meia noite.
Short StoryQuerido leitor, se procura diferentes contos de terror que podem gerar arrepios passando pela coluna subindo até a nuca, está no lugar certo, porém recomendo que faça a leitura antes da meia noite, pois depois da meia noite coisas estranhas podem ac...