Do outro lado do espelho.

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- Ai amiga, como você consegue assistir essas coisas?

- Simples! Nada disso é real, não existe essas coisas de assombração, gnomos, possessão, nada disso existe amiga.

- Eu não brinco com essas coisas, nem vejo isso.

- Qualquer dia eu faço um desses rituais fajutos.

- Amiga não brinca com isso não.

Sabrina é uma estudante universitária, com seus vinte anos, cursava direito em uma das faculdades mais exemplares do País, seus lindos olhos verdes e cabelos loiros bem volumosos chamam a atenção de muitos, um sorriso extremamente cativante, uma garota realmente bonita, divide o aluguel de um apartamento com sua melhor amiga Leandra, igualmente bonita, de pele morena, cabelos cacheados e pretos bem volumosos e com um corpo atlético o que ajuda no curso que escolheu, educação física.

A ligação entre elas começou na infância, brincavam juntas, planejavam juntas e sonhavam juntas. As duas têm a mesma idade com uma diferença de três meses apenas e são tão unidas que, quando a Sabrina conseguiu passar na faculdade e a Leandra não, Sabrina recusou e estudaram para o passarem juntas.

- Amiga, o Lucas quer encontrar comigo de novo. Disse Leandra sem tirar os olhos do celular.

- Porque está mudando de assunto? Disse Sabrina em tom de zombaria

- Você fica vendo esses vídeos de espírito, assombrações, rituais, credo. Deus é mais!

- Ai Lê para de ser besta, nada disso é real, um dia vou fazer algum desses com você. - Terminou a frase com uma risada teatral semelhante ao de uma bruxa.

Sabrina amava filmes, histórias e contos de Terror, acompanhava canais no YouTube sobre o sobrenatural, vídeos sobre rituais e acontecimentos sem explicação, nunca teve medo e quase sempre era muito cética a tudo àquilo uma vez ou outra que os vídeos causavam realmente medo, por outro lado Leandra não gostava nem um pouco, mesmo as coisas mais banais como filmes de comédia que satiriza filmes de terror eram evitadas por Leandra.

Dia 31 de Outubro tradicionalmente é comemorado o dia das bruxas em diversos países, no Brasil não tem essa tradição, mas alguns lugares usam essa data como atrativo comercial, enfeitando lojas e vendendo produtos temáticos. Nesse dia, Sabrina preparou uma pegadinha para sua melhor amiga, colocou velas espalhadas no banheiro, deixou a casa em total escuridão, desligando a energia da chave principal, se escondeu em um dos quartos próximo ao banheiro e esperou. Estava caracterizada como a famosa lenda da Bloody Mary, também conhecida como a loira do banheiro aqui no Brasil. Com sangue falso pelo rosto e cabelos, maquiagem escuras em volta dos olhos, algodão encharcados de sangue falso para tampar as narinas, uma camisola branca igualmente manchada com sangue falso e pra finalizar sua caracterização, lentes de contato que escurecia os olhos deixando as orbitais totalmente negras, uma imagem realmente assustadora. Dez horas da noite, Leandra entra na casa, aciona o interruptor e não funciona, Leandra já começa a gritar por Sabrina, um misto de advertência e um chamado de socorro, na esperança da amiga responder. Sabrina já estava rindo, com grande esforço se manteve quieta, pois não poderia estragar a pegadinha agora. Leandra que continuava chamando, percebeu que o banheiro estava iluminado, já prevendo um susto, avisou a amiga novamente.

- SABRINA, NÃO ME ASSUSTA! ISSO NÃO É BRINCADEIRA QUE SE FAÇA, OUVIU SABRINA? - Sua voz já trêmula, dando passos cautelosos em direção ao banheiro.

Leandra se aproximou da porta do banheiro um silêncio sufocante dominava o local, apenas uma fresta de aproximadamente dois palmos estava aberta, luzes e sombras trepidava, medo dominava o corpo de Leandra, ela já não sabia o que fazia, e o motivo de estar seguindo em frente, mas ela colocou a mão na porta e abriu, o silêncio foi interrompido pelo som arranhado da porta abrindo, por um momento Leandra sentiu o coração palpitar mais forte, ela não estava preparada pra cena que presenciou, velas estavam espalhadas pelo banheiro, um pentagrama de sangue estava desenhado de no piso branco do banheiro, com velas nas pontas da estrela.

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