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GABRIEL

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GABRIEL

Gelatina de abacaxi é tão doce quanto o mel que o pai aplica! Mas falando sério agora, hoje eu e a Duda postamos a nossa primeira foto de casal, mas eu no stories, né? Sou low profile, preciso manter a pose do Lil Gabi. Quer dizer, agora o pai é comprometido. Eduarda me marcou e colocou um coração com "meu nove". Mané meu nove, nem quis usar minha camisa. Aquela ridícula, vacilona de uma figa. Estávamos no meu armário escolhendo alguma camisa para ela usar no jogo de hoje.

— E a do Arrascaeta? — Eduarda me pergunta enquanto alcancei algumas camisas para ela. Bufo de forma sincera. — Qual o número dele? Por curiosidade mesmo, sabe?
— Se não é o número do seu namorado, morreu aí. — Rebato e ela faz uma careta de desdém. — O número mais lindo que tem é o nove, amada. Aceite este número, é uma benção.
— Se na sua cultura as pragas forem bênçãos, é uma grande preocupação. — Respirei ao pegar a camisa do kit que usaríamos hoje. Era dia de jogo grande. — Feia.
— A terceira não é tudo isso mesmo. — Digo enquanto mostro a camisa. — Mas tudo que tem o meu nome, meu número e minha gostosura, fica dez. — Abro um sorriso convencido e Eduarda fica perdida em meus encantos. Quer dizer, ela me dá um beliscão e…
— Se manca, cara. Cê joga no mesmo time que Arrascaeta e João Gomes, e vem me falar de gostosura? — ela riu sinceramente — faça-me o favor, né? — Puxei a sua cintura na minha direção e colei os nossos corpos como uma afronta.
— Cê tá mesmo renegando o seu — arrastei a sílaba — namorado, princesa? — Eduarda piscou algumas vezes e senti a sua mão apertando a minha que estava repousada em sua cintura. — Esse seu delineado tá feio. — Me afastei e ela revirou os olhos. — Bota um vermelho com preto que é sucesso. Minha namorada tem que ser tipo, um nove, sabe? Porque o dez eu já sou.
— Só se for dez de desespero. — Ela riu levemente e eu a encarei sem paciência. — Olha, posso usar a branca? Achei a mais bonita.
— Pode. — Digo sem muita vontade. — Desde que vá, já fico feliz. — No mesmo instante em que termino a frase, me mato em sete países diferentes. Como assim eu fico feliz? Eu, hein.
— Gabriel, a minha vontade depois dessa sua frase… — os seus olhos encontraram os meus — é não ir, porque cê feliz me dá desgosto.
— Vai a merda, Eduarda. — Retruco rapidamente e ela abre um sorriso leve. — Veste… logo. — A encaro de cima a baixo. — Vê se dá pra dar uma melhorada nisso.
— Vai lá perder gols, vai! — Ela grita enquanto eu saio do quarto. — Besta, ridículo, nojento. Garoto in-su-por-tá-vel! — Deixo uma risada leve sair ao ouvir aquele seu tom irritado.

Desço até o andar debaixo e pego algo para bebermos. Volto e paro na porta antes de entrar no armário, percebi ela com a camisa, e droga, ela ficou estranhamente ok com a minha camisa. Deixei um sorriso leve nascer ao ver ela feliz. Bato na porta e ela fecha a cara ao me ver. Isso para mim é elogio, porque ela ficou sem palavras ao me ver.

— Eu tô cansada de ver você. — Diz de forma sincera e eu alcanço o suco para ela. — Eu preciso fazer alguma coisa diferente hoje? Porque eu não sou a mais adepta ao futebol.
— Não é todo mundo da minha vida que entende disso. Não precisa se forçar a entender algo que não quer. — Digo sem muita pressão e ela fica pensativa. — Eu tenho uma amiga antiga que não gosta de futebol e a gente tem a mesma relação de amizade.
— Menos mal, eu tenho medo de tentar reagir a algo e dar uma gafe tremenda. — Neguei rapidamente. — Posso ficar brava quando alguém fazer falta em você? Vibe novela das nove, sabe? — Tentei esconder o sorriso, mas concordei levemente. — Aquele seu cartão vermelho ainda me dá nos nervos! Gente chata, irritante.
— Querida. — O meu tom era doce. Ela revirou os olhos. — Mas nem sempre vão fazer falta em mim, é mais fácil eu discutir por eles não me amarem, do que me odiarem. Não que já não me odeiem. — Eduarda riu levemente e concordou. — Você concordar comigo… me assusta.
— É que foi a coisa mais inteligente que você me disse desde que nos conhecemos. — O tom dela era debochado e eu tento não responder logo de cara. Não quero ser estupido o tempo todo.
— Você tem medo do que? — Me referi ao jogo, mas ela pareceu ter ficado tensa. — É só um acordo que logo vai acabar. — Eduarda suspirou levemente. — A única coisa que pode acontecer de ruim é você se apaixonar pelo cara maravilhoso que eu sou.
— Só se for nos seus sonhos, né? — Retruca irritada e eu me aproximo do seu corpo levemente. — O que?
— Então eu estou nos sonhos? — Eduarda fica surpresa e nega rapidamente. — Desde que não imagine o meu corpo perfeito de formas picantes, quer dizer, eu até entenderia, sabe?
— Meu Deus, você é ridículo! — Diz irritada. — Se eu for sonhar com você desse jeito, vai ser um pesadelo e caso eu fosse homem, procurando broxar em menos de três minutos.
— Amor! — Uso um tom manhoso e Eduarda me empurra com força. — Amor da minha vida toda! — Ela tenta tapar a minha boca, mas eu seguro as suas mãos. — Por que tão agressiva, amor? Quer magoar o seu namorado? — Eduarda concorda enquanto dá risada. — Mas eu sou o seu amorzinho todinho!
— Prefiro você marrento! — Diz e eu a prendo de costas em meu corpo. — Você é um ridículo! Sabe que eu não tenho força contra você. — Concordei rapidamente e ela bufou irritada. — Me solta e eu não falo do Arrascaeta o dia todo.
— Oferta tentadora, mas e se você não falar dele nunca mais? — Ela negou rapidamente. — Você me trai na cara dura e ainda fica revoltada? — Eduarda concordou animada. — Quero terminar.
— Graças a Deus! — Ela atua de forma sincera. — Dei tantos sinais! Pensei que era óbvio! — Não consegui conter a risada e a virei na minha direção, prendendo os seus braços nas suas costas. — Vou te denunciar por violência doméstica.
— Pode me denunciar por quebrar tantos corações. — Ela revirou os olhos levemente. — Sei que não faz parte do acordo, mas você ficou decente com a minha camisa. — Eduarda coloca a sua cabeça de lado um pouco. — Provavelmente deve ser porque a camisa é do maior time do RJ e por ter o meu número.
— Alguma frase sua vai algum dia sair sem você usar esse seu ego todo? — Neguei com um sorriso sincero. — Você é mais feio ainda de perto, precisa arrumar isso. — Fiz uma careta manhosa. — Não tira os seus cachos, ok? Você também tem que estar aceitável pra estar comigo.
— Vou cortar amanhã mesmo. — Brinco e ela semicerrou o olhar. — Tá bom, a patroa mandou, a gente tem que obedecer, né? — Eduarda concorda enquanto pisa no meu pé e se afasta de mim. — Porra, meu pé!
— Mandei me soltar. — Diz ao se ajeitar no espelho. — Agora, anda! Temos que buscar a Olivia ainda. — Assenti enquanto mexia no local. — Ah, por favor, já levou pancadas piores.
— É que vindo do meu amor, dói muito mais! — Digo de forma dramática e ela me olha com desdém. — Você é gelada, frígida. Chega a ser triste.
— Obrigada, sinto que você finalmente entendeu a minha essência. — O sorriso dela quase me levou na onda, mas não. Logo fomos buscar a sua irmã.

𝐂𝐀𝐎𝐒 -̲ ᵍᵃᵇᶦᵍᵒˡOnde histórias criam vida. Descubra agora