Scaramouche
Meus amigos e familiares viviam comentando, "Scara vá atrás de um terapeuta vai ser bom". Eu sinceramente nunca liguei para esses comentários, depois de muito tempo finalmente fui em um. Nesse exato momento me encontro em uma sala branca, um pouco vazia mais havia alguns livros e plantas. Estou sentado em um sofá com um belo homem da minha idade a minha frente. Dizem que por ser novo parece inexperiente mas é um ótimo trabalhador, calmo e compreensivo.
- Bem, você deve ser Scaramouche, sou Kaedahara Kazuha. - Ele olha para mim analisando cada detalhe. - Aqui diz que seu sexo é feminino, gosta de ser chamado no feminino?- Não? - Acho que o modo como eu me visto já entrega um pouco.
- Ok senhor Scaramouche, o que pensam sobre seu gênero? - Ele segurava uma caneta e um bloquinho pequeno.
- Bom, minha mãe vive dizendo "você sempre será uma menina kuni." - Suspirei - Nasci menina mas com o tempo fui me descobrindo um homem, isso acabou muito com minhas relações. Meus amigos foram embora, eles achavam nojento pensavam sempre "nascida mulher sempre mulher" - Dei uma pausa - Eu era bastante julgado, ainda sou mas nem tanto quanto antes. Eu tenho uma irmã, a única coisa que ela dizia era "você é a decepção da família, lixo.", Sofri bullying pela minha família e pessoas na escola. - Parei, ele anotava e me olhava esperando eu comentar mais. - Bem, começaram a espalhar isso pela Internet inteira, eu me sentia frustrado e com medo. Todos da escola sabiam e faziam bullying comigo, sempre minha irmã me defendeu, ela parou depois que descobriu. Eu era indefeso, só chorava e quando tentava era só pior.
- E o que você fez pra melhorar? - Eu fiquei um pouco pensativo...Sinceramente. - Eu não fiz nada...Eu só tô nesse mesmo lance eu só sei me defender melhor. - Kazuha anotava novamente.
- Como está com sua família? - Suspirei e me preparei a responder - Minha mãe até tentou ser uma boa mãe, mas eu não consigo aceitar após tudo que ela já fez. Minha irmã, bom, ela continua a mesma, forte, o orgulho da família. - Abaixei minha cabeça e apertei minha coxa - Ela tem futuro, todos a amam e ela é definitivamente muito forte como uma arma de batalha, eu a invejo até hoje...Eu nunca diria isso em sua cara, ela é tão perfeita e eu fico pensando "Porque não fui eu?", não é minha culpa não é? Eu não pedi pra nascer assim...Eu nem pedi pra nascer! - Kazuha veio até mim e me abraçou, ele sabia que eu precisava, eu apenas retribui. A quanto tempo eu não ganho um abraço. - Obrigado Kazuha... - Falei um pouco envergonhado, ele deu um sorriso e voltou a seu acento.
- Bem, Scaramouche, quero que escreva um diário, escreva o que acontece enquanto você não está aqui. Todas as quartas e sextas você poderá vir, por hoje é só, nos vemos na sexta, Scara. - Ele deu um sorriso, eu gostei do "apelido".
- Tchau, Kazuha - Disse e sai da sala branca, me retirei do local e fui andando até minha casa.
Mensagens
Ruivo lixo: Eai Scara! Como foi lá?
Eu: Normal. Já estou indo pra casa
Ruivo lixo: Então ok! Vê se não vai pegar o próprio terapeuta! Ouvi dizer que ele é da sua idade rs.
Eu: Cala boca lixo.
Mensagens off
Desligo o celular ignorando as mensagens dele, aquele imbecil. Fico vendo o Twitter até chegar em casa. Nesse exato momento já tomei banho e comi um pão com café, me lembro que Kazuha havia pedido pra criar um diário, que coisa de imbecil.
Eu apenas escrevi que Childe, aquele Ed sheran falsificado, me mandou mensagem com algumas zueirinhas que não irei especificar e que vi algumas atualizações de jogos que gosto. Também escrevi sobre o que comi, após isso fechei o caderno e guardei em uma gaveta com alguns papéis e lápis/canetas.
Liguei meu videogame e fiquei jogando alguns jogos da minha lista, sim eu tenho uma lista de jogos para zerar e comprar, e uma boa ideia pra escrever no diário depois. Agora é só me preparar pro próximo dia e escrever bastante coisa pra dizer que me esforcei.
Continua.
(Luuhxza tô esperando esse baitola postar fic pra mim continuar a de rpg 🌷)
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𝘵𝘦𝘳𝘢𝘱𝘦𝘶𝘵𝘢. 🇰 🇦 🇿 🇺 🇸 🇨 🇦 🇷 🇦
AdventureScaramouche e cheio de problemas, psicológicos e mentais, ele vai em busca de um terapeuta, sempre negou mais foi convencido, e ele não se arrepende.