Capítulo 3 - Evelyn Sampaio

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Finalmente o Natal tinha chegado e eu estava super empolgada porque seria o primeiro que eu passaria com a Barbara. Essa era uma data muito especial para mim, além de ser o feriado que eu mais gostava, não só pelo significado e por toda energia boa que ele traz, mas também porque o clima de Natal era maravilhoso, os lugares arrumados, as crianças ansiosas tentando provar seu bom comportamento durante o ano, as músicas festivas, eu simplesmente amo!

Dias antes o presente de Barbara havia chegado na minha casa, eu fiz a encomenda pela internet com bastante antecedência porque fiquei com muito medo de não chegar a tempo, mas chegou! Eu comprei com uma menina que faz coisas incríveis e sempre voltadas para o público LGBTQIA+, porque sempre gostei de valorizar o trabalho de pessoas da comunidade.

Eu mal conseguia esperar pelo momento de dar o presente para ela e ver qual seria sua reação, mesmo que eu achasse que não era a melhor ideia do mundo, eu me sentia ansiosa para saber se ela gostaria ou não.

Também comprei pela internet os presentes de dona Ana, do meu pai, da Mel e da Carol, mas cada um em uma loja diferente. Para dona Ana, eu comprei um box de livros da Jane Austen porque havíamos tido uma conversa maravilhosa sobre Literatura, na qual tive a oportunidade de saber que ela adorava clássicos, mas que só tinha lido Orgulho e Preconceito da Jane, apesar de ter vontade de ler todos.

Os livros eram lindos e eu tinha certeza de que ela ia amar! Para o meu pai, eu comprei um conjunto de gravatas porque estava sem ideias interessantes, então resolvi ir no que era certo e que eu tinha certeza de que ela usaria. Já para as meninas, eu comprei uma blusa com a estampa da bandeira bissexual em uma loja de produtos LGBTQIA+ que eu amava.

O nosso Natal seria na casa da Barbara e meu pai chegaria quase na hora da ceia, como sempre era, mas eu não queria ficar o dia inteiro sozinha, então combinei com dona Ana de ir para a casa dela ajudar no que fosse necessário. Dois dias antes, eu tinha ido ao mercado com ela para comprar tudo o que precisaríamos para a ceia e precisei insistir para ela deixar que eu pagasse a compra.

A relação que estávamos criando me deixava muito feliz e eu me sentia muito sortuda por ter uma sogra tão maravilhosa como ela, sentia o carinho dela comigo e me lembrava demais da minha mãe, que já não estava comigo há tantos e tantos anos, mas que fazia uma falta enorme. Meu coração parecia que nunca estaria completamente feliz devido sua ausência, mas depois que conheci Barbara, as coisas pareciam estar bem menos difíceis de suportar.

Sem ficar enrolando muito, levantei da cama e fui tomar um banho para acordar meu corpo e me arrumar para ir para a casa da minha sogra. Barbara estaria na academia e eu queria muito passar lá antes para dar um beijo nela porque já estava com muitas saudades. Estávamos dormindo juntas quase todos os dias e quando dormíamos separadas, parecia que algo estava errado, como se estivesse faltando alguma coisa.

Quando terminei de me vestir, peguei todos os presentes e coloquei em uma bolsa junto com algumas peças de roupa, inclusive a que eu vestiria mais tarde na ceia. Desci as escadas e fui até a cozinha para comer alguma coisa porque estava com muita fome e não aguentaria sair de casa sem comer nada. Fiz uma torrada e enchi um copo com suco de laranja que havia preparado no dia anterior. Quando terminei de comer, escovei os meus dentes no banheiro social e finalmente chamei um motorista de aplicativo para ir até a academia e ver minha namorada.

Já no carro, peguei o celular para verificar as mensagens porque como acordei apressada, não quis olhar nada para não perder tempo, já que eu sei que quando pego o aparelho, só solto depois de muitos e muitos minutos perdidos nas redes sociais, pois é, uma verdadeira viciada. Sorri sozinha quando vi que minha namorada tinha mandado uma mensagem de bom dia, dizendo que estava morrendo de saudade e que a noite não era a mesma coisa sem minha companhia em sua cama.

Nossas  Escolhas (Romance sáfico - continuação de Você me aceita?)Onde histórias criam vida. Descubra agora