Uma Cabeça Rolando

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— Alguém mais — ele escutou alguém dizer através do zumbido em seus ouvidos — vê o pequeno Número Cinco, ou sou só eu?

Gemendo, o viajante do tempo se empurrou para cima independentemente de como seu corpo se sentiu exausto de repente, tomando nota da cavidade dentro dele.

— Merda — ele sibilou, ofegante, e se agarrou à sua barriga, que roncava, com mãos trêmulas, sentindo-se um pouco tonto sendo que sua energia foi drenada de si. 'Saltar' seria impossível até que ele tivesse um pouco de açúcar em seu sistema — Os nós-adultos ainda compram marshmallows?

Na cozinha, Five pegou um saco de pão fatiado, jogando todo o seu conteúdo sobre a mesa descuidadamente antes de empilhar o pão em uma torre com manteiga de amendoim e marshmallows entre cada fatia. Os adultos - ele assumiu, esperando, que aqueles eram seus irmãos e não um bando de incendiários ou assaltantes que ainda não tinham fugido só por puro interesse (em uma criança que tinha acabado de cair de um grande portal azul), ou pior ainda, os novos moradores de sua casa - o observavam silenciosamente. O futuro Ben e ele mesmo não estavam lá. Ele encolheu de ombros e deu uma mordida em seu fluffernutter alegremente, perguntando com a boca cheia,

— Qu' d'a é ho'e? — E depois de engolir — A data exata.

— Hoje é o dia 24 — disse-lhe um deles. Era uma pessoa notavelmente pequena que o olhava com tal emoção que mal podia encontrá-la nos olhos, enquanto, ao mesmo tempo, seu rosto permanecia em branco. Um pouco como se houvesse cor lá dentro em algum lugar que não conseguia encontrar uma saída. Seu coração doía quando ele pensava nela como Vanya.

— De quê?

— De março.

Isso não foi exatamente útil.

— Então, vamos falar sobre o que acabou de acontecer? — O homem grande instigou. Seu cabelo loiro o fez pensar se aquele era Luther, mas Luther não era... grande. Terá sido um futuro efeito secundário de sua super força? Five torceu o nariz, decidindo que seria melhor não contar isso ao Número Um quando ele voltasse à sua própria linha do tempo.

O adolescente não considerou a pergunta relevante e, portanto, não a respondeu. O Número Cinco adulto teria contado a eles sobre este dia, especialmente a Vanya e Ben. Eles deveriam estar esperando a chegada dele.

— Faz dezessete anos.

Agora, isso o descompôs, fazendo-o engasgar-se com o sanduíche de múltiplas camadas. Se seus irmãos não o viam há dezessete anos, isso poderia significar que ele nunca teria encontrado seu caminho de volta. Imediatamente, ele deixou cair a sobremesa sobre a mesa e se concentrou no combustível que lhe restava para um salto temporal. Uma aura azul girou em torno de suas mãos, mas ele podia senti-la cintilar como quando não havia raiz na equação, então a tentativa não era diferente de bater sem som em uma porta que não levava a lugar nenhum e não conseguir nada. Tô frito. Pelo menos eles tinham finalmente respondido corretamente à sua pergunta: era 24 de março de 2019.

— Five — chamou Luther. Qualquer desespero que tivesse escapado para a expressão de Five foi estritamente eliminado quando ele olhou para além de seu irmão gigante e viu um jornal no balcão. Ah! A abençoada ferramenta de recuperação para viajantes no tempo: você evita perguntas jogadas no seu caminho ao enfiar o nariz na impressão e evita fazer perguntas incômodas lendo tudo sobre o que você perdeu. Ignorando-o, ele piscou através de Luther para pegar o jornal — Eu não senti falta disso. — E de volta novamente.

— Onde você foi? — Perguntou o ousado. Tinha que ser Diego, ninguém mais no seu pleno estado de espírito pensaria que um fato preto de corpo inteiro era adequado para o dia.

A Bolota (The Umbrella Academy)Onde histórias criam vida. Descubra agora