.o garoto novo. rinney

capitulo nove:noite na casa dos Arellano

Robin

  Vi Finney suspirar antes de finalmente começar a falar, só pelo olhar ele parecia que iria desabar, e eu não fazia a minima ideia se tinha agido da forma correta ao pedir para ele contar. Mas fazer o que né, já não tinha mais como voltar atras.

-Desde pequeno eu sempre sofri muito bullying, até hoje não sei o porque, mas acho que era porque eu era meio desajeitado e não era tão forte quanto os outro —Ele desviou o olhar para o copo— E além disso eu também tinha problema com meu pai, eu não sei nem descrever o quão merda ele era...

Eu apenas fiquei em silencio observando-o, não tinha muito o que eu falar, porque era uma experiencia dele não tinha como falar algo sobre.

-Ele batia na minha mãe em mim e na minha irmã quando bebia, até que em uma tarde enquanto eu voltava da escola, ele bebeu e como estava frustrado a um bom tempo com nossa familia e com sua posição no trabalho dele, ele acabou se suicidando com uma corda que achou em casa —Vi ele fechar os olhos e respirar fundo—

-Quem achou o corpo? —Não pensei muito antes de soltar essa frase—

-Eu, mas não foi tão traumatizante quanto parece, posso parecer um babaca sem sentimentos falando isso na verdade, mas me deu até um alivio quando eu vi aquilo, foi o melhor pra nossa familia —Ele disse por fim mexendo no copo—

Um ar melancolico pairava pelo ambiente, mas não é muito surpreendente considerando sobre o que estavamos falando.

-Acho que dizer um "sinto muito" ou qualquer frase motivacional não vai mudar nada, mas eu espero que contar isso tenha aliviado um pouco pra você, e mesmo que a gente se conheça a pouco tempo eu espero que você possa contar comigo para o que precisar —Me pronunciei firme fazendo seus olhos sairem do copo—

-Obrigado por me escutar —Ele respondeu dando um sorriso meio torto—

-Agora que você ta mais calmo e que conversamos um pouco o que acha de comermos sorvete? —Perguntei me levantand—

-Essas horas? —Disse olhando para o relogio e em seguida se levantando e caminhando até mim—

-E tem hora pra tomar sorvete? —Briquei abrindo o freezer e tirando um pote de sorvete napolitano—

Vi de canto ele rir, acabei abrindo um leve sorriso também pelo fato de ele parecer bem melhor rindo do que com aquela cara triste.

-Tem preferencia pra algum deles? —Perguntei me referindo aos sabores enquanto pegas dois potinhos coloridos para o sorvete e duas colheres—

-Baunilha e morango são meus preferidos —Respondeu se levantando e se escorando na pia proximo de mim—

-Baunilha não tem gosto de nada —Falei fazendo careta enquanto colocava o sorvete pra ele—

-Ta brincando? Vai me dizer que o seu preferido é o de chocolate? —Falou indignado pegando o pote de sorvete que eu tinha dado a ele—

-Sim?! É o melhor que tem! —Após colocar algumas colheradas de sorvete de chocolate me virei para ele— Seu gosto é todo errado.

-Meu gosto é errado?! —Ele colocou a mão sobre o peito dramatizando a situação—

Dei um leve soquinho seu braço enquanto ria do jeito que ele me olhava com uma falsa indignação.