Lord da Gravidade

406 29 30
                                    


Já pensou como é viver em um lugar que todos te odeiam?

Um lugar sem emoções, sem vida, sem cor, apenas, preto e branco.

Não se consegue ver o bom de estar vivo. Você olha para os lados, você vira seu rosto para o passado, não vive o presente, olha para si mesmo e não se vê, uma silhueta sem forma, um ser vivo sem células, um espelho sem luz, uma caneta sem tinta, um poder sem um dono, nada.

Assim que eu vivo, e é assim que provavelmente vou continuar vivendo.
Eu vim para essa escola desde que me entendo por pessoa, e não é uma escola de poderzinho comum, só os melhores têm coragem de vim para cá, e se você não é bom o suficiente, tem de se submeter para a hierarquia construída aqui.

Prazer, sou Osamu Dazai, chefe do grupo estrategista desse colégio.
Minha mãe me mandou aqui, pois é uma famosa atriz e viaja muito, assim, não me queria em casa, isso é só papo, eu sei que ela não me suporta, como sempre. E eu não me importo, não gosto dela de qualquer forma.
Não há o que fazer, eu vivo aqui agora. Não existiu ninguém que conseguiu chegar aos meus pés nessa escola, nem a força, nem os estrategistas, são todos fracos demais.

Um novo ano letivo se inicia amanhã e eu não consigo sentir nada, não tem nenhum novo aluno registrado, nada de novidade, como sempre, nada.

- Jovem mestre Dazai, foi pedido para você arrumar suas coisas para o início do ano de volta ao internato, por favor, não se demore. O jantar estará servido às 18:30, não se atrase.

Regras e regras, faça isso, não faça aquilo, é cansativo.

Desço as escadas e me deparo com minha mãe na enorme mesa, ela sorri ao me ver, e eu me contorço de desgosto.

- Meu filho, como está?

- Vivo, aparentemente.

- Ei, calma, eu só quero conversar, meu bem.

- E quem disse que eu quero conversar? - Falo, me sentando a mesa, fazendo assim as empregadas correrem a procura de copos, bebidas e os pratos.

- Osamu, deixe de ser arrogante.

- Deveria seguir seus próprios conselhos, não acha?

Seu sorriso se desmancha em sua habitual expressão, olhos frios me observam, sua boca, antes sorridente, agora sem emoção.

- Eu tentei, eu tentei falar com você Osamu. - Ela falar entre suspiros.

- Pare de mentir e revele sua forma, mamãe.

Seus olhos se levantam para me encarar do outro lado da mesa, sem sequer mexer o rosto, ela faz tudo ficar escuro e só consigo enxergar sua silhueta fria e observadora, vozes baixas ecoam na minha cabeça, mentiroso, metido, bastardo. É O que elas dizem, mas que mulher infantil. Seu olhar sentila em um tom vermelho ofuscante que me faz sorrir, não de felicidade, não medo, desgosto.

- Assim está melhor, filho?

- Você é patética.

Tudo volta ao normal na minha visão e permanecemos em silêncio, não estou com fome, mas preciso comer, não tenho escolha. Minha mãe, é esse seu poder, dominadora da mente, lê meus pensamentos, os controla, fala comigo através disso. Com certeza só é famosa com isso, manipula, canta o que fazer, e você faz.

- E Yumeno? Onde ele está?

Meu irmão mais novo deve ser, talvez, o único motivo de eu ainda estar respirando, o vejo pouco por conta do internato, mas conseguimos ainda manter uma boa conexão com ele, posso dar umas escapadas do colégio para o ver, varias vezes, na verdade. Não se engane, só sou um exemplo, pois não sabem o que eu faço.

Não Posso Te Puxar Ao Inferno ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora