Capitulo 3

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Ao escutar aquilo que Alex era irmão do Henry, fiquei surpresa, os dois não tinham nada em comum. Henry era mais certinho, se vestia formalmente, era "romântico", o Alex era bad boy, era descolado, sarcástico, totalmente o contrário do Henry. Mais eles têm em comum o olhar penetrante, o Henry é mais sério, já o Alex é... Nem sei explicar direito.

- Ah não, nem ferrando. - falo decepcionada com as mãos no rosto. Ele só fica calado, mais com o sorrisinho, enquanto anda até a mesa, acende um cigarro e se encosta nela. - Não vai falar nada? Nem se explicar? - pergunto erguendo uma sobrancelha.

- Explicar o que? - pergunta mexendo nos papéis que estavam em cima da mesa, não estava me olhando como sempre, isso me incomodou um pouco, uma parte do topete dele estava caindo no rosto, percebi agora que também estava de óculos escuro, um ar de mistério, o que o deixou ainda mais atraente.

- Você é realmente o irmão do Henry? - pergunto fugindo do meu pensamento, torcendo para não ser verdade aquilo e ser alguma brincadeira dele para me irritar.

- Sim, eu sou. - responde ajeitando o óculos, logo em seguida dar um trago no cigarro. E eu abaixo minha cabeça em decepção. Ele foi até uma mesa do lado contrário de onde ele estava, serviu um copo de Whisky - Você quer? - me ofereceu já enchendo um para mim sem nem esperar minha resposta, aceitei com a cabeça, ele veio até mim e me entregou o copo, eu não via direito seus olhos, nem em que direção eles estavam. Peguei e tomei um gole, ainda em pé, perto da janela olhava para rua para fugir um pouco dali, eu não conseguia definir a expressão no rosto dele.

- Então, vamos ao que interessa. - ele corta o silêncio finalmente, sentando na cadeira em frente ao computador e deixando sua dose de Whisky de lado.
- O quê você escreve? - é direto na pergunta, seus olhos escondidos pelo óculos miram em mim, eu gelo um pouco me sentindo vulnerável.

- Ah... poesia... ah... músicas - respondi pensando, deu um branco enorme na minha mente, ele alisa o queixo com o cotovelo apoiado na cadeira enquanto me escuta atentamente.

- Estudou para isso então? - pergunta cauteloso.

- Sim, sempre fui boa nisso, estudei um pouco, pela internet e lendo poesia e livros. Fiquei ainda melhor. - respondo tomando um gole do Whisky confiante.

- Ótimo, quero que dê uma olhada em algo para mim. - fala tirando finalmente o óculos, se levantando da cadeira, até que aqueles olhos castanhos encontraram os meus - Sentiu saudade do Bad Boy? - os lábios dele se abriu em um sorriso.

- Você é sempre assim? - pergunto com os braços cruzados irritada. Ele estava fingindo que era "sério"?

- E você é sempre assim? Brabinha e ranzinza? - solto uma risada e passo a mão pelo meu cabelo desviando o olhar dele. - Olhar o que? - Vou direto no assunto, quero acabar com isso logo.

- Escrevi uma música há alguns anos, sempre tive dúvidas sobre investir nela, preciso de uma dama exigente para opinar. - me entrega uma folha, dou uma olhada e leio. Com vários estrofes bem escrito, devo admitir que estava perfeito, profundo e com um toque de malícia, a cara dele.

- Porque eu? E não outra "dama exigente", deve conhecer várias. - pergunto me encostando perto da janela e terminando o meu copo de Whisky.

- Não sabia que era você que vinha, mais se soubesse ainda aceitaria. As outras damas, estão bravas demais para me ajudar com isso. - ele fala rindo e em seguida olha para mim, ergo uma sobrancelha como pergunta. - Elas acham que vou começar um relacionamento sério. - ele bufa e arruma o topete dele - mais se decepcionam. - ele parece entender o sentimento da decepção ao falar dela.

- Aquelas músicas que vocês tocaram no Pub, eram suas? - perguntei.

- Sim. - afirma, eu pensei que eram de outra banda, porquê tinha romance ali, e ele têm cara de escrever música badass.

Você Foi O Meu Anjo Ou O Meu Diabo?Onde histórias criam vida. Descubra agora